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Que profissão é essa? Cool hunter

De olho nas últimas tendências, profissional deve fazer um mapeamento do “espírito do tempo” – e não é preciso ser hipster para se dar bem na carreira

Caçadores de tendências: um cool hunter consegue captar, nos detalhes, o 'zeitgeist', ou espírito do tempo (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 13h02.

São Paulo – Antes de um estilo de roupa, um tipo de comportamento ou até uma ideologia cair (de fato) na boca do povo, um grupo de profissionais têm a missão de percebê-los e antecipá-los para as empresas. O nome da profissão não poderia ser mais sugestivo: cool hunting. E a rotina, trabalhosa.

Afinal, na prática, o cool hunter tem, literalmente, a tarefa de “caçar” o que está prestes a virar uma febre. Das passarelas de moda a um assunto mobilizador de uma mesa de bar: tudo pode servir de brecha para um cool hunter captar o que pode virar uma tendência. Fato que exige muita sola de sapato, conhecimento prévio e senso de observação.

Sabina Deweik, do instituto de pesquisas de tendências de consumo Future Concept Lab, sabe bem disso. Formada em jornalismo e com dois mestrados no currículo (um em comunicação da moda e outro em semiótica), ela atua há doze anos como cool hunter. E admite: mais que uma profissão ou um estilo de vida, atuar em cool hunting é uma maneira de ver o mundo. Entenda por quê:

EXAME.com: O que é, de fato, um cool hunter?
Sabina Deweik:
Tem uma palavra que usamos muito em Cool Hunting que é "zeitgeist". Em alemão, este termo significa o espírito do tempo. Então, é isso. É como se o cool Hunter radiografasse a alma da cidade.

Então, o cool hunter é um pesquisador que observa em 360 graus o que está acontecendo de novos comportamentos em uma determinada região. Para isso, ele observa várias áreas. Não é só em moda.

EXAME.com: Qual a diferença entre cool hunting e  as pesquisas de mercado tradicionais?
Sabina:
Você faz uma pesquisa da sociedade e não do mercado apenas. Os quatro “Ps” do marketing clássico (produto, preço, lugar e promoção, em inglês) estão se transformando nos quatro “Ps” do marketing relacional pessoas (people), lugares (places), planos culturais (plans) e projetos (projects).

EXAME.com: Como assim?
Sabina:
Isso significa que a primeira coisa é observar o comportamento humano. Depois, os lugares - todos os locais podem dar indícios das encarnações de novos comportamentos. As manifestações culturais também têm o poder de captar novas sensibilidades. Por fim, os projetos ou produtos que impactam a cidade. Por exemplo, em São Paulo, a lei Cidade Limpa impactou a maneira como as empresas iriam fazer publicidade.


EXAME.com: Como é a rotina de trabalho?
Sabina:
Cerca de 40% do trabalho é no campo. Não é só tirar foto de vitrine, você precisa levantar hipóteses. Então, tem uma pesquisa anterior. Depois do mapeamento, você desenvolve um relatório com base no que observou. Você não pode fazer interpretações erradas. Não pode afirmar que é uma tendência algo que vai durar apenas um ano.

EXAME.com: Como não cair neste tipo de erro?
Sabina:
Experiência. A gente não faz futurologia. A única forma de fazer previsões é observar o que está acontecendo no presente e no passado. E, para isso, você precisa de uma boa base.

EXAME.com: Ser “hipster” não é suficiente, então?
Sabina:
Tem uma glamourização muito grande da profissão. Não é bem assim. Quanto mais você teve contato com as coisas por viagens, leituras e cursos, mais repertório terá para fazer este tipo de trabalho.

EXAME.com: Então, o que é necessário para ser um cool hunter?
Sabina:
Tem que ser uma pessoa curiosa, observadora, com uma atitude de tolerância, capacidade de comunicação e habilidades para tirar fotografias. A carreira é um estilo de vida. Quer dizer, é mais que isso. É uma forma de ver o mundo.

EXAME.com: Por que é uma forma de ver o mundo?
Sabina
: Você começa a perguntar o porquê das coisas. Você não dá nada como óbvio.

Para entender mais o cool hunting e se preparar caso queira entrar no ramo:

LivroAutorEditora
Coolhunting: Chasing Down the Next Big ThingPeter Gloor e Scott CooperAmacom
A modernidade líquidaZygmunt BaumanZahar
O ponto da viradaMalcolm GladwellSextante
FilmeDiretorAno
Zeitgeist: Moving ForwardPeter Joseph2011
A rede socialDavid Fincher2010
Middle MenGeorge Gallo2009

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São Paulo – Antes de um estilo de roupa, um tipo de comportamento ou até uma ideologia cair (de fato) na boca do povo, um grupo de profissionais têm a missão de percebê-los e antecipá-los para as empresas. O nome da profissão não poderia ser mais sugestivo: cool hunting. E a rotina, trabalhosa.

Afinal, na prática, o cool hunter tem, literalmente, a tarefa de “caçar” o que está prestes a virar uma febre. Das passarelas de moda a um assunto mobilizador de uma mesa de bar: tudo pode servir de brecha para um cool hunter captar o que pode virar uma tendência. Fato que exige muita sola de sapato, conhecimento prévio e senso de observação.

Sabina Deweik, do instituto de pesquisas de tendências de consumo Future Concept Lab, sabe bem disso. Formada em jornalismo e com dois mestrados no currículo (um em comunicação da moda e outro em semiótica), ela atua há doze anos como cool hunter. E admite: mais que uma profissão ou um estilo de vida, atuar em cool hunting é uma maneira de ver o mundo. Entenda por quê:

EXAME.com: O que é, de fato, um cool hunter?
Sabina Deweik:
Tem uma palavra que usamos muito em Cool Hunting que é "zeitgeist". Em alemão, este termo significa o espírito do tempo. Então, é isso. É como se o cool Hunter radiografasse a alma da cidade.

Então, o cool hunter é um pesquisador que observa em 360 graus o que está acontecendo de novos comportamentos em uma determinada região. Para isso, ele observa várias áreas. Não é só em moda.

EXAME.com: Qual a diferença entre cool hunting e  as pesquisas de mercado tradicionais?
Sabina:
Você faz uma pesquisa da sociedade e não do mercado apenas. Os quatro “Ps” do marketing clássico (produto, preço, lugar e promoção, em inglês) estão se transformando nos quatro “Ps” do marketing relacional pessoas (people), lugares (places), planos culturais (plans) e projetos (projects).

EXAME.com: Como assim?
Sabina:
Isso significa que a primeira coisa é observar o comportamento humano. Depois, os lugares - todos os locais podem dar indícios das encarnações de novos comportamentos. As manifestações culturais também têm o poder de captar novas sensibilidades. Por fim, os projetos ou produtos que impactam a cidade. Por exemplo, em São Paulo, a lei Cidade Limpa impactou a maneira como as empresas iriam fazer publicidade.


EXAME.com: Como é a rotina de trabalho?
Sabina:
Cerca de 40% do trabalho é no campo. Não é só tirar foto de vitrine, você precisa levantar hipóteses. Então, tem uma pesquisa anterior. Depois do mapeamento, você desenvolve um relatório com base no que observou. Você não pode fazer interpretações erradas. Não pode afirmar que é uma tendência algo que vai durar apenas um ano.

EXAME.com: Como não cair neste tipo de erro?
Sabina:
Experiência. A gente não faz futurologia. A única forma de fazer previsões é observar o que está acontecendo no presente e no passado. E, para isso, você precisa de uma boa base.

EXAME.com: Ser “hipster” não é suficiente, então?
Sabina:
Tem uma glamourização muito grande da profissão. Não é bem assim. Quanto mais você teve contato com as coisas por viagens, leituras e cursos, mais repertório terá para fazer este tipo de trabalho.

EXAME.com: Então, o que é necessário para ser um cool hunter?
Sabina:
Tem que ser uma pessoa curiosa, observadora, com uma atitude de tolerância, capacidade de comunicação e habilidades para tirar fotografias. A carreira é um estilo de vida. Quer dizer, é mais que isso. É uma forma de ver o mundo.

EXAME.com: Por que é uma forma de ver o mundo?
Sabina
: Você começa a perguntar o porquê das coisas. Você não dá nada como óbvio.

Para entender mais o cool hunting e se preparar caso queira entrar no ramo:

LivroAutorEditora
Coolhunting: Chasing Down the Next Big ThingPeter Gloor e Scott CooperAmacom
A modernidade líquidaZygmunt BaumanZahar
O ponto da viradaMalcolm GladwellSextante
FilmeDiretorAno
Zeitgeist: Moving ForwardPeter Joseph2011
A rede socialDavid Fincher2010
Middle MenGeorge Gallo2009
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