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SEO do CV: como fazer um bom currículo para ser encontrado

Vai se candidatar para uma vaga de emprego e vai atualizar o currículo? Veja as dicas e modelos para baixar

Currículos: para o seu CV se destacar, confira as dicas (C.J. Burton/Getty Images)

Luísa Granato

Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 07h00.

Oito segundos. Esse é o tempo que leva para um recrutador ler um currículo e avaliar se o candidato se encaixa em uma vaga de emprego, segundo Murilo Arruda, headhunter e presidente do Grupo DNA.

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Com milhares de currículos para avaliar, a leitura feita pelo humano é mecânica: o olhar está treinado para encontrar palavras-chave essenciais para um determinado cargo.

“Se precisasse encontrar um analista com inglês fluente, por exemplo, eu nem via a formação, ia direto no nível de inglês”, explica o CEO.

Com os processos de seleção de emprego se tornando mais digitais, leitura da inteligência artificial agora reproduz esses processos de triagem de forma automatizada.

O robô já faz esse mesmo caminho, em menos tempo, e ainda melhor.

Segundo Guilherme Dias, CMPO e cofundador da Gupy, a tecnologia é mais democrática nesse ponto.

“A inteligência artificial lê todas as informações e identifica mais de 200 características que contam para o aprendizado da máquina, como prêmios, formação, idiomas. E isso vai sendo adicionado para a ordenação das pessoas candidatas”, explica.

Enquanto o olho humano pulava pela página em busca de certas palavras, a máquina lê todo o conteúdo. E todos os currículos em sua base.

Ainda assim, os especialistas explica que a leitura do CV representa apenas parte do trabalho de seleção. Essa triagem é a primeira parte de um longo processo que ainda vai envolver testes e entrevistas que apresentarão mais insumos para escolher um profissional para certa vaga.

“Tivemos uma empresa contratando operadores de caixa e foram 20 mil pessoas para uma posição. É um retrato triste do Brasil e acontece com vagas para todos os níveis. A pessoa fazendo a seleção de 20 mil currículos sempre vai ter um critério e vieses, ela pode pegar os primeiros currículos ou os últimos, por exemplo”, diz Dias.

Entre humano, robôs e milhares de pessoas competindo por vagas, como fazer um currículo que agrade a todos?

Segundo os especialistas, o melhor caminho é entender a lógica das máquinas para garantir que suas competências e experiências não sejam apenas lidas, mas sejam encontradas. O robô vai ler tudo, porém ele ainda estará fazendo uma busca por certas palavras.

“Antes você fazia um CV pensando que alguém vai ler, então você escrevia bem e fazia algo mais bonito. Hoje ninguém vai ler, então faça um CV para ser encontrado”, diz Arruda.

A mentalidade aqui é que o texto colocado no currículo deve ser objetivo e intencional. O CEO se refere a essa técnica como o “SEO do CV”.

SEO é a sigla para “Search Engine Optimization”, traduzindo do inglês é a otimização de motores de busca. E isso representa um combo de estratégias para que textos digitais (como essa matéria) sejam encontrados por leitores que fazem buscas do Google.

E essa é a nova forma que deve ser usada para escrever o seu currículo. Os especialistas deram as dicas para você atualizar o seu currículo e ser encontrado para a vaga de emprego que deseja.

Como fazer um CV para ser encontrado

Entenda a lógica do SEO

O algoritmo busca por palavras-chave que provem a relevância de um texto para certo assunto. Quando faz uma busca na internet, você utiliza palavras relevantes sobre o que quer encontrar, como: “ Modelo de currículo para baixar”. Outra pessoa pode procurar: “ como escrever um bom CV modelo download ”.

Com resultados infinitos, o algoritmo vai criar um ranking dos resultados mais relevantes para o que a pessoa pesquisou e colocá-los na primeira página.

Com o seu currículo, a inteligência artificial vai fazer um caminho mais sofisticado, mas bem parecido. Ela encontra palavras, sinônimos e também interpreta a linguagem usada pelo candidato para criar um ranking de quem combina mais com a vaga.

“Melhor do que só usar siglas técnicas, a tecnologia analisa o currículo e entende o que está por trás do que você escreveu. Você pode usar uma variedade de expressões para indicar que sabe trabalhar em equipe, por exemplo, como trabalho colaborativo ou espírito de equipe”, explica Dias.

A lógica aqui é: se sua vida profissional fosse um resultado do Google, como você faria essa busca?

Encontre as suas palavras

Não adianta listar diversas palavras aleatórias e desejar pelo melhor. Os especialistas recomendam fazer um trabalho prévio de pesquisa de mercado sobre a sua área.

Quais as habilidades mais pedidas nos anúncios de vagas? E que comportamentos mais se destacam nas empresas? Que problemas os empregadores querem resolver ao contratar alguém para essa vaga?

O algoritmo vai fazer uma somatória de competências no seu currículo, então é importante ter uma lista grande, com termos mais comuns e seus sinônimos.

Agora vale lembrar a regra de ouro: nunca minta no currículo. Mesmo que “inglês fluente” apareça como o termo mais comum nas vagas, não adianta colocar no CV essa informação se não for verdadeiro para você.

Por isso, é necessário refinar essa lista para um conjunto pessoal de termos. Esse será o seu “SEO” profissional.

“Você precisa entender as palavras sendo usadas e quais delas definem o seu valor como profissional. E essas devem cruzar com o valor da descrição da vaga, aí os sistemas se conversam e você é encontrado”, diz Arruda.

As próprias vagas serão suas aliadas nessa pesquisa. O CEO também recomenda navegar e utilizar a busca do LinkedIn para validar os termos da sua lista.

Escreva sua história

Nada de copiar sua lista e colar em tópicos no currículo. Mesmo que o robô seja o principal leitor do seu CV, ele vai entender melhor os termos dentro de contexto – e pode ser que seu currículo ainda caia nas mãos de um humano.

O cofundador da Gupy recomenda estruturar histórias curtas usando suas palavras-chave para contar as experiências profissionais.

“Não quer dizer que o texto vai ser longo, ele pode ser objetivo e contar o que você fez, habilidades que usou e resultados”, diz.

Assim, você não precisa escrever “trabalho muito bem equipe”, mas fazer textos como: “Junto a uma equipe multidisciplinar, desenvolvi a estratégia de marketing para as redes sociais” ou “fazendo uso de CRM, cuidava da implementação de sistemas junto da equipe...”.

Para o CEO do Grupo DNA, essa é uma ótima forma de começar a acrescentar habilidades comportamentais no currículo, um movimento que antes era desaconselhado por recrutadores.

As soft skills normalmente ficavam para a entrevista de emprego. No entanto, elas têm ganhado protagonismo na triagem de candidatos.

O que colocar no currículo

O documento ainda deve ser estruturado de forma clara. Assim, vale organizar partes para cada grupo de informações. A recomendação da Gupy é:

Em diversas plataformas, como a Gupy e a Vagas.com, é possível identificar se você faz parte de um grupo minorizado.

Nem todos se sentem confortáveis em divulgar as informações, mas as duas plataformas citadas só mostram essas informações para empresas que assinaram um compromisso de responsabilidade para não discriminar os candidatos.

Segundo Dias, o uso dessa informação para a seleção de vagas afirmativas aumenta a média de 45% para 75% nas contratações de diversidade.

E o que nunca fazer no currículo?

Pode ser bonito, mas os especialistas da Gupy recomendam que os candidatos evitem fazer colunas para economizar espaço na página do currículo. Embora a tecnologia tenha evoluído para identificar diversos formatos de documento, essa formatação ainda confunde a leitura da máquina.

Na hora de passar para o sistema, as colunas podem embaralhar o texto e o sentido se perde totalmente. Assim, o modelo de CV com um formato mais limpo deve ser favorecido.

Outra coisa: atenção para a revisão para encontrar erros de português e de digitação. Se antes um candidato poderia ser desclassificado por causa de um deslize, a máquina pode simplesmente não entender uma palavra importante que foi escrita errado.

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