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Falamos dos monstrinhos corporativos a jovens profissionais?

Despejamos a nova geração no mundo corporativo da mesma maneira como uma criança ensina um adulto a entrar no universo do game: vire-se!

Ilustração - Super Mario e o jogo da vida (Denis Freitas/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 13h46.

São Paulo - Em janeiro, vou visitar meus netos que moram em Kona, a parte ocidental da maior ilha do arquipélago americano do Havaí. Um dos meus netos, Noa, de 7 anos, sempre tem uma novidade competitiva, um tipo qualquer de jogo que ele treina o ano inteiro para demonstrar para o avô a superioridade da geração milênio.

Desta vez, o console era o Wii, e o jogo, o Super Mario. Todo mundo conhece, mas, resumindo, é um jogo cujo objetivo é superar etapas dificílimas em série. Como sempre, entro no jogo sem receber a menor orientação e sem acesso a um manual de instruções. Diante da minha hesitação, meu neto dá um sorriso irônico.

Enquanto jogo e tento parecer inteligente, fico pensando se não fazemos a mesma coisa com os jovens profissionais. Será que os programas de trainee falam das armadilhas e dos monstrinhos da vida corporativa? Será que tratamos os menos experientes adequadamente, explicando com calma quais são as verdadeiras etapas de cada fase da transição e da evolução profissional?

Depois de cair num lago com piranhas no jogo, volto a pensar na preparação da parcela mais nova da força de trabalho. Falamos de temas de carreira na escola de administração de empresas? Como, por exemplo, ler o ambiente político? O que pode neutralizar uma armação política vil?

Um monstrinho verde devora meu bonequinho enquanto noto que despejamos a nova geração no mundo corporativo da mesma maneira como uma criança ensina um adulto a entrar no universo do game: vire-se! Aprenda morrendo! Não há lugar para perdedores! Penso nos erros cometidos no início da vida profissional.

Questiono se essas falhas são realmente perdoadas e corrigidas, como no jogo. Parece que, pretensiosamente, apenas dizemos à nova geração: “Cuidado, você só pode morrer uma vez”. Estou na fase 2, passei pela fase 1 por sorte e porque tive a ajuda do Noa, com pena do avô quase moribundo.

Descubro que deveria ter trazido umas ferramentas da etapa anterior. Bela lição: o que eu fizer (ou pegar) no presente vai ser útil no futuro? Para isso tenho que imaginar o futuro, ou já ter passado por algo parecido.

Outra lição: precisamos falar mais do futuro com os mais jovens . Assim, eles podem ter dimensão do que precisam acumular para não ser tragados pelas plantas carnívoras cotidianas do trabalho. Quantas lições num joguinho eletrônico infantil. Desculpem-me, tenho de correr. Tenho de sobreviver para poder contar o fim.

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Desta vez, o console era o Wii, e o jogo, o Super Mario. Todo mundo conhece, mas, resumindo, é um jogo cujo objetivo é superar etapas dificílimas em série. Como sempre, entro no jogo sem receber a menor orientação e sem acesso a um manual de instruções. Diante da minha hesitação, meu neto dá um sorriso irônico.

Enquanto jogo e tento parecer inteligente, fico pensando se não fazemos a mesma coisa com os jovens profissionais. Será que os programas de trainee falam das armadilhas e dos monstrinhos da vida corporativa? Será que tratamos os menos experientes adequadamente, explicando com calma quais são as verdadeiras etapas de cada fase da transição e da evolução profissional?

Depois de cair num lago com piranhas no jogo, volto a pensar na preparação da parcela mais nova da força de trabalho. Falamos de temas de carreira na escola de administração de empresas? Como, por exemplo, ler o ambiente político? O que pode neutralizar uma armação política vil?

Um monstrinho verde devora meu bonequinho enquanto noto que despejamos a nova geração no mundo corporativo da mesma maneira como uma criança ensina um adulto a entrar no universo do game: vire-se! Aprenda morrendo! Não há lugar para perdedores! Penso nos erros cometidos no início da vida profissional.

Questiono se essas falhas são realmente perdoadas e corrigidas, como no jogo. Parece que, pretensiosamente, apenas dizemos à nova geração: “Cuidado, você só pode morrer uma vez”. Estou na fase 2, passei pela fase 1 por sorte e porque tive a ajuda do Noa, com pena do avô quase moribundo.

Descubro que deveria ter trazido umas ferramentas da etapa anterior. Bela lição: o que eu fizer (ou pegar) no presente vai ser útil no futuro? Para isso tenho que imaginar o futuro, ou já ter passado por algo parecido.

Outra lição: precisamos falar mais do futuro com os mais jovens . Assim, eles podem ter dimensão do que precisam acumular para não ser tragados pelas plantas carnívoras cotidianas do trabalho. Quantas lições num joguinho eletrônico infantil. Desculpem-me, tenho de correr. Tenho de sobreviver para poder contar o fim.

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