Visionário: para o presidente da PwC, um CEO de sucesso deve realizar quatro tarefas (m-gucci/Thinkstock)
Luísa Granato
Publicado em 3 de abril de 2018 às 06h00.
Última atualização em 3 de abril de 2018 às 08h21.
São Paulo - Presidentes de empresa do mundo estão otimistas com 2018. Na pesquisa anual da PricewaterhouseCoopers com CEOs, 57% dos 1200 entrevistados acreditam na melhora do crescimento econômico nos próximos 12 meses.
Quando se fala no prazo de três anos, os executivos ficam mais cautelosos. O relatório mostra uma maior incerteza sobre o futuro aliada a crescentes preocupações sociais, especialmente quanto ao desalinho entre crescimento econômico e social.
Regulação e impostos estão entre as principais preocupações dos CEOs desde o começo da pesquisa em 2008. No entanto, a atenção dos executivos está dividida e se volta agora para problemas como terrorismo, instabilidade política, ataques cibernéticos e constantes mudanças tecnológicas.
Em sua mensagem na conclusão do relatório, Bob Moritz, presidente da PwC, propõe soluções que tornem aliados o progresso social local e o crescimento global.
No futuro de Moritz, um CEO de sucesso deve realizar quatro tarefas: desenvolver objetivos além dos financeiros, incorporar novas tecnologias de forma socialmente consciente, investir em renovar a educação dos funcionários e se comprometer com propósitos relevantes para a sociedade.
Para José Augusto Figueiredo, CEO da Lee Hecht Harrison no Brasil, a fronteira com o lado social de uma empresa não existe mais quando se pensa na longevidade de um empreendimento. Além da responsabilidade de entregar um resultado, existe hoje uma cobrança para que as empresas se relacionem com questões pautadas pela sociedade.
O maior desafio para um presidente ao pensar na agenda social de sua empresa, segundo Figueiredo, é não fazer isto sozinho. Neste contexto, três habilidades serão mais desejáveis para o CEO de olho no futuro:
Para ajudar uma empresa a seguir um caminho novo, a resposta não é passar metas e números, mas saber criar uma narrativa sedutora que venda um objetivo em comum. “Um discurso racional não mobiliza ninguém, mas uma boa história move multidões”, explica Figueiredo.
Quando o foco é o futuro, o mais desejável é que o CEO consiga olhar para a sociedade e não apenas para dentro da empresa. “Tem que ter a capacidade de estar presente na empresa e na sociedade, tocar o negócio com responsabilidade social”, diz o especialista.
Para trabalhar com a sociedade, é preciso estar aberto ao diferente, e ter uma equipe diversa faz parte disso. De acordo com o presidente da LHH, o líder do futuro não apenas dá uma diretriz, mas deve saber fazer as perguntas certas para sua equipe e essas pessoas encontrarão respostas inovadoras. E a diversidade dentro da empresa leva a soluções que refletem melhor a sociedade. “O CEO tem que gostar da diversidade, se ele tem restrições, fica com uma equipe igual a ele”, conclui ele.