Carreira

Quer ser uma pessoa melhor no trabalho? Tente ser o Einstein, literalmente

Usando realidade virtual, pesquisadores avaliaram se personificar o gênio da física alteraria as capacidades mentais das pessoas

Einstein: ambientes virtuais imersivos ajudam a criar poderosas ilusões (./AFP)

Einstein: ambientes virtuais imersivos ajudam a criar poderosas ilusões (./AFP)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 31 de julho de 2018 às 15h00.

Última atualização em 31 de julho de 2018 às 15h21.

São Paulo - Se você acordasse hoje dentro do corpo do Albert Einstein, o que você faria diferente? Não só essa experiência é possível, como foi provado por cientistas que existem benefícios para sua inteligência ao personificar um gênio.

Pesquisadores da Universidade de Barcelona usaram óculos de Realidade Virtual em um estudo para testar se haveria uma melhora nas capacidades mentais dos participantes.

Para sua surpresa, o resultado foi positivo: ter o corpo do Albert Einstein faz você se sentir um pouco como o gênio.

O estudo recrutou um grupo de 30 homens jovens para realizar um teste cognitivo que detectou suas habilidades de planejamento e solução de problemas e uma tarefa que mediu sua autoestima.

Um terceiro teste analisou se os voluntários possuíam um viés inconsciente, um tipo "sutil" de preconceito, em relação a pessoas idosas.

Então, o grupo foi dividido: metade repetiria os testes após incorporar o gênio da física, os outros 15 serviram como placebo, refazendo as atividades normalmente. O primeiro grupo usou um traje preto com sensores de movimento, dentro de uma sala com 12 câmeras.

Estudo com Realidade Virtual da Universidade de Barcelona

(Domna Banakou, Sameer Kishore, Mel Slater/Frontiers)

No grupo “Einstein”, os participantes tiveram menos chance de estereotipar pessoas mais velhas e aqueles com menor autoestima conseguiram melhores notas no teste cognitivo.

 

O estudo publicado no “Frontiers in Psychology” sugere que a percepção corporal do cérebro é muito flexível. Segundo o professor Mel Slater, um dos autores da pesquisa, ambientes virtuais imersivos ajudam a criar poderosas ilusões de que o corpo virtual nos pertence.

“Os participantes conseguem ver seu novo corpo em um espelho e ele mostra movimentos idênticos aos deles”, explica ele.

Assim, essa manipulação da percepção sobre si mesmo poderia ajudar a compreender outras pessoas. É uma resposta natural do humano fazer suposições sobre os outros, no entanto, esse julgamento pode se tornar enviesado por preconceitos implícitos.

Assumir outro corpo virtualmente pode ser uma solução para contornar o viés inconsciente. No estudo, os participantes puderam se colocar no lugar de uma personalidade mais velha e conhecida por sua inteligência. E mostraram maior empatia e superaram seus desempenhos anteriores.

O experimento ainda precisa ser replicado em um número maior de pessoas (inclusive com os dois gêneros), mas os pesquisadores acreditam que a realidade virtual possa ter usos educativos.

Acompanhe tudo sobre:Albert Einstein (cientista)ComportamentoInteligência emocionalPesquisas científicasPreconceitos

Mais de Carreira

Como usar a técnica que transformou a cultura da Microsoft para impulsionar sua carreira

10 dicas para se destacar em um ambiente de trabalho competitivo

Como responder 'Como você lida com mudanças?' na entrevista de emprego

Por que a cultura da empresa é a chave para atrair e reter talentos?