Carreira

Sair do eixo Rio-SP rende salário até 40% mais alto

Estudo da Michael Page indica que oportunidades fora de São Paulo e Rio de Janeiro responderam por 15% das contratações no 1º semestre


	Empresas que operam no Norte e Nordeste oferecem salários mais competitivos para atrair profissionais para estas regiões
 (Sean Gallup/Getty Images)

Empresas que operam no Norte e Nordeste oferecem salários mais competitivos para atrair profissionais para estas regiões (Sean Gallup/Getty Images)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 18h49.

São Paulo - Sair do eixo Rio-São Paulo para trabalhar nas regiões Norte e Nordeste pode ser lucrativo. É o que revela um estudo feito pela Michael Page, especializada em recrutamento executivo.

Para atrair profissionais das áreas de gestão (administrativo, jurídico, marketing) os salários oferecidos por empresas que operam nessas regiões chegam a ser 40% mais altos do que os praticados em São Paulo e Rio de Janeiro.

Mesmo assim, metade dos candidatos acaba desistindo durante o processo seletivo. “A remuneração chama atenção do profissional para começar participar do processo seletivo, mas a decisão de se mudar para um local distante de grandes centros urbanos não envolve apenas a carreira dele”, diz Marcelo Cuellar, que coordenou o estudo na Michael Page.

Antes de fazer as malas para ir morar em uma cidade distante 300 km de uma capital nordestina, por exemplo, são vários os questionamentos envolvidos, diz Cuellar. “As questões familiar, da mulher ou do marido, da criação dos filhos e da própria infraestrutura do lugar são levadas em consideração”, diz.

Já para profissionais de áreas mais técnicas, como engenharia, siderurgia e mineração, o aumento existe, mas é um pouco menor, por volta de 25% mais alto na comparação com Rio e SP. O índice de desistência também é menor, cerca de um quinto dos candidatos perde o interesse no meio do caminho.

Pessoas de formação técnica, como engenheiros, têm menos resistência à mudança porque morar em outras cidades muitas vezes é uma exigência desde o início da carreira. “Esses profissionais de áreas especializadas, como, por exemplo, do setor de engenharia de grandes obras ou de mineração já se preparam para possíveis mudanças de cidade ou estado, desde a faculdade, ao contrário do que ocorre com profissionais ligados à gestão de empresas”, diz Cuellar.

Em expansão, as regiões Norte e Nordeste representam quase a totalidade das contratações fora do eixo Rio- São Paulo. De 300 contratos de trabalho fechados no 1º semestre para oportunidades nas regiões Norte e Nordeste, 75% foram para vagas técnicas e 25% para áreas de gestão. “A expansão destas regiões tem acompanhado o próprio crescimento do país nos últimos 7 anos, com grandes obras na área de infraestrutura”, diz Cuellar.

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