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Entre a direção e a base, os gerentes são centros de pressão

Atualmente os gerentes querem colo. Quem assume essa função tem de ter estofo para equilibrar as forças

De fato, os cargos de gerência são, por natureza, centros de pressão exercida por todos os lados. Quem assume essa função tem de ter estofo para equilibrar as forças. (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 12h49.

São Paulo - Em qualquer organização, um gerente é aquele que está mais próximo à operação do que os demais integrantes da cadeia de comando. Enquanto os diretores se ocupam das definições estratégicas e das relações institucionais, são os gerentes que interpretam as estratégias, criam as táticas e levam a equipe a agir.

Um bom gerente pode fazer uma imensa diferença para os resultados, assim como um mau gerente pode provocar atrasos e até catástrofes para a companhia, por melhores que sejam seu produto e sua estratégia. Por isso o RH tem tanto critério ao selecionar quem vai chefiar um departamento, liderar um projeto ou tocar uma obra.

Não há dúvida de que toda empresa tem grande expectativa pelo trabalho do gerente. Mas já se perguntou qual é a expectativa do gerente em relação à companhia? Há pouco tempo, um jovem brilhante que gerencia uma equipe comercial com quase cem pessoas e que responde por cerca de um terço do faturamento da organização me confidenciou:

— Às vezes, eu acho que as pessoas pensam que eu não tenho sentimentos. A diretoria exige mais resultados, a equipe pede mais atenção. Meus chefes pensam que sou um motor para produzir resultados, meus homens acham que sou uma máquina de exercer pressão. Parece que as pessoas esquecem que eu sou apenas um ser humano.

De fato, os cargos de gerência são, por natureza, centros de pressão exercida por todos os lados. Quem assume essa função tem de ter estofo para equilibrar as forças. Conhecimento técnico e competência para liderar são atributos críticos para um gerente, mas há um terceiro, fundamental: a inteligência emocional, sem a qual os dois primeiros não se equilibram.

Em geral, gerência é um cargo de média hierarquia, uma espécie de posição de prova, um estágio probatório para selecionar os futuros altos executivos. O problema é que esse período pode não ser curto. Às vezes um gerente não é promovido porque não mostrou competência suficientemente, às vezes porque foi competente demais e a empresa tem medo de perder em qualidade se ele for substituído. As armadilhas são muitas.

Mas ser gerente é mais, muito mais do que ocupar um cargo de caráter tático. Ser gerente é gostar de trabalhar, ter apreço por pessoas e não ter medo dos desafios. Se você tem essas três características, então é um gerente, e não importa se já virou CEO, ou ainda não.

Eugênio Mussak escreve sobre liderança. É professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens

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São Paulo - Em qualquer organização, um gerente é aquele que está mais próximo à operação do que os demais integrantes da cadeia de comando. Enquanto os diretores se ocupam das definições estratégicas e das relações institucionais, são os gerentes que interpretam as estratégias, criam as táticas e levam a equipe a agir.

Um bom gerente pode fazer uma imensa diferença para os resultados, assim como um mau gerente pode provocar atrasos e até catástrofes para a companhia, por melhores que sejam seu produto e sua estratégia. Por isso o RH tem tanto critério ao selecionar quem vai chefiar um departamento, liderar um projeto ou tocar uma obra.

Não há dúvida de que toda empresa tem grande expectativa pelo trabalho do gerente. Mas já se perguntou qual é a expectativa do gerente em relação à companhia? Há pouco tempo, um jovem brilhante que gerencia uma equipe comercial com quase cem pessoas e que responde por cerca de um terço do faturamento da organização me confidenciou:

— Às vezes, eu acho que as pessoas pensam que eu não tenho sentimentos. A diretoria exige mais resultados, a equipe pede mais atenção. Meus chefes pensam que sou um motor para produzir resultados, meus homens acham que sou uma máquina de exercer pressão. Parece que as pessoas esquecem que eu sou apenas um ser humano.

De fato, os cargos de gerência são, por natureza, centros de pressão exercida por todos os lados. Quem assume essa função tem de ter estofo para equilibrar as forças. Conhecimento técnico e competência para liderar são atributos críticos para um gerente, mas há um terceiro, fundamental: a inteligência emocional, sem a qual os dois primeiros não se equilibram.

Em geral, gerência é um cargo de média hierarquia, uma espécie de posição de prova, um estágio probatório para selecionar os futuros altos executivos. O problema é que esse período pode não ser curto. Às vezes um gerente não é promovido porque não mostrou competência suficientemente, às vezes porque foi competente demais e a empresa tem medo de perder em qualidade se ele for substituído. As armadilhas são muitas.

Mas ser gerente é mais, muito mais do que ocupar um cargo de caráter tático. Ser gerente é gostar de trabalhar, ter apreço por pessoas e não ter medo dos desafios. Se você tem essas três características, então é um gerente, e não importa se já virou CEO, ou ainda não.

Eugênio Mussak escreve sobre liderança. É professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens

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