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Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2011 às 05h24.
São Paulo – O início de uma vida nova, com mais dinheiro, saúde, qualidade de vida e felicidade parece uma realidade palpável para muita gente na noite da virada do ano. Enquanto os fogos pipocam o céu, várias promessas são feitas, mas poucas sobrevivem à ressaca do dia seguinte.
Para o psicólogo Victor Dalla Nora Araujo, na maioria das vezes, as pessoas fazem “resoluções de ano novo”, mesmo que não cumpram, porque isso faz parte das convenções sociais. “Muitas vezes, elas estipulam algumas metas para se sentirem inseridas, pertencentes, mas será que realmente querem aquilo? É necessária uma profunda reflexão sobre o que se almeja”, afirma.
De acordo com a psicóloga Marisa de Abreu, tantas promessas não cumpridas têm origem no fato de as pessoas pensarem que podem resolver tudo sozinhas. “Não consideram que mudança de comportamento é algo muito mais complexo”, diz. A seguir, confira algumas das promessas mais quebradas, segundo os especialistas.
“Nunca mais vou beber”
A ressaca do Réveillon parece aumentar o número de pessoas que fazem essa promessa, mas Marisa de Abreu adverte: “nosso cérebro odeia o ‘nunca mais’. Não nos adaptamos à privação”, diz. Portanto, depois de dar vexame ou de sofrer os efeitos colaterais do álcool no dia seguinte, o melhor é ter consciência do mal que a bebida pode causar e diminuir a dose. Se o caso é de dependência, ela recomenda procurar ajuda profissional. Cortar tudo de uma vez por todas dificilmente funciona.
“Vou emagrecer”
A culpa pelos excessos gastronômicos das festas de final do ano é um impulsionador para essa promessa. Mas, como todo regime que começa “na próxima segunda-feira”, a dieta é quase sempre postergada, principalmente se houver algumas sobras da ceia do Réveillon e a promessa vai por água abaixo.
“Farei academia sem falta”
Bem parecida com a promessa de fazer dieta, a resolução de ir à academia quase sempre mingua nas primeiras semanas de tentativa. “Para muitos, uma academia não cabe na agenda. Melhor considerar a possibilidade de fazer mais exercícios caminhando um ponto de ônibus a mais antes de entrar, ou colocar caminhadas na rotina do domingo de manhã”, diz a psicóloga Marisa.
“Vou mudar de emprego”
Segundo Victor Araújo, “vou mudar de emprego” é uma das mais furadas. Junto com a virada, vêm as esperanças de ter mais dinheiro, mais sucesso e realização profissional. Mas, na volta ao trabalho, retorna também a rotina, os compromissos e a acomodação do bom e velho emprego. E, assim, o currículo continua na gaveta por mais um ano.
“No dia 31, fumarei o último cigarro”
Essa promessa pode acarretar em um segundo problema, além do seu não-cumprimento. De acordo com Marisa, ao decidir que não continuarão com o vício, as pessoas fumam o máximo que podem até o dia 31 para “compensar” o sofrimento da abstinência. “E também dizem para si mesmas que fumar é tão bom que precisa de uma data especifica para conseguir largar”, diz. Com um comportamento assim, fica muito mais difícil.
“Vou guardar todo dinheiro que sobrar depois das contas pagas”
Depois da gastança do final de ano, muita gente faz essa promessa com a esperança de conseguir sair do sufoco no final do mês. Não raro, essas palavras são ditas em vão, já que comprar é prazeroso. A psicóloga diz que, mesmo sabendo que guardar dinheiro é importante para adquirir bens maiores no longo prazo, várias pessoas acabam engando a si mesmas, colocando supérfluos na lista de despesas necessárias, boicotando sua resolução de fim de ano.