Carreira

Relacionamento ruim com chefe é prejudicial à saúde

Pouca autonomia no trabalho pode aumentar em 67% o risco de doenças cardíacas

Tensão provocada por gestores que não sabem liderar bem aumenta risco de doenças cardíacas (Getty Images)

Tensão provocada por gestores que não sabem liderar bem aumenta risco de doenças cardíacas (Getty Images)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 13h27.

São Paulo – Não se dá bem com seus superiores? Então, cuidado. Além da sua carreira, seu coração também pode estar em risco.

De acordo com estudo feito por um grupo de cientistas suecos, profissionais que avaliavam seus chefes como maus líderes tinham 25% mais chances de desenvolver uma doença cardíaca. 

Pior: a pesquisa constatou que essa tendência tem efeito cumulativo. Profissionais que trabalhavam há mais de 4 anos sob essas condições tinham 39% mais risco de ter uma isquemia cardíaca.

Para avaliar o estilo de liderança de seus superiores, os 3.122 participantes da pesquisa davam notas para aspectos como clareza de informações e metas para a equipe, nível de autonomia de cada subordinado, e até se os funcionários eram elogiados, entre outros.

Os resultados de uma pesquisa feita com a participação de brasileiros pelo International Stress Management Association (ISMA) apontam um cenário semelhante. De acordo com o estudo, profissionais que não tinham um grau de autonomia compatível com suas responsabilidades apresentavam 67% mais risco de desenvolver uma doença cardiovascular.

A relação entre baixa qualidade do estilo de liderança e doenças cardíacas estão ligadas ao ambiente estressante que esse tipo de comportamento da chefia impõe. “Isso coloca a pessoa em uma situação de grande vulnerabilidade”, afirma Ana Maria Rossi, presidente do ISMA Brasil.

E a ciência comprova essa ideia. Há alguns meses, outro grupo de cientistas constatou que mulheres com menos de 50 anos que trabalham sob estresse têm 35% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que as que não atuam nessas condições.

De acordo com a especialista, o quadro se agrava exatamente porque as pessoas não sabem desenvolver estratégias de resistência à situações de pressão. “Elas engavetam suas emoções”, afirma Ana Maria. “E recorrem a atitudes não saudáveis, como ingestão de bebidas alcoólicas ou mesmo alimentação rica em açúcar, para compensar isso”.

Os métodos de prevenção, nesse sentido, estão ligados ao cultivo de hábitos saudáveis como manter uma atividade física, alimentar-se bem e dedicar alguns momentos para lazer e relacionamentos para além do trabalho.

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