Fernando Okumura, do site Kekanto: ele abandonou o curso de medicina na USP para virar empreendedor (Ricardo Benichio / VOCÊ S/A)
José Eduardo Costa
Publicado em 7 de março de 2014 às 10h35.
Questão de carreira
Aos 17 anos, o paulistano Fernando Okumura, hoje com 35, saiu dos bancos escolares direto para a faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. A conquista foi brindada pelos pais — também médicos — e pelos amigos. No primeiro ano de curso, Fernando descobriu que não tinha talento para a profissão. "Não seria um bom médico."
O dilema
Fernando começou a estudar outras opções e se interessou pela experiência universitária americana, que permite que o estudante escolha sua área de estudo sem ter de optar pela carreira já no início do curso. Com o apoio dos pais, Fernando embarcou para Santa Mônica, na Califórnia. "Fui visitar a Universidade da Califórnia e percebi que estávamos anos atrás em termos de infraestrutura e educação", diz.
Como era dezembro, Fernando não pôde se candidatar para entrar na faculdade. A opção era encarar um junior college, escola preparatória para a universidade. "Eu teria de ficar dois anos no college, que não conferia um diploma universitário, sem a garantia de que conseguiria entrar em uma faculdade americana."
A decisão
"Conversei com meus pais, que aceitaram bancar a experiência. Em maio de 1997 eu embarquei para Santa Mônica. Durante o college, descobri que queria fazer administração de empresas. Minha primeira opção era Wharton (uma das melhores escolas de negócios dos Estados Unidos). Fui rejeitado.
Não me conformei com a negativa. Viajei para a Filadélfia três vezes, até conseguir ser recebido pelos selecionadores de Wharton. Expliquei minha história e me deram a oportunidade. Concluí a universidade em 2001 e fui trabalhar no JP Morgan, em Nova York. No banco de investimento, descobri que eu queria empreender.
O primeiro empreendimento do qual participei foi o Clickon, site de ofertas online. Saí da empresa em 2010 para montar o Kekanto, site de opiniões e recomendações, que hoje tem 10 milhões de visualizações por mês e emprega 15 pessoas."