Carreira

Só os inteligentes passam em concursos públicos?

Para o especialista Rogerio Neiva, a racionalidade é mais importante do que a inteligência

Estudante Lendo Livro Biblioteca Faculdades (Getty Images/EXAME.com)

Estudante Lendo Livro Biblioteca Faculdades (Getty Images/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 10h07.

Só os inteligentes passam em concursos públicos?
Respondido por Rogerio Neiva, juiz e professor de cursos preparatórios para concursos

São Paulo - Muitas vezes estabelecemos pensamentos e reflexões de que apenas passam em concursos públicos candidatos que contam com uma inteligência tida por acima da média, o que leva à idéia da existência de uma relação de causa e efeito necessária entre inteligência e aprovação. Para quem está se preparando para concursos e não se considera titular da referida capacidade, esta percepção gera um duplo perigo, ao pensar que não pode passar e, assim, se desmobilizar nos estudos. Porém, esta percepção não corresponde à verdade.
 
Primeiramente, o próprio conceito de inteligência é algo complexo. Segundo as construções de Howard Garner, o qual promoveu uma pequena revolução no tema, as inteligências contam com caráter múltiplo, envolvendo a dimensão lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-sinestésica, pessoal, naturalista e existencial.
 
Segundo um estudo desenvolvido pelo professor da Universidade de Toronto e pesquisador na área da psicologia cognitiva, Keith Stanovich, existe uma distinção entre a falta inteligência e o que chama de disracionalidade. Isto é, ser inteligente não significa ser racional, sendo que os testes de QI não medem a disracionalidade. Até porque é notório que os “gênios” também fazem besteiras.
 
Portanto, a prova do concurso público está muito mais para um teste de racionalidade do que para um teste de QI. Além disto, existem pesquisas que mostrando que há uma relação entre a eficiência das operações mentais, o que estaria relacionado ao conceito de inteligência, com a capacidade de baixo consumo enérgico no cérebro. E tais trabalhos também revelam que o treinamento, ou seja, os estudos freqüentes, a realização de exercícios, simulados e provas, contribuem para a redução do referido consumo de energia.
 
Tudo isto tem relação com a idéia de plasticidade cerebral, segundo a qual nossas estruturas cognitivas funcionam sob uma lógica de que, quanto mais estimuladas e demandas, mais se amplia a capacidade de funcionamento. Assim, a inteligência para o concurso público é relativa e flexível.
 
Portanto, compreenda o seguinte: (1) a aprovação no concurso público não é monopólio de gênios iluminados com uma inteligência acima da média; (2) a prova do concurso não é um teste de QI; (3) mantenha-se nos seus estudos, independente da percepção sobre a sua própria inteligência, que a aprovação será uma conseqüência natural.
 
Rogério Neiva, criador do Sistema Tuctor Rogerio Neiva é juiz do Trabalho, especialista em concursos públicos, professor  e criador do Sistema Tuctor
Acompanhe tudo sobre:carreira-e-salariosConcursosConcursos públicosSucesso

Mais de Carreira

Como usar a técnica que transformou a cultura da Microsoft para impulsionar sua carreira

10 dicas para se destacar em um ambiente de trabalho competitivo

Como responder 'Como você lida com mudanças?' na entrevista de emprego

Por que a cultura da empresa é a chave para atrair e reter talentos?