Por que um bilionário recebe lições de vida de um Samurai
O CEO da SoftBank teve ajuda de um samurai do século XIX que ajudou a modernizar o governo e a economia do Japão
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 19h51.
O bilionário Masayoshi Son comemorou o aniversário de alguém querido para ele – o samurai rebelde que o inspirou a abandonar o ensino médio.
O CEO da SoftBank Group Corp. viajou para Kochi, uma capital de província na menor das ilhas principais do Japão e local de nascimento de Sakamoto Ryoma, um samurai do século XIX muito amado no Japão , mas pouco conhecido em outros lugares, que ajudou a modernizar o governo e a economia do país. Cerca de 1.000 pessoas se reuniram para celebrar a ocasião.
“Ryoma foi o ponto de partida da minha vida”, contou o segundo homem mais rico do Japão a uma multidão, em frente ao Sakamoto Ryoma Memorial Museum, um retângulo de vidro de 70 metros de comprimento que se projeta em direção ao Oceano Pacífico.
“Parado aqui agora, ao lado da estátua dele, ainda me sinto um homem insignificante. É um lembrete de que sempre devemos mirar para o alto”.
Son contou que sua vida mudou quando, aos 15 anos, leu um livro sobre Ryoma, cuja visão cosmopolita de mundo inspirou Son a deixar o ensino médio um ano depois para viajar aos EUA.
Ele releu o livro várias vezes desde então: na época da fundação do SoftBank, durante os três anos que lutou contra uma doença grave e quando comprou a unidade japonesa da Vodafone Group Plc, assumindo uma dívida de bilhões de dólares.
Son e seu herói têm algumas coisas em comum. Os dois foram jovens de origens humildes e grande ambição que tomaram o poder constituído de assalto.
Ryoma, filho de um samurai de baixa patente em 1835, desempenhou um papel fundamental no fim dos 300 anos de isolamento do Japão como parte do movimento que derrubou o shogunato Tokugawa.
Estabeleceu a primeira empresa comercial do país e ajudou o Japão a se tornar uma potência naval. Foi morto aos 33 anos por assassinos ainda desconhecidos leais ao shogun.
Um século depois, Son nasceu em uma família de imigrantes coreanos. Ganhou seu primeiro US$ 1 milhão com um tradutor eletrônico multi-idiomas inventado enquanto estudava na Universidade da Califórnia em Berkeley e usou os recursos para importar máquinas do video-game Space Invader para os EUA antes de retornar ao Japão para fundar a SoftBank.
Son, de 58 anos, transformou a distribuidora de softwares para PC em uma das maiores operadoras de telecomunicações do Japão, com investimentos que vão da Sprint Corp., nos EUA, à Alibaba Group Holding Ltd., na China, passando por startups na Índia.
O logotipo da SoftBank, duas barras de prata horizontais, é baseado na bandeira de Ryoma.
Entre os fãs de Ryoma estão também o ex-primeiro-ministro Naoto Kan e incontáveis executivos de negócios. Sua imagem é usada para vender de tudo, de chaveiros e cerveja a livros de orientação empresarial e seriados de TV.
Parte do apelo de Ryoma se deve ao fato de ele ter sido um excelente espadachim e também um intelectual.
Em uma foto em preto e branco, Ryoma está vestindo um quimono folgado com uma espada japonesa curta, uma wakizashi, enfiada na cintura. E está segurando o revólver que supostamente usou para escapar de uma tentativa de assassinato.
Apesar de sua onipresença na cultura popular japonesa – existe até um asteroide com o nome dele –, Ryoma é em grande parte desconhecido no exterior, mais familiarizado com arquétipos de samurais do período feudal que ele ajudou a encerrar.
“Um homem de grande ambição precisa de um personagem como Ryoma para usar como parceiro de conversas importantes”, disse Yukie Maeda, o curador do museu.
“Líderes enfrentam, muitas vezes, momentos de solidão quando precisam tomar uma decisão. Faz sentido se colocar no lugar de Ryoma e perguntar: o que ele faria?”.
Como parte das festividades do aniversário em Kochi, Son segurou a mão de bronze da estátua de Ryoma para criar o primeiro elo de uma cadeia humana que se estendeu por 500 metros até a costa, onde há outra estátua igual olhando para o Pacífico.
“No meu escritório, há uma foto em tamanho natural de Ryoma”, disse Son no evento.
“Toda manhã, quando venho trabalhar, ela me lembra de tomar uma decisão digna de Ryoma”.
O bilionário Masayoshi Son comemorou o aniversário de alguém querido para ele – o samurai rebelde que o inspirou a abandonar o ensino médio.
O CEO da SoftBank Group Corp. viajou para Kochi, uma capital de província na menor das ilhas principais do Japão e local de nascimento de Sakamoto Ryoma, um samurai do século XIX muito amado no Japão , mas pouco conhecido em outros lugares, que ajudou a modernizar o governo e a economia do país. Cerca de 1.000 pessoas se reuniram para celebrar a ocasião.
“Ryoma foi o ponto de partida da minha vida”, contou o segundo homem mais rico do Japão a uma multidão, em frente ao Sakamoto Ryoma Memorial Museum, um retângulo de vidro de 70 metros de comprimento que se projeta em direção ao Oceano Pacífico.
“Parado aqui agora, ao lado da estátua dele, ainda me sinto um homem insignificante. É um lembrete de que sempre devemos mirar para o alto”.
Son contou que sua vida mudou quando, aos 15 anos, leu um livro sobre Ryoma, cuja visão cosmopolita de mundo inspirou Son a deixar o ensino médio um ano depois para viajar aos EUA.
Ele releu o livro várias vezes desde então: na época da fundação do SoftBank, durante os três anos que lutou contra uma doença grave e quando comprou a unidade japonesa da Vodafone Group Plc, assumindo uma dívida de bilhões de dólares.
Son e seu herói têm algumas coisas em comum. Os dois foram jovens de origens humildes e grande ambição que tomaram o poder constituído de assalto.
Ryoma, filho de um samurai de baixa patente em 1835, desempenhou um papel fundamental no fim dos 300 anos de isolamento do Japão como parte do movimento que derrubou o shogunato Tokugawa.
Estabeleceu a primeira empresa comercial do país e ajudou o Japão a se tornar uma potência naval. Foi morto aos 33 anos por assassinos ainda desconhecidos leais ao shogun.
Um século depois, Son nasceu em uma família de imigrantes coreanos. Ganhou seu primeiro US$ 1 milhão com um tradutor eletrônico multi-idiomas inventado enquanto estudava na Universidade da Califórnia em Berkeley e usou os recursos para importar máquinas do video-game Space Invader para os EUA antes de retornar ao Japão para fundar a SoftBank.
Son, de 58 anos, transformou a distribuidora de softwares para PC em uma das maiores operadoras de telecomunicações do Japão, com investimentos que vão da Sprint Corp., nos EUA, à Alibaba Group Holding Ltd., na China, passando por startups na Índia.
O logotipo da SoftBank, duas barras de prata horizontais, é baseado na bandeira de Ryoma.
Entre os fãs de Ryoma estão também o ex-primeiro-ministro Naoto Kan e incontáveis executivos de negócios. Sua imagem é usada para vender de tudo, de chaveiros e cerveja a livros de orientação empresarial e seriados de TV.
Parte do apelo de Ryoma se deve ao fato de ele ter sido um excelente espadachim e também um intelectual.
Em uma foto em preto e branco, Ryoma está vestindo um quimono folgado com uma espada japonesa curta, uma wakizashi, enfiada na cintura. E está segurando o revólver que supostamente usou para escapar de uma tentativa de assassinato.
Apesar de sua onipresença na cultura popular japonesa – existe até um asteroide com o nome dele –, Ryoma é em grande parte desconhecido no exterior, mais familiarizado com arquétipos de samurais do período feudal que ele ajudou a encerrar.
“Um homem de grande ambição precisa de um personagem como Ryoma para usar como parceiro de conversas importantes”, disse Yukie Maeda, o curador do museu.
“Líderes enfrentam, muitas vezes, momentos de solidão quando precisam tomar uma decisão. Faz sentido se colocar no lugar de Ryoma e perguntar: o que ele faria?”.
Como parte das festividades do aniversário em Kochi, Son segurou a mão de bronze da estátua de Ryoma para criar o primeiro elo de uma cadeia humana que se estendeu por 500 metros até a costa, onde há outra estátua igual olhando para o Pacífico.
“No meu escritório, há uma foto em tamanho natural de Ryoma”, disse Son no evento.
“Toda manhã, quando venho trabalhar, ela me lembra de tomar uma decisão digna de Ryoma”.