6 grandes discos da carreira de Roberto Carlos
Os melhores momentos da carreira discográfica de um dos maiores cantores da história brasileira
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 11h00.
São Paulo - Alguém que não nasceu na nobreza e é chamado de rei merece atenção. Roberto Carlos deixou a modestíssima Cachoeiro de Itapemirim (ES) para trás e atravessou cinco majestosas décadas entre shows, filmes, especiais para a televisão e fez valer o tal poderoso apelido.
Às portas de completar 72 anos – ele nasceu no dia 19 de abril – e com impressionantes 41 álbuns de estúdio, Roberto, como retrata a matéria de capa do mês de Alfa, parece ter voltado a sorrir.
Passa por uma fase mais tranquila, contente com seu reinado e se dá o legítimo direito de ocupar o trono da nossa música popular. Ninguém foi capaz de sintetizar os sentimentos mais comuns a todos – súditos ou não, domésticas ou megaempresários – que ele: saudade, tristeza, alegria, ciúme, amor e traição.
Da tentativa frustrada do início de carreira em seguir os passos de João Gilberto e se tornar cantor de bossa nova ao patamar de grande crooner nacional, o nosso Tony Bennett. Os melhores momentos da carreira discográfica do maior cantor de nossa história você confere nas próximas linhas.
Roberto Carlos (1966) - O primeiro disco após o estouro da Jovem Guarda é para muitos o mais completo do artista. Com referência aos Beatles na capa – repare na semelhança com “With The Beatles”, o segundo dos Fab Four – e no som, a parceria Roberto-Erasmo chega ao ápice do rock chiclete despretensioso e direto.
Tudo emoldurado pelo hammond esperto de Lafayette, músico trazido novamente ao showbizz nos últimos anos por Gabriel Thomaz, líder da simpática banda carioca Autoramas. “Querem Acabar Comigo”, “Eu Te Darei o Céu”, “Nossa Canção”, “Negro Gato”, “Esqueça”, “Namoradinha de Um Amigo Meu” e “É Papo Firme”. Quer mais?
Em Ritmo de Aventura (1967) - Com (muito) dinheiro no bolso, sucesso avançando os limites geográficos brasileiros e ainda cheio de ideias na cabeça, Roberto segue firme os passos dos astros pop do exterior. Se era moda músicos irem parar no cinema, o que faria o rei não entrar nessa também?
“Como É Grande O Meu Amor Por Você”, “Eu Sou Terrível”, “De Que Vale Tudo Isso”, “Por Isso Corro Demais”, “Você Não Serve Pra Mim” e “Quando” entram em qualquer lista séria do melhor do rock nacional. Essa última, aliás, ganhou clipe filmado no telhado do edifício Copan, em São Paulo. Lembra alguma coisa?
O Inimitável (1968) – O último grande disco que ganhou nome – o título é referência aos seguidores, digamos, com menor qualidade musical que se proliferavam na época – abre também seu espectro artístico. Os primeiros traços da melancolia que tomaria conta dos clássicos da década de 1970 começam a dar mostras por aqui – vide “Eu Não Vou Mais Deixar Você Tão Só” e “As Canções Que Você Fez Pra Mim”.
Mas o outro lado da moeda também aparece. A admiração pelo soul americano dá suas caras em “Se Você Pensa”, “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo” e “Ciúme de Você”, os hits inevitáveis da vez. Corais no estilo Motown e arranjos de sopros também têm sua première.
Roberto Carlos (1969) – A Jovem Guarda é coisa do passado, bicho. Lá estava o cantor mais popular do país cabisbaixo, quase desolado, numa praia deserta. “As Flores do Jardim de Nossa Casa”, “Sua Estupidez” e “Diamante Cor-De-Rosa” mostram a preocupação com os arranjos tomando uma forma mais séria.
Na outra ponta, o hit “As Curvas da Estrada de Santos” (que ganharia versão de Elis Regina) e as animadas “Nada Vai Me Convencer” e “Do Outro Lado Da Cidade” mostram que podia dar sol na vida do rei. Há ainda espaço para o amigo Tim Maia – até então desconhecido -, de quem Roberto toma emprestado o funk “Não Vou Ficar”. Obrigatório.
Roberto Carlos (1971) – Se você acaba de sofrer uma desilusão amorosa, mantenha distância de uma das maiores obras da história da música brasileira. Em votação popular organizada pelo jornal O Estado de S. Paulo no ano passado, o “Álbum Branco” de Roberto conseguiu a terceira colocação.
Talvez merecesse a medalha de ouro. Nos pouco mais de 43 minutos de disco não há um único eco do roqueiro do início de carreira. Mesmo assim, mais da metade das canções foram executadas ao limite do suportável na época do lançamento.
O petardo carrega nada menos que “Debaixo dos Caracóis Dos Seus Cabelos”, “Amada, Amante”, “Todos Estão Surdos”, “Como Dois e Dois” – presente do amigo Caetano Veloso direto do exílio londrino – e “Detalhes”, uma das canções mais regravadas da história do Hemisfério Sul.
Roberto Carlos (1972) – Sequência de alta qualidade do trabalho do ano anterior, tanto na capa quanto nos temas apresentados. “Coisas da vida”, diz ele em “À Janela”. E deveria ser uma vida não muito colorida, convenhamos.
Conflitos conjugais, dor de cotovelo, rupturas familiares, devaneios religiosos… Problemas de gente grande, afinal. Tudo só poderia acabar num divã, nome dado ao ponto mais alto do disco e, quiçá, de toda a trajetória como compositor.
São Paulo - Alguém que não nasceu na nobreza e é chamado de rei merece atenção. Roberto Carlos deixou a modestíssima Cachoeiro de Itapemirim (ES) para trás e atravessou cinco majestosas décadas entre shows, filmes, especiais para a televisão e fez valer o tal poderoso apelido.
Às portas de completar 72 anos – ele nasceu no dia 19 de abril – e com impressionantes 41 álbuns de estúdio, Roberto, como retrata a matéria de capa do mês de Alfa, parece ter voltado a sorrir.
Passa por uma fase mais tranquila, contente com seu reinado e se dá o legítimo direito de ocupar o trono da nossa música popular. Ninguém foi capaz de sintetizar os sentimentos mais comuns a todos – súditos ou não, domésticas ou megaempresários – que ele: saudade, tristeza, alegria, ciúme, amor e traição.
Da tentativa frustrada do início de carreira em seguir os passos de João Gilberto e se tornar cantor de bossa nova ao patamar de grande crooner nacional, o nosso Tony Bennett. Os melhores momentos da carreira discográfica do maior cantor de nossa história você confere nas próximas linhas.
Roberto Carlos (1966) - O primeiro disco após o estouro da Jovem Guarda é para muitos o mais completo do artista. Com referência aos Beatles na capa – repare na semelhança com “With The Beatles”, o segundo dos Fab Four – e no som, a parceria Roberto-Erasmo chega ao ápice do rock chiclete despretensioso e direto.
Tudo emoldurado pelo hammond esperto de Lafayette, músico trazido novamente ao showbizz nos últimos anos por Gabriel Thomaz, líder da simpática banda carioca Autoramas. “Querem Acabar Comigo”, “Eu Te Darei o Céu”, “Nossa Canção”, “Negro Gato”, “Esqueça”, “Namoradinha de Um Amigo Meu” e “É Papo Firme”. Quer mais?
Em Ritmo de Aventura (1967) - Com (muito) dinheiro no bolso, sucesso avançando os limites geográficos brasileiros e ainda cheio de ideias na cabeça, Roberto segue firme os passos dos astros pop do exterior. Se era moda músicos irem parar no cinema, o que faria o rei não entrar nessa também?
“Como É Grande O Meu Amor Por Você”, “Eu Sou Terrível”, “De Que Vale Tudo Isso”, “Por Isso Corro Demais”, “Você Não Serve Pra Mim” e “Quando” entram em qualquer lista séria do melhor do rock nacional. Essa última, aliás, ganhou clipe filmado no telhado do edifício Copan, em São Paulo. Lembra alguma coisa?
O Inimitável (1968) – O último grande disco que ganhou nome – o título é referência aos seguidores, digamos, com menor qualidade musical que se proliferavam na época – abre também seu espectro artístico. Os primeiros traços da melancolia que tomaria conta dos clássicos da década de 1970 começam a dar mostras por aqui – vide “Eu Não Vou Mais Deixar Você Tão Só” e “As Canções Que Você Fez Pra Mim”.
Mas o outro lado da moeda também aparece. A admiração pelo soul americano dá suas caras em “Se Você Pensa”, “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo” e “Ciúme de Você”, os hits inevitáveis da vez. Corais no estilo Motown e arranjos de sopros também têm sua première.
Roberto Carlos (1969) – A Jovem Guarda é coisa do passado, bicho. Lá estava o cantor mais popular do país cabisbaixo, quase desolado, numa praia deserta. “As Flores do Jardim de Nossa Casa”, “Sua Estupidez” e “Diamante Cor-De-Rosa” mostram a preocupação com os arranjos tomando uma forma mais séria.
Na outra ponta, o hit “As Curvas da Estrada de Santos” (que ganharia versão de Elis Regina) e as animadas “Nada Vai Me Convencer” e “Do Outro Lado Da Cidade” mostram que podia dar sol na vida do rei. Há ainda espaço para o amigo Tim Maia – até então desconhecido -, de quem Roberto toma emprestado o funk “Não Vou Ficar”. Obrigatório.
Roberto Carlos (1971) – Se você acaba de sofrer uma desilusão amorosa, mantenha distância de uma das maiores obras da história da música brasileira. Em votação popular organizada pelo jornal O Estado de S. Paulo no ano passado, o “Álbum Branco” de Roberto conseguiu a terceira colocação.
Talvez merecesse a medalha de ouro. Nos pouco mais de 43 minutos de disco não há um único eco do roqueiro do início de carreira. Mesmo assim, mais da metade das canções foram executadas ao limite do suportável na época do lançamento.
O petardo carrega nada menos que “Debaixo dos Caracóis Dos Seus Cabelos”, “Amada, Amante”, “Todos Estão Surdos”, “Como Dois e Dois” – presente do amigo Caetano Veloso direto do exílio londrino – e “Detalhes”, uma das canções mais regravadas da história do Hemisfério Sul.
Roberto Carlos (1972) – Sequência de alta qualidade do trabalho do ano anterior, tanto na capa quanto nos temas apresentados. “Coisas da vida”, diz ele em “À Janela”. E deveria ser uma vida não muito colorida, convenhamos.
Conflitos conjugais, dor de cotovelo, rupturas familiares, devaneios religiosos… Problemas de gente grande, afinal. Tudo só poderia acabar num divã, nome dado ao ponto mais alto do disco e, quiçá, de toda a trajetória como compositor.