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Vale a pena mudar de cidade por um emprego?

Foi chamado para uma vaga incrível em outra cidade ou estado? Saiba o que considerar antes de fazer as malas

Mala: por mais atrativa que seja a vaga, mudar de cidade para assumir um cargo exige ponderação (Sean Gallup/Getty Images)

Claudia Gasparini

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 06h00.

São Paulo - Você recebeu um convite irrecusável para trabalhar com o que sempre sonhou na empresa que mais admira. Mas há um detalhe: o trabalho é em outra cidade.

É uma boa ideia se mudar por uma oportunidade profissional ? Para Lígia Almeida, coordenadora de vendas na Clear Sale, a resposta a esse questionamento veio de imediato. “Queria muito sair de Belo Horizonte, onde não enxergava perspectivas”, afirma. Em 2004, recebeu a proposta de trabalhar em São Paulo. Fez as malas sem pestanejar.

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O impulso também foi o guia do carioca Josué de Castro se mudou para Manaus, para trabalhar como gerente industrial da Coca-Cola . “Eu era recém-formado e a oportunidade era muito atraente”, conta o engenheiro.

Embora a decisão possa trazer sucesso profissional, o entusiasmo sem ponderação pode ser mau conselheiro. É o que pensa Rafael Souto, presidente da consultoria Produtive. “O investimento pessoal e profissional é alto, então exige prudência”, afirma.

Com sua ajuda, EXAME.com compilou alguns conselhos para analisar prós e contras de tomar esse passo. Confira a seguir:

1. Avalie o impacto sobre a família
O primeiro ponto a ser avaliado, segundo Souto, é o impacto da mudança sobre cônjuges e filhos. “É importante discutir a possibilidade com os familiares com antecedência, sem deixar para contar só na última hora”, recomenda o consultor.

Em alguns casos, também é recomendável considerar como seria a transição de carreira para esposos ou esposas no novo endereço.

2. Considere possíveis ajustes no seu “desenho de vida”
Mudar de cidade implica alterar diversos hábitos. “Conheço um profissional que fazia triatlo nas horas vagas e que recusou uma proposta porque a cidade não tinha academia”, conta Souto.

Se, para você, é importante ter um determinado estilo de vida, vale saber se será possível mantê-lo intacto depois da mudança.

3. Calcule o impacto financeiro
Quanto você precisa ganhar para a mudança valer a pena? É preciso negociar o salário oferecido em função do custo de vida da cidade. De nada adianta ter um salário alto se é mais caro comer, morar e viver no novo endereço.

Coloque tudo na ponta do lápis, do seguro do carro à escola dos filhos. “Esse cálculo precisa ser muito detalhado e rigoroso, não baseado apenas em percepções vagas”, diz Souto.

4. Investigue a reputação local da empresa
À distância, talvez você não consiga medir a importância do seu empregador para a região. A dica é não ouvir apenas o que diz a própria empresa.

“Busque conhecer a reputação da organização por meio da sua rede de contatos, com a ajuda de empresas de RH da região ou pesquisando sobre ela nas redes sociais”, recomenda Souto.

5. Descubra como é o mercado na região
É perigoso ir atrás de uma oportunidade pontual sem considerar o contexto. Se a cidade ou o estado onde você vai trabalhar não forem tão desenvolvidos na sua área profissional, você corre o risco de se isolar do mercado.

“Ir para uma cidade rural do Centro-Oeste pode ser uma boa ideia para quem trabalha com agronegócios, mas não para profissionais de marketing ou finanças, por exemplo”, diz Souto.

6. Leve em conta o seu momento de carreira
O consultor também aconselha prestar atenção no ponto do ciclo profissional em que você se encontra. “Se a pessoa é mais jovem, pode correr riscos, porque tem menos compromissos assumidos e mais tempo para corrigir a rota”, afirma.

Já profissionais mais velhos precisam avaliar o movimento com atenção. “Nesse caso, é bom pensar se a mudança não pode comprometer radicalmente a sua sequência profissional”, explica.

7. Faça uma transição por partes
Mesmo se você já tenha decidido se mudar, os cuidados ainda não acabaram. Optar por um contrato imobiliário temporário, se possível, é a melhor opção.

Isso porque, segundo o consultor, os primeiros seis meses na nova cidade servem como experimentação. “Em vez de se mudar imediatamente com a família inteira, é mais sensato ficar num hotel ou flat para testar o novo local”, recomenda Souto. Se tudo correr bem nesse período, a aventura tem mais chances de dar certo.

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