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Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2013 às 19h36.
São Paulo - A conta de condomínio está sempre entre as maiores despesas do orçamento familiar. O gasto médio mensal varia de 287 reais, em apartamentos de um dormitório, a 1.473 reais ou mais nos apartamentos maiores nos grandes centros urbanos.
O valor é alto e nos últimos 12 meses, terminados em junho, subiu ainda mais. O reajuste médio dos condomínios foi de 10,02%, bem acima da inflação, de 5,18%, medida pelo IGP-M, segundo cálculos da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic).
Para evitar que o seu dinheiro vá pelo ralo, confira sete dicas dos especialistas financeiros. A partir delas, você vai entender melhor onde sua graninha é empregada.
1 Os maiores vilões do condomínio são as despesas com os funcionários e a tarifa de água. A folha de pagamento pode consumir até 60% do dinheiro arrecadado mensalmente. A conta da água aumenta mais quando há piscina no prédio.
2 O ideal é cobrir todas as despesas com 80% do total arrecadado mensalmente. Além dos empregados e da água, há os contratos de manutenção de elevadores, geradores, portões, interfones, energia elétrica das áreas comuns, seguro e despesas operacionais, como correio e conta telefônica.
Outros 10% devem ser reservados para gastos eventuais e emergenciais, como material elétrico, pequenos consertos e pinturas, material de limpeza e uniforme dos funcionários. Os 10% restantes serviriam para formar um fundo de reserva.
A existência desse fundo é opcional e deve ser definida pela convenção, que é a lei interna do condomínio, registrada em cartório e trata principalmente das regras sobre a gestão — forma de escolha e mandato do síndico e do conselho, pagamentos de despesas ordinárias e extraordinárias e modos e prazos para convocação de assembleias.
3 Os abusos na gestão de um prédio acontecem porque a fiscalização dos condôminos é baixa. Os problemas financeiros são comuns e, na maioria das vezes, decorrentes de má-fé, diz Alfredo Mimessi, advogado e presidente da Associação Brasileira de Condomínios, Síndicos, Condôminos e Empresas Afins (Abracond), em São Paulo.
4 Às vezes, o preço alto do condomínio não é decorrente de uma má gestão proposital. Ainda que bem-intencionado, um morador que se torna síndico pode não ter habilidade e conhecimentos suficientes para gerenciar o condomínio.
5 Um jeito de melhorar a administração do seu prédio é usar o síndico profissional. Ele é uma pessoa externa ao condomínio, contratada e remunerada para administrar o local — geralmente, cobra menos de 1.000 reais por mês.
O paulistano Adílson Freire, de 49 anos, é um deles. “O Novo Código Civil tem uma parte dedicada a condomínios em que ficam claras as obrigações e responsabilidades do síndico”, diz.
6 A cobrança do condomínio atrasado começa após 30 dias. O primeiro passo é uma carta, o segundo uma conve rsa e o terceiro o encaminhamento do caso aos advogados. Em geral, essa medida é tomada depois de 90 dias de atraso. O processo judicial pode demorar de um a seis anos.
7 A inclusão do nome do devedor do condomínio em órgãos como Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC) não é recomendada. A medida não está amparada em uma norma específica e o condomínio pode ter de responder por danos morais, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi), em São Paulo. A divulgação do número do apartamento do devedor é permitida aos condôminos.