Em geral, "raspar" o prato denota contentamento. Não é o que acontece em países como China, Tailândia e Filipinas, onde a atitude é lida como um sinal de insatisfação com a generosidade do anfitrião. Nesses locais, parte-se do pressuposto que é preciso servir o bastante. Deixar um pouquinho da comida intocada, portanto, mostra saciedade na medida. Limpar o prato, por outro lado, dá a entender que ainda há espaço no estômago.
Em muitos lugares, o gesto é entendido como uma espécie de "não, obrigada". Dependendo da situação, também pode ser um visto como uma indicação de presença, como na resposta à chamada escolar. Na Grécia, ele tem até nome próprio: moutza. E é visto como uma ofensa gravíssima. Sua origem remonta à antiguidade. Uns o ligam a rituais de maldição. Outros, à condenação de criminosos durante o Império Bizantino. Isso porque os presos eram ridicularizados em um desfile pela cidade, em que seus rostos eram cobertos com cinzas. Como as cinzas eram retiradas primeiros com as mãos fechadas e depois com os dedos abertos, o próprio gesto, com o tempo, acabou virando um insulto.
Embora apertar as mãos de qualquer pessoa, seja do mesmo sexo ou não, pareça gentil e inofensivo, em alguns países a investida é tida como uma espécie de assédio. Na Arábia Saudita, leis religiosas condenam qualquer tipo de cumprimento e interação pública entre homens e mulheres que não têm relação de marido e mulher. Em 2008, uma americana que conversava com um homem em uma loja do Starbucks chegou a ser presa e revistada.
Até no Facebook o polegar para cima é associado à aprovação. Mas não se engane: há locais em que o gesto é visto como uma injúria das graves. No Irã e Afeganistão, por exemplo, o tradicional "joinha" é interpretado como um gesto dos mais obscenos.
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