Sergey Brin (Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2015 às 12h32.
As empresas e startups de tecnologia dos Estados Unidos são conhecidas pelos processos seletivos pouco ortodoxos e entrevistas de emprego completamente imprevisíveis. Mas poucas delas devem superar, pelo menos no aspecto do inesperado, o que aconteceu com uma advogada que disputava uma vaga de trabalho no Google.
Durante os primeiros cinco anos da gigante das buscas, os cofundadores Larry Page e Sergey Brin se esforçavam para estar (pelo menos um deles) presentes nas entrevistas de quase todos os funcionários contratados pela empresa.
Em 2002, o Google precisava de um advogado para sua equipe jurídica. Uma bacharel recém formada em Harvard, Alisa Lee, conseguiu progredir no processo seletivo e foi chamada para uma entrevista com Sergei Brin e o chefe do corpo jurídico do Google, o advogado David Drummond.
Como em toda entrevista de emprego, Brin decidiu testar os conhecimentos técnicos de Lee. Preciso que você me redija um contrato. Não gaste muito tempo nele. Escreva e depois mande para mim e David para que possamos avaliar seu trabalho, disse o cofundador a Lee.
Mas o impressionante foi o teor do contrato: Preciso que ele estabeleça as condições da venda de minha alma ao diabo.
Lee teve 30 minutos para redigir o texto. Ela ficou tão impressionada com o tema que se esqueceu de perguntar a Brin os detalhes da peça, como o que ele queria em troca por sua alma.
Ele procurava alguém que pudesse executar tarefas pouco convencionais e conseguisse prosperar no processo de fazer algo inesperado, afirma Lee em Googled, livro de Ken Auletta, repórter da New Yorker, recém lançado no Brasil.
Mas o esforço compensou: Lee conseguiu o emprego e ficou no Google por sete anos, até 2009.