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Recomendação profissional? Não arrisque sua credibilidade

Saiba como agir ao ser consultado para dar referência de outro profissional, sendo transparente

Marcele Simões, do JW Marriott: profissional que ela indicou ocupou cargo mais alto, o que mostra alinhamento dela com a empresa (Marcelo Correa/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2013 às 08h22.

São Paulo - Em uma tarde de trabalho seu telefone toca. Do outro lado da linha, um recrutador pede sua opinião sobre o trabalho de um ex-colega ou ex-subordinado. O que dizer?

Como dar recomendação de alguém sem aumentar a história nem prejudicar o conhecido? Que nível de responsabilidade se deve assumir nessas situações? Qualquer profissional pode ser procurado por recrutadores como uma fonte de checagem, não apenas aqueles que já gerenciaram equipes.

“Como a referência baseia-se na experiência e na rotina de trabalho, o mais importante é ilustrar com casos vividos”, afirma Rafael Meneses, sócio-gerente regional da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de executivos de São Paulo.

Portanto, se você acha que o ex-colega é muito bom em se relacionar com clientes, por exemplo, explique o porquê usando situações reais. “Em todos os casos, o melhor é ter uma atitude transparente”, diz Rafael.

Se o ex-colega deu o seu telefone como uma fonte de informações para o recrutador, provavelmente você é alguém em quem ele confia. Mas calma: você não será a única fonte a ser procurada. A responsabilidade é grande, sim, porém o comum é que a referência profissional seja vista como um instrumento de checagem do que foi dito e observado na entrevista.

“É só mais uma etapa do processo seletivo”, diz Anna Carolina Frazão, gerente de RH da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, em São Paulo. “As evidências anteriores servem como base para ler o discurso da pessoa que dá a referência, assim é possível aprofundar e apurar melhor o perfil do candidato.”

Lembre-se: sua reputação profissional também está em jogo. Não vale a pena mentir sobre um colega e exagerar as qualidades, ainda que seja um amigo. “Não arrisque sua credibilidade para ajudar alguém”, diz Rafael.

Usar exemplos pode auxiliar numa situação difícil. Você não precisa tomar partido nem julgar o candidato à vaga, basta contar situações que aconteceram para mostrar as qualidades ou as habilidades que precisam ser desenvolvidas.

Na hora de falar sobre o trabalho de alguém, busque deixar as emoções de lado e atenha-se aos fatos. “É sempre melhor olhar por meio da lente profissional”, diz Danielle Restivo, gerente de comunicação corporativa do LinkedIn, rede social profissional, no Canadá e Brasil. No LinkedIn é possível pedir que profissionais recomendem colegas, e, em geral, informações objetivas funcionam melhor que elogios ou frases genéricas.


A capacidade técnica e a maneira de relacionar-se no trabalho são os principais pontos a ser checados pelos recrutadores no pedido de referência. Se você não se sentir confortável para falar desses aspectos do candidato, pode explicar que não o conhece suficientemente bem. “Antes de responder, questione-se o quanto sabe sobre a pessoa e o conjunto de habilidades que ela possui”, diz Danielle.

Sandro Souza, especialista de qualidade da Personal Service, empresa de serviços terceirizados de mão de obra, limpeza e manutenção, do Rio de Janeiro, já passou por uma situação assim.

Ao receber o pedido de referência de um colega que havia sido desligado por não apresentar perfil para o cargo em que atuava e com quem não trabalhava diretamente, preferiu explicar que não conhecia bem o trabalho dele. “Era uma pessoa querida, mas dar uma referência equivocada pode ser desastroso para a futura empresa”, diz Sandro.  “Nesses casos, você assume uma responsabilidade.”

Em outra situação, um colega de trabalho de Sandro o avisou que havia deixado seu contato como possível referência. Quando o RH ligou, ele buscou saber qual era o perfil desejado pela empresa para assim falar de maneira clara e objetiva sobre as habilidades do colega.

Marcele Simões, diretora de finanças do hotel JW Marriott Rio de Janeiro, fez um movimento diferente. Ao saber de uma vaga aberta na sua empresa, resolveu indicar um ex-colega do emprego anterior por acreditar na excelência dele. No fim das contas, o colega era tão bom que foi convidado a ocupar um cargo mais alto do que o posto ao qual havia se candidatado.

“Foi ótimo para mim porque mostra que estou conectada com o que minha empresa busca e com a cultura dela”, diz Marcele. Para ela, o principal na hora de fazer uma recomendação é saber se o profissional tem características que considera indispensáveis, como ética, respeito, profissionalismo e excelência técnica.

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Como dar recomendação de alguém sem aumentar a história nem prejudicar o conhecido? Que nível de responsabilidade se deve assumir nessas situações? Qualquer profissional pode ser procurado por recrutadores como uma fonte de checagem, não apenas aqueles que já gerenciaram equipes.

“Como a referência baseia-se na experiência e na rotina de trabalho, o mais importante é ilustrar com casos vividos”, afirma Rafael Meneses, sócio-gerente regional da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de executivos de São Paulo.

Portanto, se você acha que o ex-colega é muito bom em se relacionar com clientes, por exemplo, explique o porquê usando situações reais. “Em todos os casos, o melhor é ter uma atitude transparente”, diz Rafael.

Se o ex-colega deu o seu telefone como uma fonte de informações para o recrutador, provavelmente você é alguém em quem ele confia. Mas calma: você não será a única fonte a ser procurada. A responsabilidade é grande, sim, porém o comum é que a referência profissional seja vista como um instrumento de checagem do que foi dito e observado na entrevista.

“É só mais uma etapa do processo seletivo”, diz Anna Carolina Frazão, gerente de RH da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, em São Paulo. “As evidências anteriores servem como base para ler o discurso da pessoa que dá a referência, assim é possível aprofundar e apurar melhor o perfil do candidato.”

Lembre-se: sua reputação profissional também está em jogo. Não vale a pena mentir sobre um colega e exagerar as qualidades, ainda que seja um amigo. “Não arrisque sua credibilidade para ajudar alguém”, diz Rafael.

Usar exemplos pode auxiliar numa situação difícil. Você não precisa tomar partido nem julgar o candidato à vaga, basta contar situações que aconteceram para mostrar as qualidades ou as habilidades que precisam ser desenvolvidas.

Na hora de falar sobre o trabalho de alguém, busque deixar as emoções de lado e atenha-se aos fatos. “É sempre melhor olhar por meio da lente profissional”, diz Danielle Restivo, gerente de comunicação corporativa do LinkedIn, rede social profissional, no Canadá e Brasil. No LinkedIn é possível pedir que profissionais recomendem colegas, e, em geral, informações objetivas funcionam melhor que elogios ou frases genéricas.


A capacidade técnica e a maneira de relacionar-se no trabalho são os principais pontos a ser checados pelos recrutadores no pedido de referência. Se você não se sentir confortável para falar desses aspectos do candidato, pode explicar que não o conhece suficientemente bem. “Antes de responder, questione-se o quanto sabe sobre a pessoa e o conjunto de habilidades que ela possui”, diz Danielle.

Sandro Souza, especialista de qualidade da Personal Service, empresa de serviços terceirizados de mão de obra, limpeza e manutenção, do Rio de Janeiro, já passou por uma situação assim.

Ao receber o pedido de referência de um colega que havia sido desligado por não apresentar perfil para o cargo em que atuava e com quem não trabalhava diretamente, preferiu explicar que não conhecia bem o trabalho dele. “Era uma pessoa querida, mas dar uma referência equivocada pode ser desastroso para a futura empresa”, diz Sandro.  “Nesses casos, você assume uma responsabilidade.”

Em outra situação, um colega de trabalho de Sandro o avisou que havia deixado seu contato como possível referência. Quando o RH ligou, ele buscou saber qual era o perfil desejado pela empresa para assim falar de maneira clara e objetiva sobre as habilidades do colega.

Marcele Simões, diretora de finanças do hotel JW Marriott Rio de Janeiro, fez um movimento diferente. Ao saber de uma vaga aberta na sua empresa, resolveu indicar um ex-colega do emprego anterior por acreditar na excelência dele. No fim das contas, o colega era tão bom que foi convidado a ocupar um cargo mais alto do que o posto ao qual havia se candidatado.

“Foi ótimo para mim porque mostra que estou conectada com o que minha empresa busca e com a cultura dela”, diz Marcele. Para ela, o principal na hora de fazer uma recomendação é saber se o profissional tem características que considera indispensáveis, como ética, respeito, profissionalismo e excelência técnica.

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