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Por que os homens têm medo de tirar licença paternidade

Os homens não estão tirando licença para cuidar de seus filhos recém-nascidos porque essa é uma norma cultural difícil de superar

Homem pensativo no trabalho: homens continuam pensando que suas carreiras sofrerão se eles tirarem essa licença, de acordo com uma pesquisa (shironosov/Thinkstock/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 22h52.

Os homens não estão tirando licença para cuidar de seus filhos recém-nascidos porque essa é uma norma cultural difícil de superar.

As políticas de licença paternidade que oferecem o mesmo tempo em casa para qualquer pessoa que acabou de ter um filho estão se multiplicando.

No entanto, os homens ainda não querem tirar essa licença.

Eles estão com medo. Os homens continuam pensando que suas carreiras sofrerão se eles tirarem essa licença, de acordo com uma pesquisa publicada pela Deloitte nesta semana.

Mais de um terço dos 1.000 participantes disse que sentia que tirar a licença “prejudicaria sua posição” no trabalho. Mais de metade disse que isso seria visto como falta de comprometimento e 41 por cento temem perder oportunidades em projetos.

Esses temores não são infundados. As mulheres foram punidas, historicamente, por tirar licença por todas as razões mencionadas pelos homens: a licença maternidade costuma prejudicar a posição delas, priva-as de oportunidades e coloca-as em desvantagem em relação a quem não é mãe.

Na verdade, os países que oferecem mais políticas de licença paternidade têm diferença salarial maior, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, porque as mulheres tendem a tirar mais tempo de licença que os homens.

Por isso, se os homens agirem como as mulheres, então eles também vão sofrer essa mesma discriminação. Daí o medo.

Mas acontece que os homens têm menos com que se preocupar. Pesquisas concluíram que ter filhos impulsiona a carreira dos homens. Os pais ganham um “bônus paternidade”: seus ganhos aumentam mais de 6 por cento por cada filho, mostrou uma pesquisa.

Parte disso tem a ver com o fato de que muitos não tiram licença. Mas os homens também são vistos de forma diferente que as mulheres quando têm filhos. Os pais são considerados responsáveis e as mães são vistas como distraídas.

As políticas de licença paternidade visam a acabar com esses desequilíbrios. Políticas de licença abrangentes transferem parte das responsabilidades do cuidado com os filhos para os homens, para evidenciar que eles também têm outras prioridades além do trabalho.

Todos perdem, então todos ganham.

“Essa questão foi historicamente difícil para as mulheres”, disse Deepa Purushothaman, diretora da Women Initiative, da Deloitte. “Ao estimular que todos os nossos funcionários tirem essa licença, mais mulheres vão tirá-la”.

A ausência no escritório tanto de homens quanto de mulheres teoricamente ajuda a diminuir a diferença salarial entre os gêneros.

É claro que tudo isso só vai funcionar se os homens de fato usarem esse benefício, o que, por questões de competitividade, eles têm evitado fazer. Mas o fator do medo masculino está mudando aos poucos: cerca de 25 por cento dos pais aptos estão utilizando a licença paternidade remunerada na Califórnia, em comparação com 17 por cento há cinco anos.

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Os homens não estão tirando licença para cuidar de seus filhos recém-nascidos porque essa é uma norma cultural difícil de superar.

As políticas de licença paternidade que oferecem o mesmo tempo em casa para qualquer pessoa que acabou de ter um filho estão se multiplicando.

No entanto, os homens ainda não querem tirar essa licença.

Eles estão com medo. Os homens continuam pensando que suas carreiras sofrerão se eles tirarem essa licença, de acordo com uma pesquisa publicada pela Deloitte nesta semana.

Mais de um terço dos 1.000 participantes disse que sentia que tirar a licença “prejudicaria sua posição” no trabalho. Mais de metade disse que isso seria visto como falta de comprometimento e 41 por cento temem perder oportunidades em projetos.

Esses temores não são infundados. As mulheres foram punidas, historicamente, por tirar licença por todas as razões mencionadas pelos homens: a licença maternidade costuma prejudicar a posição delas, priva-as de oportunidades e coloca-as em desvantagem em relação a quem não é mãe.

Na verdade, os países que oferecem mais políticas de licença paternidade têm diferença salarial maior, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, porque as mulheres tendem a tirar mais tempo de licença que os homens.

Por isso, se os homens agirem como as mulheres, então eles também vão sofrer essa mesma discriminação. Daí o medo.

Mas acontece que os homens têm menos com que se preocupar. Pesquisas concluíram que ter filhos impulsiona a carreira dos homens. Os pais ganham um “bônus paternidade”: seus ganhos aumentam mais de 6 por cento por cada filho, mostrou uma pesquisa.

Parte disso tem a ver com o fato de que muitos não tiram licença. Mas os homens também são vistos de forma diferente que as mulheres quando têm filhos. Os pais são considerados responsáveis e as mães são vistas como distraídas.

As políticas de licença paternidade visam a acabar com esses desequilíbrios. Políticas de licença abrangentes transferem parte das responsabilidades do cuidado com os filhos para os homens, para evidenciar que eles também têm outras prioridades além do trabalho.

Todos perdem, então todos ganham.

“Essa questão foi historicamente difícil para as mulheres”, disse Deepa Purushothaman, diretora da Women Initiative, da Deloitte. “Ao estimular que todos os nossos funcionários tirem essa licença, mais mulheres vão tirá-la”.

A ausência no escritório tanto de homens quanto de mulheres teoricamente ajuda a diminuir a diferença salarial entre os gêneros.

É claro que tudo isso só vai funcionar se os homens de fato usarem esse benefício, o que, por questões de competitividade, eles têm evitado fazer. Mas o fator do medo masculino está mudando aos poucos: cerca de 25 por cento dos pais aptos estão utilizando a licença paternidade remunerada na Califórnia, em comparação com 17 por cento há cinco anos.

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