10 maneiras de estragar seu passeio em trilha
Alguns detalhes não podem ser esquecidos, como informação, água e as roupas certas
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2015 às 13h22.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h43.
São Paulo – Calçar o par de tênis de caminhada não é o bastante para fazer um bom passeio em trilha. Quem deseja espantar o sedentarismo e ter mais contato com a natureza precisa também ficar atento a vários detalhes que podem ser imperceptíveis para os marinheiros de primeira viagem, mas fazem muita diferença quando esquecidos. De acordo com Carlos Sandro Carpenter, professor Esportes de Aventura e da Natureza do IBMR, há vários itens de suma importância que precisam ser lembrados, como a escolha da trilha mais adequada e dos equipamentos e roupas próprios para a atividade. Nas imagens a seguir, você confere os erros que podem transformar o passeio em um verdadeiro pesadelo, apontados pelo especialista.
Para não sofrer na caminhada, é essencial se informar a respeito da duração, inclinação, sinalização e o tipo de terreno do local. Além disso, também é válido ter pelo menos uma pessoa ao lado que conheça o caminho, para evitar erros no trajeto. Dependendo da situação, se não houver alguém que possa indicar por onde passar, o melhor é contratar um guia experiente.
Esse ponto está diretamente relacionado ao primeiro. Quem não fica atento às informações básicas de dificuldade da trilha pode ter uma péssima surpresa ao descobrir, por exemplo, que o passeio escolhido dura mais ou é bem mais íngreme do que o imaginado. Isso pode, inclusive, abrir brecha para acidentes e lesões, se a pessoa que está fazendo a atividade for sedentária e insistir em continuar em um trajeto de dificuldade acima de suas capacidades. “Não é necessário ser atleta, mas é importante saber que o esforço físico trará algum desconforto, porém, nada inatingível”, afirma Carpenter.
O esforço físico de uma trilha não precisa ser multiplicado pelo desconforto gerado pela escolha equivocada de uma roupa. Por isso, antes de qualquer coisa, o melhor é escolher roupas leves, como as feitas à base de poliamida, que deixam o suor escorrer e evaporar.
Quem pretende embarcar nessa aventura deve também prestar atenção aos calçados. Sapatos de plástico escorregam em pedras, enquanto os pouco resistentes podem deixar a pessoa na mão antes do fim da trilha. Carpenter indica as opções mais fortalecidas, de preferência com sola de borracha, que tenha aderência e não machuque os pés.
Hidratação é algo importantíssimo em qualquer trilha, independentemente do clima. Por isso, é uma cilada não levar pelo menos um litro de água para beber. “Evite bebidas açucaradas, pois estas têm maior tempo de absorção pelo organismo”, afirma o professor. Ele também afirma que, em caminhadas de mais de uma hora de duração, é válido levar também um isotônico para qualquer emergência.
Não adianta levar mil e um objetos para a trilha, pois eles só irão fazer peso sobre as costas e dificultarão a caminhada. Por isso, na mochila devem ser colocados somente itens leves e práticos, como um canivete, kit de primeiros socorros, protetor solar, um saco para colocar lixo, uma camiseta e um par de meias extras.
Em trilhas mais difíceis e com escalada, é possível que haja necessidade de equipamentos de segurança e até mesmo contratar um profissional que tenha conhecimento desse tipo de atividade para garantir o êxito do passeio.
Por mais que não se queira pensar na possibilidade de algo mais grave acontecer, é importante estar preparado até mesmo para estas situações. De acordo com o professor, é importante deixar um documento e contato de emergência em algum bolso, para que, caso você perca a consciência por qualquer motivo, o resgate saiba quem você é e possa saber a quem chamar. “Levar celular também é importante, contudo, lembre-se de que o aparelho pode não funcionar, dependendo da localidade”, afirma.
A energia não pode faltar no trajeto. Por isso, nas caminhadas longas e intensas, é essencial levar alimentos calóricos, como chocolate, doces e biscoitos, que são fáceis de carregar e repõem a energia. “Entretanto, não coma tudo até retornar ao ponto de partida, pois imprevistos podem acontecer e pode ser necessário ter uma reserva adicional de alimento para passar uma noite, por exemplo”.
A história que inspirou o filme “127 horas” (2011) é um exemplo chocante para quem pensa em seguir uma trilha sozinho. No filme, baseado em uma história real, o alpinista Aron Ralston ficou preso por dias por uma pedra no meio do nada, sem que ninguém soubesse seu paradeiro. Para não passar por um sufoco como o dele, é melhor sempre fazer esses passeios com companhia de, pelo menos, uma pessoa.