Os milênios querem tempo e recompensa
A Você S/A conversou com a consultora Eline Kullock sobre os anseios da geração milênio
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 05h00.
São Paulo – O conflito geracional é umas das maiores dificuldades que os empregadores enfrentam na hora de liderar profissionais mais jovens. Muito se falou sobre a geração Y e os seus hábitos e expectativas, entretanto, um novo grupo etário está entrando no mercado de trabalho, os milênios, e pouco se sabe sobre eles. A Você S/A conversou com Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, consultoria de RH , sobre como lidar com os jovens milênios.
VOCÊ S/A - O que é mais diferente do ponto de vista dos jovens e dos mais velhos?
Eline - O jeito como cada um vê o tempo. Eu explico: rápido, longe, perto, devagar são conceitos carregados de modelos mentais que cada um tem. Para mim, esse conceito de velocidade, é de uma época em que as mudanças são mais lentas.
Quando eu era jovem, também queria tudo mais depressa. Os jovens de hoje esperam isso também. Mas o rápido pra eles é ultrassônico para mim. Querem reconhecimento para ontem. Eles estão acostumados com um mundo de feedback imediato.
VOCÊ S/A - Como assim?
Eline- É uma geração que cresceu jogando videogame, certo? Quando você joga, recebe a resposta na hora: ou passou de fase ou fez algo errado. Os jovens esperam isso em todos os aspectos da vida. Na escola e na faculdade, eles ainda têm esse retorno, mas no trabalho não. Eles querem saber onde estão errando e para onde devem ir.
VOCÊ S/A - Como as empresas devem lidar com isso?
Eline- Elas precisam acelerar os processos dentro da organização, dar mais autonomia, claro, dentro de um ambiente controlado e investir na qualificação desse jovem. A empresa também precisa cuidar da própria imagem. Elas precisam atrair os jovens porque eles são a mão de obra do futuro. Para conseguir essa atenção, muitas se vendem como algo que não são.
VOCÊ S/A - Isso não pode criar frustrações para os dois lados? Para o jovem, que foi atraído por uma falsa imagem, e a empresa, que coloca nele a expectativa de renovação e salvação?
Eline- Sem dúvidas. E pior ainda: o próprio jovem tem altas expectativas com relação a própria performance. Como a vida inteira ele ouviu que podia tudo, ele acredita e se decepciona com muita frequência. A nova geração também foi muito estimulada a falar tudo, dizer o que pensa.
Profissionais de qualquer idade têm as suas críticas, mas os mais velhos não verbalizam. Eles foram criados assim, para não falar sem a permissão. Isso é uma das causas para tanto conflito de geração.
VOCÊ S/A - Quais são outras razões para conflitos de geração?
São Paulo – O conflito geracional é umas das maiores dificuldades que os empregadores enfrentam na hora de liderar profissionais mais jovens. Muito se falou sobre a geração Y e os seus hábitos e expectativas, entretanto, um novo grupo etário está entrando no mercado de trabalho, os milênios, e pouco se sabe sobre eles. A Você S/A conversou com Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, consultoria de RH , sobre como lidar com os jovens milênios.
VOCÊ S/A - O que é mais diferente do ponto de vista dos jovens e dos mais velhos?
Eline - O jeito como cada um vê o tempo. Eu explico: rápido, longe, perto, devagar são conceitos carregados de modelos mentais que cada um tem. Para mim, esse conceito de velocidade, é de uma época em que as mudanças são mais lentas.
Quando eu era jovem, também queria tudo mais depressa. Os jovens de hoje esperam isso também. Mas o rápido pra eles é ultrassônico para mim. Querem reconhecimento para ontem. Eles estão acostumados com um mundo de feedback imediato.
VOCÊ S/A - Como assim?
Eline- É uma geração que cresceu jogando videogame, certo? Quando você joga, recebe a resposta na hora: ou passou de fase ou fez algo errado. Os jovens esperam isso em todos os aspectos da vida. Na escola e na faculdade, eles ainda têm esse retorno, mas no trabalho não. Eles querem saber onde estão errando e para onde devem ir.
VOCÊ S/A - Como as empresas devem lidar com isso?
Eline- Elas precisam acelerar os processos dentro da organização, dar mais autonomia, claro, dentro de um ambiente controlado e investir na qualificação desse jovem. A empresa também precisa cuidar da própria imagem. Elas precisam atrair os jovens porque eles são a mão de obra do futuro. Para conseguir essa atenção, muitas se vendem como algo que não são.
VOCÊ S/A - Isso não pode criar frustrações para os dois lados? Para o jovem, que foi atraído por uma falsa imagem, e a empresa, que coloca nele a expectativa de renovação e salvação?
Eline- Sem dúvidas. E pior ainda: o próprio jovem tem altas expectativas com relação a própria performance. Como a vida inteira ele ouviu que podia tudo, ele acredita e se decepciona com muita frequência. A nova geração também foi muito estimulada a falar tudo, dizer o que pensa.
Profissionais de qualquer idade têm as suas críticas, mas os mais velhos não verbalizam. Eles foram criados assim, para não falar sem a permissão. Isso é uma das causas para tanto conflito de geração.
VOCÊ S/A - Quais são outras razões para conflitos de geração?
Eline- Os anseios são diferentes. A geração X começou a falar de tempo. Eles queriam tempo para se divertir, para passar com os filhos. Os milênios não querem só tempo, querem recompensa. Dizem que os jovens não ficam concentrados em nada. Mas você já viu um deles jogando videogame? Eles ficam vidrados. O trabalho precisa ser tão desafiante e prazeroso quanto.