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Ao criar um programa de orientação sobre gravidez e acompanhar suas gestantes, a Atento reduziu o número de grávidas, a porcentagem de nascimentos com problemas e os custos com o plano de saúde

Atento: 700 funcionárias participam do programa Mamãe Nota 10 por ano (Heudes Regis)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 05h24.

São Paulo - Imagine uma empresa formada por 75% de mulheres, a grande maioria em idade fértil. Que gravidez não é doença nem impede ninguém de trabalhar todo mundo sabe. Desde que, claro, a gestação seja devidamente acompanhada durante os nove meses.

Do contrário, o resultado mais provável é o nascimento de bebês prematuros, abaixo do peso, com má-formação ou outros problemas de saúde que poderiam ser evitados. E era esse o cenário que se via na Atento , empresa de relacionamento, líder na América Latina em seu setor, que conta com cerca de 500 clientes e marca presença em 13 capitais e mais de 700 cidades brasileiras.

Em 2010, a companhia registrava, em média, 1 200 funcionárias grávidas por ano. E, muitas vezes, só tomava conhecimento da gravidez nos últimos meses da gestação — o que aumentava o risco de partos com problema e também a conta do plano de saúde.

O Desafio

O sinal de alerta na Atento acendeu em 2010, quando a empresa contava com 74 000 funcionários em todo o país e tinha a média de 1 200 grávidas por ano.

Diretora executiva de recursos humanos da Atento, Majo Martinez Campos lembra que era alto o índice de absenteísmo por licenças médicas, embora não consiga mensurar a parcela diretamente relacionada à ausência do acompanhamento pré-natal adequado, já que normalmente a empresa ficava sabendo da gravidez da funcionária só depois do quinto ou do sexto mês de gestação.

“Para a maioria de nossos funcionários, a Atento é o primeiro emprego, o que resulta numa população extremamente jovem, na faixa dos 25 anos”, diz Majo. “Sem muita formação cultural, essas mulheres engravidavam sem planejamento, escondiam a gestação da família e até da empresa. Enquanto os chefes reclamavam de faltas ao trabalho, nós não sabíamos nem que elas estavam grávidas.”

A solução

Com base nessa realidade, a Atento criou um programa chamado Mamãe Nota 10, de acompanhamento das gestantes, com o objetivo de assegurar o nascimento de crianças saudáveis, além de derrubar preconceitos internos em relação ao período da gestação.

O primeiro passo foi divulgar informações sobre gravidez na intranet da empresa, que começou a doar polivitamínicos recomendados por ginecologistas para o período de gestação e a presentear as grávidas com pacotes de fraldas, roupas e bolsa para o bebê.


“Tentamos estimular as jovens a falar sobre a gravidez para a empresa mostrando que elas podiam contar conosco e, se o fizessem, poderiam também evitar casos de anemia e mais dias de internação”, afirma Majo. “Afinal, a falta do acompanhamento pré-natal prejudica não só a criança como também a própria gestante.”

No programa Mamãe Nota 10, a grávida vai ao ambulatório da Atento, recebe as primeiras instruções e, a partir daí, é direcionada a um ginecologista-obstetra ligado ao plano de saúde da companhia. Para aumentar a adesão das funcionárias ao programa e incentivar o acompanhamento pré-natal, a Atento também deixou de descontar a coparticipação paga pela funcionária durante os meses de gravidez.

“Ao mesmo tempo, a empresa criou um canal para a gestante enviar dúvidas por e-mail e lançou uma série de palestras sobre como falar a respeito da gravidez com a família, cuidados com a gestação e com o bebê, dicas de alimentação, entre outros temas”, diz Majo.

E passou também a informar as grávidas sobre as questões legais e os benefícios que a companhia oferece, como o auxílio-creche até os 3 anos de idade da criança e o auxílio à criança com necessidades especiais.

O Resultado

O número de funcionários na Atento subiu de 74 000 para 85 000 entre 2010 e 2013, mantendo-se a porcentagem de 75% de mulheres. Mas, com o ciclo de palestras, que se tornaram frequentes e são abertas tanto a gestantes quanto a não gestantes, a quantidade de grávidas seguiu na contramão, caindo para 700 gestantes por ano.

E os pedidos de demissão que aconteciam durante a gestação, tão logo a barriga da funcionária começava a despontar sob as roupas, acabaram.

“Agora elas fazem o acompanhamento pré-natal, usufruem da licença-maternidade e, na maioria dos casos, retornam ao trabalho depois”, diz Majo. Os reflexos do programa Mamãe Nota 10 foram sentidos também na redução de 58% nas diárias de UTI neonatal nos últimos três anos e na diminuição de 41% nas internações de recém-nascidos fora de UTIs, no mesmo período.

“Isso baixou nossa sinistralidade, o que vem ajudando no momento da renegociação de contrato com o plano de saúde, já que o aumento de custos em função dos índices de inflação é inevitável”, afirma a diretora de RH. Majo, que destaca o programa como um sucesso, diz, ainda, que o índice de satisfação geral dos funcionários da Atento cresceu. De 71,5%, em 2010, para 83,7%, em 2012.

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São Paulo - Imagine uma empresa formada por 75% de mulheres, a grande maioria em idade fértil. Que gravidez não é doença nem impede ninguém de trabalhar todo mundo sabe. Desde que, claro, a gestação seja devidamente acompanhada durante os nove meses.

Do contrário, o resultado mais provável é o nascimento de bebês prematuros, abaixo do peso, com má-formação ou outros problemas de saúde que poderiam ser evitados. E era esse o cenário que se via na Atento , empresa de relacionamento, líder na América Latina em seu setor, que conta com cerca de 500 clientes e marca presença em 13 capitais e mais de 700 cidades brasileiras.

Em 2010, a companhia registrava, em média, 1 200 funcionárias grávidas por ano. E, muitas vezes, só tomava conhecimento da gravidez nos últimos meses da gestação — o que aumentava o risco de partos com problema e também a conta do plano de saúde.

O Desafio

O sinal de alerta na Atento acendeu em 2010, quando a empresa contava com 74 000 funcionários em todo o país e tinha a média de 1 200 grávidas por ano.

Diretora executiva de recursos humanos da Atento, Majo Martinez Campos lembra que era alto o índice de absenteísmo por licenças médicas, embora não consiga mensurar a parcela diretamente relacionada à ausência do acompanhamento pré-natal adequado, já que normalmente a empresa ficava sabendo da gravidez da funcionária só depois do quinto ou do sexto mês de gestação.

“Para a maioria de nossos funcionários, a Atento é o primeiro emprego, o que resulta numa população extremamente jovem, na faixa dos 25 anos”, diz Majo. “Sem muita formação cultural, essas mulheres engravidavam sem planejamento, escondiam a gestação da família e até da empresa. Enquanto os chefes reclamavam de faltas ao trabalho, nós não sabíamos nem que elas estavam grávidas.”

A solução

Com base nessa realidade, a Atento criou um programa chamado Mamãe Nota 10, de acompanhamento das gestantes, com o objetivo de assegurar o nascimento de crianças saudáveis, além de derrubar preconceitos internos em relação ao período da gestação.

O primeiro passo foi divulgar informações sobre gravidez na intranet da empresa, que começou a doar polivitamínicos recomendados por ginecologistas para o período de gestação e a presentear as grávidas com pacotes de fraldas, roupas e bolsa para o bebê.


“Tentamos estimular as jovens a falar sobre a gravidez para a empresa mostrando que elas podiam contar conosco e, se o fizessem, poderiam também evitar casos de anemia e mais dias de internação”, afirma Majo. “Afinal, a falta do acompanhamento pré-natal prejudica não só a criança como também a própria gestante.”

No programa Mamãe Nota 10, a grávida vai ao ambulatório da Atento, recebe as primeiras instruções e, a partir daí, é direcionada a um ginecologista-obstetra ligado ao plano de saúde da companhia. Para aumentar a adesão das funcionárias ao programa e incentivar o acompanhamento pré-natal, a Atento também deixou de descontar a coparticipação paga pela funcionária durante os meses de gravidez.

“Ao mesmo tempo, a empresa criou um canal para a gestante enviar dúvidas por e-mail e lançou uma série de palestras sobre como falar a respeito da gravidez com a família, cuidados com a gestação e com o bebê, dicas de alimentação, entre outros temas”, diz Majo.

E passou também a informar as grávidas sobre as questões legais e os benefícios que a companhia oferece, como o auxílio-creche até os 3 anos de idade da criança e o auxílio à criança com necessidades especiais.

O Resultado

O número de funcionários na Atento subiu de 74 000 para 85 000 entre 2010 e 2013, mantendo-se a porcentagem de 75% de mulheres. Mas, com o ciclo de palestras, que se tornaram frequentes e são abertas tanto a gestantes quanto a não gestantes, a quantidade de grávidas seguiu na contramão, caindo para 700 gestantes por ano.

E os pedidos de demissão que aconteciam durante a gestação, tão logo a barriga da funcionária começava a despontar sob as roupas, acabaram.

“Agora elas fazem o acompanhamento pré-natal, usufruem da licença-maternidade e, na maioria dos casos, retornam ao trabalho depois”, diz Majo. Os reflexos do programa Mamãe Nota 10 foram sentidos também na redução de 58% nas diárias de UTI neonatal nos últimos três anos e na diminuição de 41% nas internações de recém-nascidos fora de UTIs, no mesmo período.

“Isso baixou nossa sinistralidade, o que vem ajudando no momento da renegociação de contrato com o plano de saúde, já que o aumento de custos em função dos índices de inflação é inevitável”, afirma a diretora de RH. Majo, que destaca o programa como um sucesso, diz, ainda, que o índice de satisfação geral dos funcionários da Atento cresceu. De 71,5%, em 2010, para 83,7%, em 2012.

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