Rota da beleza no Nordeste cria oportunidades de carreira
As principais empresas de cosméticos do país estão instalando novas fábricas ou expandindo seus negócios no nordeste, com boas oportunidades para executivos de marketing e logística, ou com experiência na região
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 12h20.
São Paulo - Nos últimos anos, as principais companhias de beleza e cosmético s ou se estabeleceram em algum dos nove estados do Nordeste ou ampliaram suas atividades na região.
O movimento é tão forte que dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) indicam que, em apenas um ano, o número de empresas do setor com operação no Nordeste cresceu 66%, chegando a 231.
Em 2011, a região respondia por 8% das fábricas de produtos de higiene e beleza no Brasil. No fim do ano passado, essa participação beirou os 10%.
O fenômeno é o mesmo que explica o que tornou o Nordeste a bola da vez em tantos outros setores: o crescimento da renda da população, que inseriu milhões de pessoas na classe média e tornou os consumidores da região objeto de desejo de qualquer companhia que queira crescer.
Hoje, a classe C responde por mais de 40% do consumo de produtos de beleza no país, segundo dados do Pyxis consumo, ferramenta desenvolvida pelo ibope. E o Nordeste tem papel crucial nesse processo, já que o crescimento da classe C na região de 2002 a 2009 foi de 50%, informa o Data Popular.
A pesquisa mostra que três em cada dez pessoas que ingressam na nova classe média são nordestinas. Apenas no Nordeste, os gastos com produtos para o cuidado pessoal devem fechar o ano em mais de 7 bilhões de reais. Por isso, o desempenho da região é um dos fatores que ajudarão o Brasil a se tornar ainda neste ano o segundo maior mercado do mundo para as indústrias de higiene pessoal e beleza.
Segundo a consultoria Euromonitor, o país ocupava, no fim do ano passado, a terceira posição, atrás apenasde Estados Unidos e Japão.
De olho no crescimento do mercado consumidor nordestino, empresas como Avon , Boticário e Natura já inauguraram ou vão inaugurar em breve operações importantes na região.
Como resultado, a busca por profissionais de todos os níveis ficou mais intensa. "No caso específico dos executivos de alta e média gerência, era comum que houvesse uma grande diferença salarial entre quem trabalhava no Nordeste e os profissionais do Sudeste. Com o ganho de importância estratégica do mercado nordestino, essa diferença está praticamente acabando", afirma Raphael Falcão, diretor para o Rio de Janeiro e região Nordeste da Hays, consultoria de recrutamento para cargos de direção.
Conhecimento local
Esse mercado está aberto tanto para profissionais que já atuam e conhecem a região como para aqueles que buscam uma transferência. "Para o executivo, é uma ótima oportunidade de somar qualidade de vida e um grande potencial de crescimento", diz Falcão.
Segundo ele, as empresas podem encontrar vantagens nos dois perfis, uma vez que um detém grande conhecimento da região e o outro costuma estar mais bem adaptado a mercados ultracompetitivos. Essa foi a estratégia adotada pelo Grupo Boticário ao decidir construir uma fábrica em um centro de distribuição no Nordeste.
As unidades, localizadas nas cidades baianas de Camaçari e São Gonçalo dos Campos, respectivamente, serão as primeiras da empresa fora das regiões Sul e Sudeste.
"Acreditamos que a integração entre executivos vindos de outras operações do grupo e gente com maior conhecimento do mercado regional é a melhor opção, porque torna possível que se mantenham os valores e a cultura da organização", afirma Lia Cristina Azevedo, diretora executiva de RH e sustentabilidade da companhia.
Até o fim do ano, as novas unidades do Grupo Boticário na Bahia vão gerar 529 empregos diretos na região. Uma das executivas já contratadas é Margareth de Albuquerque Barreto, gerente de desenvolvimento organizacional da empresa na Bahia.
Margareth, de 41 anos de idade, nasceu em Salvador e fez carreira na área de gestão de pessoas nas unidades baianas de companhias como as multinacionais Bosch, do setor automotivo, e Bridgestone , de pneus.
"Conheço o mercado baiano e sei como o colaborador daqui trabalha. Acredito que um profissional de fora teria mais dificuldade para engajar as pessoas no projeto", diz.
A decisão de integrar executivos da região com pessoas de outras partes do país também foi a opção da Natura, que ampliou em 2012 seu centro de distribuição de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, abrindo 300 postos de trabalho.
"Em algumas áreas, como marketing, é interessante contarmos com alguém com experiência ampla em mercados mais maduros", afirma Daniel Silveira, diretor executivo para Norte e Nordeste da empresa. "Em outras áreas, é fundamental contar com quem entenda muito bem a dinâmica da região."
São Paulo - Nos últimos anos, as principais companhias de beleza e cosmético s ou se estabeleceram em algum dos nove estados do Nordeste ou ampliaram suas atividades na região.
O movimento é tão forte que dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) indicam que, em apenas um ano, o número de empresas do setor com operação no Nordeste cresceu 66%, chegando a 231.
Em 2011, a região respondia por 8% das fábricas de produtos de higiene e beleza no Brasil. No fim do ano passado, essa participação beirou os 10%.
O fenômeno é o mesmo que explica o que tornou o Nordeste a bola da vez em tantos outros setores: o crescimento da renda da população, que inseriu milhões de pessoas na classe média e tornou os consumidores da região objeto de desejo de qualquer companhia que queira crescer.
Hoje, a classe C responde por mais de 40% do consumo de produtos de beleza no país, segundo dados do Pyxis consumo, ferramenta desenvolvida pelo ibope. E o Nordeste tem papel crucial nesse processo, já que o crescimento da classe C na região de 2002 a 2009 foi de 50%, informa o Data Popular.
A pesquisa mostra que três em cada dez pessoas que ingressam na nova classe média são nordestinas. Apenas no Nordeste, os gastos com produtos para o cuidado pessoal devem fechar o ano em mais de 7 bilhões de reais. Por isso, o desempenho da região é um dos fatores que ajudarão o Brasil a se tornar ainda neste ano o segundo maior mercado do mundo para as indústrias de higiene pessoal e beleza.
Segundo a consultoria Euromonitor, o país ocupava, no fim do ano passado, a terceira posição, atrás apenasde Estados Unidos e Japão.
De olho no crescimento do mercado consumidor nordestino, empresas como Avon , Boticário e Natura já inauguraram ou vão inaugurar em breve operações importantes na região.
Como resultado, a busca por profissionais de todos os níveis ficou mais intensa. "No caso específico dos executivos de alta e média gerência, era comum que houvesse uma grande diferença salarial entre quem trabalhava no Nordeste e os profissionais do Sudeste. Com o ganho de importância estratégica do mercado nordestino, essa diferença está praticamente acabando", afirma Raphael Falcão, diretor para o Rio de Janeiro e região Nordeste da Hays, consultoria de recrutamento para cargos de direção.
Conhecimento local
Esse mercado está aberto tanto para profissionais que já atuam e conhecem a região como para aqueles que buscam uma transferência. "Para o executivo, é uma ótima oportunidade de somar qualidade de vida e um grande potencial de crescimento", diz Falcão.
Segundo ele, as empresas podem encontrar vantagens nos dois perfis, uma vez que um detém grande conhecimento da região e o outro costuma estar mais bem adaptado a mercados ultracompetitivos. Essa foi a estratégia adotada pelo Grupo Boticário ao decidir construir uma fábrica em um centro de distribuição no Nordeste.
As unidades, localizadas nas cidades baianas de Camaçari e São Gonçalo dos Campos, respectivamente, serão as primeiras da empresa fora das regiões Sul e Sudeste.
"Acreditamos que a integração entre executivos vindos de outras operações do grupo e gente com maior conhecimento do mercado regional é a melhor opção, porque torna possível que se mantenham os valores e a cultura da organização", afirma Lia Cristina Azevedo, diretora executiva de RH e sustentabilidade da companhia.
Até o fim do ano, as novas unidades do Grupo Boticário na Bahia vão gerar 529 empregos diretos na região. Uma das executivas já contratadas é Margareth de Albuquerque Barreto, gerente de desenvolvimento organizacional da empresa na Bahia.
Margareth, de 41 anos de idade, nasceu em Salvador e fez carreira na área de gestão de pessoas nas unidades baianas de companhias como as multinacionais Bosch, do setor automotivo, e Bridgestone , de pneus.
"Conheço o mercado baiano e sei como o colaborador daqui trabalha. Acredito que um profissional de fora teria mais dificuldade para engajar as pessoas no projeto", diz.
A decisão de integrar executivos da região com pessoas de outras partes do país também foi a opção da Natura, que ampliou em 2012 seu centro de distribuição de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, abrindo 300 postos de trabalho.
"Em algumas áreas, como marketing, é interessante contarmos com alguém com experiência ampla em mercados mais maduros", afirma Daniel Silveira, diretor executivo para Norte e Nordeste da empresa. "Em outras áreas, é fundamental contar com quem entenda muito bem a dinâmica da região."