Fogos de artifício na praia: um indivíduo já tem predisposição a desenvolver uma perda auditiva ou se, no dia a dia, está exposto ao ruído intenso de forma consistente (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 11h22.
Com o fim do ano, nossas caixas de e-mail ficam repletas de felicitações, cumprimentos e, claro, propagandas. Separei algumas estruturas comuns:
“Senhor Arrais,
Segue aqui nossos desejos de um bom ano!”
“Senhor Arrais,
Suas férias é aqui, com os produtos da XYZ!”
“Senhor Arrais,
Estaremos em recesso entre os dias 29 de dezembro e 5 de janeiro. Segue nossos últimos descontos de 2014.”
Na Língua, há um recurso chamado hipérbato (que provém do grego hyperbatón), responsável pela inversão da ordem natural das palavras ou orações. Em outros termos, não foi utilizada a ordem sujeito-verbo-complemento.
Para o escritor mais crítico, vale sempre a ideia de que “nem tudo que se posta após verbo será complemento”; o verbo, pois, deve sempre concordar com seu agente, com o responsável por tal ação.
Assim sendo, questiona-se: “Quem segue? Segue os desejos?” Jamais! Eles, os desejos, seguem.
Em contrapartida, na segunda mensagem, não há a inversão ou hipérbato; há um claro sujeito no plural. Atua, assim, o velho e conhecido princípio: sujeito no plural, verbo no plural: “Suas férias são, serão, estarão aqui.”.
Na terceira e última mensagem, ocorre novamente hipérbato e... “nossos últimos descontos de 2014”, expressão pluralizada e sujeito da oração, exige o verbo no plural.
Em suma:
“Senhor Arrais,
Seguem abaixo nossos últimos descontos de 2014. Seguem, também, nossos desejos de um bom ano!
Suas férias são aqui!”
É, meu caro! As inversões são um perigo!
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!