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Por um trabalho mais seguro na Rexam

Ao promover campanhas sobre segurança atreladas a prêmios, a Rexam conseguiu diminuir o número de acidentes com afastamento e melhorar sua produção

Paulo Mota, diretor de desenvolvimento organizacional: trabalho de conscientização com a equipe ajudou a reduzir em 72% a taxa de acidentes (André Valentim)
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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 14h51.

São Paulo - Todos os carros saíam das fábricas com cintos de segurança. E nenhum brasileiro os usava. Até que veio o Código de Trânsito de 1997, obrigando sua adoção, ao mesmo tempo em que o governo lançou campanhas educativas. A lembrança é do diretor de desenvolvimento organizacional da multinacional inglesa Rexam para a América do Sul, Paulo Mota, que afirma não bastar investir em equipamentos quando o assunto é segurança.

“Para tratar desse tema em unidades industriais, é preciso definir a política e focar nos comportamentos e nas atitudes dos funcionários”, diz. Com 12 plantas na América do Sul — dez delas no Brasil, uma na Argentina e outra no Chile —, responsáveis pela produção de 14 bilhões de latas de alumínio por ano, a Rexam conta com equipamentos automatizados e tecnologia de ponta.

Como os automóveis, que, por si só, não são perigosos, mas se mal utilizados podem causar danos profundos. “Era preciso acabar com a mentalidade de que segurança é uma responsabilidade da empresa”, diz Mota. “Segurança é responsabilidade do indivíduo.”

O Desafio

Do início da produção, a partir das bobinas de alumínio, até as latas acabadas, cerca de 67% dos acidentes com afastamento nas fábricas da Rexam eram causados por comportamento inadequado. “Era comum um funcionário achar que conhecia tão bem a máquina a ponto de ignorar uma regra de segurança para tentar realizar seu trabalho mais rápido”, afirma Mota.

Além dos possíveis danos físicos, as ocorrências prejudicavam também o desempenho da produção. Isso porque, em um minuto que a linha fica parada, cerca de 2 000 latinhas de alumínio deixam de ser produzidas. A Rexam, porém, já havia investido todo o possível em máquinas de ponta, equipamentos de proteção individual e regras de segurança. Faltava, agora, conscientizar e engajar seus funcionários.

A Solução

A empresa identificou dez atitudes inseguras, responsáveis por 90% dos acidentes, e outras dez atitudes que, se reforçadas, contribuiriam para diminuir a quantidade de acidentes. Assim, foi criado, em 2009, o Programa Comportamento Legal, que a cada ano traz uma campanha diferente para a conscientização dos operários na prevenção de acidentes.


Entre junho de 2010 e maio de 2011, foi a vez do Bingo da Segurança. A empresa distribuiu cartões vermelhos entre seus funcionários e, sempre que alguém via uma atitude insegura de algum colega, que merecesse ressalva negativa, devia apresentar a ele o cartão, registrando a ocorrência para a empresa. Quanto mais cartões vermelhos ele desse, mais cartelas receberia para participar do bingo.

Os cartões verdes, que sinalizavam comportamentos adequados dentro das fábricas, foram entregues somente às chefias, para evitar qualquer paternalismo. O bingo acontecia ao final de cada mês, com prêmios como eletrodomésticos, aparelhos de MP3 e camisas de time de futebol.

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Estava previsto também um grande bingo anual, com a premiação escolhida pelo vencedor, entre um caminhão de prêmios lotado de itens para a casa ou uma viagem para a Disney com acompanhante. No entanto, caso a fábrica registrasse algum acidente, não haveria bingo anual. Além disso, cabia a todos os empregados reportar qualquer ponto de risco identificado na unidade, até um respingo de óleo no chão.

O Resultado

O bingo anual, realizado em junho de 2011, foi um sucesso, com a participação de todas as fábricas da empresa, já que nenhuma delas registrou qualquer acidente com afastamento. A taxa total de acidentes provocados por comportamento inadequado passou da média anual de 5,63 entre 2007 e 2010 para 1,27 em 2012, uma redução de 72%.

A taxa chamada RIR (Rexam Incident Rate), que considera os acidentes com afastamento e os acidentes com tratamento médico, caiu de 3,19 para 0,04 entre 2007 e 2012. A identificação pelos funcionários dos pontos de risco ou situacões capazes de causar um acidente passou de 3 687 em 2007 para 13 083.

Para este ano, a projeção é de que mais de 20 000 pontos de risco sejam identificados nas unidades da empresa e eliminados. O programa também teve reflexos positivos na produção. A fábrica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, registrou a menor quantidade de NOCs (Notes of Complaints) — indicador que mede o índice de reclamações dos clientes da Rexam — da sua história.

E a unidade de Pouso Alegre não registrou nenhuma devolução em 2011. Para o próximo ano, Mota pretende lançar uma campanha convertendo as atitudes dos funcionários em apoio da Rexam a entidades sociais. “Agora que conseguimos chamar a atenção dos colaboradores, partiremos para ações sociais”, diz.

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