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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h32.
A reestruturação das empresas, que começou com o enxugamento dos níveis gerenciais e caminha cada vez mais para a flexibilização de cargos e funções, gera novos desafios para as companhias e recrutadores. O maior deles é encontrar o ponto de equilíbrio entre as demandas da empresa que tem uma vaga aberta e as qualidades dos profissionais disponíveis no mercado.
"Às vezes, nossos clientes buscam um super-homem, alguém que reúne mais atributos do que é possível", afirma Marina Vergili, vice-presidente da Fesa Global Recruiters, empresa especializada no recrutamento de executivos. Em parte, superestimar as qualidades desejadas para um cargo é decorrência das mudanças que as empresas estão enfrentando. O dia-a-dia de uma organização exige cada vez mais que os profissionais sejam polivalentes, assumindo tarefas que nem sempre estão, a rigor, ligadas às atribuições descritas para sua função. Por isso, as empresas não querem correr o risco de contratar alguém com poucos recursos profissionais e elaboram longas listas de exigências.
Mas, para que o processo de seleção não frustre nem os contratantes, nem os contratados, Marina recomenda que as empresas sejam mais flexíveis. "Na prática, ninguém encontrará um candidato que preencha todos os requisitos. Por isso, a empresa precisa se dispor a complementar as lacunas do escolhido por meio de treinamento interno", diz.
A contrapartida é que o candidato selecionado apresente disposição de adquirir novos conhecimentos e habilidades. "No final, o que pesa mais na seleção é a capacidade e a vontade do candidato de aprender e de se relacionar com outras pessoas", afirma Marina (leia também reportagem de EXAME sobre os candidatos que falsificam seu currículo).