Sucesso ou vocação?
A engenheira de materiais Gabriela Hattori trocou uma carreira em ascensão para começar do zero em uma profissão que lhe dá mais satisfação pessoal
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2014 às 14h33.
São Paulo - A engenheira de materiais Gabriela Hattori, de 29 anos, entrou na construtora Promon em 2006 como estagiária. Nos cinco anos seguintes, teve uma carreira ascendente. Por recomendação do chefe, inscreveu-se numa pós-graduação em gestão de pessoas em 2011.
No curso, as discussões em sala a fizeram refletir sobre suas motivações. Gabriela descobriu que estava construindo uma carreira na profissão errada. “Percebi que gosto mesmo é de comunicação e pessoas e que a parte técnica do trabalho como engenheira me incomodava.”
O dilema
“Meu gestor disse, mais de uma vez, que estava me preparando para ser sua sucessora. Isso tornou a decisão ainda mais difícil.” De um lado, um futuro promissor e, de outro, uma nova carreira que a atraía.
“E se eu não gostasse? Eu estaria jogando cinco anos difíceis na faculdade de engenharia no lixo?”, lembra Gabriela. A parte financeira também dificultava a decisão, já que uma carreira em engenharia é mais bem remunerada do que uma trajetória em RH .
A decisão
“Consultei a executiva de RH da Promon para saber das oportunidades na área. Falei com meu marido e com meu pai. A cada bate-papo apareciam pontos diferentes para avaliar. Na mesma época, surgiu uma vaga de analista júnior de RH, candidatei-me e, em duas semanas, estava na nova área. Tive de arriscar.
Hoje, ganho 25% menos do que os colegas engenheiros e não tenho um plano de carreira tão estruturado. Por outro lado, já fui promovida a RH pleno. Não me arrependo. Aprendo muito a cada dia, e não saber o que pode acontecer no futuro não me assusta mais.”