Os cargos mais quentes no Brasil para os próximos anos
Análise de levantamento da CTPartners dá algumas pistas das carreiras que serão demandadas (em alguns casos, pela primeira vez) nos próximos meses no Brasil
Talita Abrantes
Publicado em 8 de abril de 2014 às 15h48.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h14.
São Paulo - Contas apertadas, segurança da informação e análise de dados - eis o tripé de características que devem influenciar as carreiras mais promissoras nos próximos meses no Brasil e no mundo, segundo pesquisa da CTPartners. A consultoria mapeou as 20 profissões mais quentes no mercado de trabalho americano. Destas, nove são coerentes com a realidade do Brasil, segundo os especialistas da unidade da empresa no país. A versão brasileira da lista vai desde os clássicos CIO e CFO até cargos ainda desconhecidos do ambiente de trabalho tupiniquim, como o de executivo analítico de RH, mas que têm tudo para marcar território por aqui também.
Como a tecnologia, as responsabilidades do chefe desta área dentro das grandes empresas também evoluíram nos últimos anos.
“Este momento demanda alguém excelente em gestão de pessoas”, diz Ana Cláudia Reis, da CTPartners. “Ele tem que ser um grande gestor de projetos, de investimentos e contratos complexos de terceirização”. Ou seja, já se foi o tempo em que ser um exímio técnico era suficiente.
“Este momento demanda alguém excelente em gestão de pessoas”, diz Ana Cláudia Reis, da CTPartners. “Ele tem que ser um grande gestor de projetos, de investimentos e contratos complexos de terceirização”. Ou seja, já se foi o tempo em que ser um exímio técnico era suficiente.
As revelações de Edward Snowden no ano passado lembraram as empresas que a área de segurança da informação é estratégica [e crucial] para o bom andamento dos negócios.
“É necessário alguém que olhe todas as questões relacionadas ao acesso de informações e segurança das transações”, diz a especialista.
“É necessário alguém que olhe todas as questões relacionadas ao acesso de informações e segurança das transações”, diz a especialista.
Em alta nos Estados Unidos, o papel do diretor de estratégia da indústria farmacêutica é, grosso modo, conciliar as iniciativas de posicionamento da marca ao ambiente digital. Isso passa, por exemplo, pelo desenvolvimento de sistemas ou compra de equipamentos para a área comercial e por aí vai. No Brasil, a função ainda está restrita aos diretores de marketing em parceria com os de tecnologia. “Lá, está virando um cargo só”, diz Magui Castro, da CTPartners.
Ao VP de acesso ao mercado é outorgada a missão de desbravar novos territórios comerciais e criar estratégias para alcançá-los – seja marcando presença no repertório dos médicos ou entrando na lista de remédios disponibilizados pelo governo, no caso do Brasil. Com o governo como um dos principais clientes da indústria farmacêutica no país, estes profissionais aqui têm a tarefa de provar para os órgãos públicos por que o medicamento em questão oferece o melhor custo-benefício em termos sociais.
A falta de profissionais qualificados, de um lado, somada com a necessidade de maximizar os lucros, de outro, alçou a área de recursos humanos a outro nível de valorização dentro das empresas.
“Todo mundo pede um diretor de RH com perfil estratégico”, diz Magui. Afinal, mais do que nunca é preciso critério e inovação na hora de selecionar, treinar e reter os melhores.
“Todo mundo pede um diretor de RH com perfil estratégico”, diz Magui. Afinal, mais do que nunca é preciso critério e inovação na hora de selecionar, treinar e reter os melhores.
Na esteira da valorização do departamento de recursos humanos, a tendência é que a área ganhe contornos mais exatos nos próximos anos. Tanto que o executivo de RH analítico virou figura corrente dentro das empresas americanas. Com um perfil mais técnico e voltado para a área de exatas, este profissional tem a função de mapear os dados internos e analisá-los com o objetivo de criar políticas e critérios mais certeiros. Foi por conta de uma pesquisa deste tipo que os recrutadores do Google abandonaram o hábito de fazer perguntas difíceis na entrevista de emprego, segundo Laszlo Bock, vice-presidente de operações para pessoas da companhia, revelou ao New York Times no ano passado.
A crise de 2008 provou para as empresas que o rei estava nu, ou melhor, que o sistema financeiro era mais vulnerável do que se imaginava. Com isso, ao redor do globo, os governos se estruturaram para regular o setor.
No Brasil, a lei anticorrupção empresarial, que entrou em vigor em janeiro, demanda que as companhias tenham uma forte estrutura interna de compliance.
“O chefe desta área monitora os processos e controle da companhia para checar se elas estão alinhadas com as exigências regulatórias”, afirma Patrícia Gibin.
No Brasil, a lei anticorrupção empresarial, que entrou em vigor em janeiro, demanda que as companhias tenham uma forte estrutura interna de compliance.
“O chefe desta área monitora os processos e controle da companhia para checar se elas estão alinhadas com as exigências regulatórias”, afirma Patrícia Gibin.
Ainda engatinhando no Brasil, o diretor digital para seguros tem um papel semelhante ao do executivo analítico de RH: lapidar dados brutos para balizar as decisões estratégicas da companhia.
“Ele trabalha todos os dados disponíveis para posicionar a empresa de várias maneiras seja com novos produtos ou preços, por exemplo”, diz Patrícia.
“Ele trabalha todos os dados disponíveis para posicionar a empresa de várias maneiras seja com novos produtos ou preços, por exemplo”, diz Patrícia.
Nos últimos meses, as empresas apertaram os cintos no Brasil. “A valorização do CFO está muito ligada ao fato de que este será um ano em que se precisará trabalhar muito a eficiência interna das empresas”, afirma Patrícia.
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