3 erros que todo viciado em comida comete na hora de emagrecer
Para Susan Pierce Thompson, especialista em psicologia da alimentação, existem equívocos básicos no processo de perder peso
Daniela Barbosa
Publicado em 10 de abril de 2018 às 13h33.
Última atualização em 10 de abril de 2018 às 13h50.
São Paulo - Só quem é apaixonado por comida e precisa perder peso sabe o quanto é difícil abrir mão de um dos maiores prazeres da vida: o de comer. A força de vontade e a disciplina – essenciais nesse processo – precisam ser parceiras inseparáveis, mas nada garante que elas não falhem no meio do caminho e que todo o esforço seja derrotado pelas tentações.
Para Susan Pierce Thompson, professora do núcleo de Ciências Cognitivas na Universidade de Rochester, especialista em psicologia da alimentação e fundadora do Bright Line Eating, que ajuda pessoas do mundo todo a perder peso, existem alguns erros básicos no processo de emagrecimento – e que quase todo mundo comete mesmo sem se dar conta.
Valendo da própria experiência – a especialista lutou por décadas contra a balança – e depois de experimentar os mais diferentes tipos de dieta e até cogitar uma cirurgia bariátrica, Susan passou por um processo de reeducação alimentar, perdeu mais de 60 quilos e escreveu, em 2011, o livro Bright Line Eating, sem tradução para o português, em que lista os 12 passos que todo viciado em comida deve seguir para conseguir emagrecer.
A publicação fez tanto sucesso que virou um programa alimentar com milhares de adeptos e inúmeras histórias de sucesso. No site do Bright Line Eating, Susan enumera três dos erros mais comuns que quase todo mundo comete durante o processo de emagrecimento. Confira a seguir quais são eles:
Primeiro erro: colocar toda a expectativa na força de vontade
Fundamental no processo de emagrecimento, a perseverança é forte aliada para quem deseja perder peso, mas, de acordo com Susan, ela não é a única responsável nesse processo. Para a especialista, a força de vontade é útil principalmente no início de qualquer dieta, mas ela em algum momento pode fracassar.
“A força de vontade é como uma bateria unitária dentro de cada um, ou seja, em algum momento ela pode se esgotar. E cientificamente já foi comprovado que a falta de açúcar no sangue, por exemplo, pode derrotar toda persistência que existe dentro das pessoas quando elas precisam comer”, afirma Susan.
Segundo erro: subestimar o poder viciante dos alimentos refinados
Para Susan, o açúcar e outros alimentos refinados são como a cocaína ou a heroína, ou seja, viciam.
“Os alimentos que estão na sua forma bruta interagem no nosso cérebro de forma diferente em relação aos alimentos refinados. Substâncias comestíveis como o açúcar e a farinha, por exemplo, aguçam de forma não natural a dopamina - neurotransmissor ligado ao prazer. Quanto mais alimentos refinados as pessoas comerem, inconscientemente, mais necessidade de comer elas vão sentir. É um círculo vicioso”.
Terceiro erro: abrir exceções
Todo processo de perda de peso é tortuoso e muitas pessoas, para compensar o sacrifício, costumam abrir algumas exceções nos fins de semana ou pelo menos uma vez por mês. Para Susan, as famosas “escapadas” da dieta são traiçoeiras, pois podem intensificar o desejo de querer repetir o processo.
“Não dá para generalizar, mas muitas pessoas com dificuldade de emagrecer são suscetíveis ao poder viciante de alguns alimentos, abrir exceções pode ser um caminho sem volta”, afirma a especialista.