Os benefícios que sua empresa ainda vai oferecer
Vale-cultura, cartão-academia, vale-combustível e plano de saúde pós-pago. Saiba como analisar se a adesão a essas novidades vale a pena para você
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 17h30.
São Paulo - Para atrair e reter talentos, as empresas têm investido e inovado no pacote de remuneração. Segundo o último Guia Salarial Hays-Insper, publicado em 2013, os benefícios se tornaram a principal ferramenta das empresas na disputa pela mão de obra mais qualificada.
Sinal dessa tendência , desde 2012, o percentual de companhias que colocam à disposição benefícios adicionais ao salário subiu de 82% para 90%. A variedade também aumentou. O plano odontológico, por exemplo, passou a ser oferecido por quase 80% das empresas. A previdência privada já é concedida por 52,5% dos empregadores.
Telefone celular (74%), notebook (70%), estacionamento (64%) e carro (46%) também estão entre os itens à disposição dos funcionários em boa parte das companhias. Atendendo à demanda por qualificação, as bolsas de estudo também estão na moda: quase metade (49,6%) das 700 empresas ouvidas no levantamento declara disponibilizar auxílio para cursos de idiomas e 46,3% apoiam outros tipos de formação.
“Em um cenário competitivo, a oferta de diferenciais tem sido efetiva para que o candidato se decida por uma empresa”, diz Mirelle Philomeno, consultora de recrutamento na Hays.
Os números mostram que as novidades introduzidas na cesta de benefícios costumam ter ampla aceitação entre os funcionários. É o caso, por exemplo, do vale-cultura, cartão no valor de 50 reais mensais que pode ser usado na compra de ingressos de espetáculos culturais, cinema, livros e revistas. Nas empresas onde é oferecido, o produto chega a atingir 80% de adesão.
Mas não é vantajoso para profissionais com salário superior a cinco salários mínimos (veja quadro). Além do vale-cultura, as últimas inovações que começam a se popularizar no pacote de remuneração são o vale-combustível para carro particular, o plano de saúde pós-pago e o vale-academia.
A administradora Priscila Ribeiro Lima, de 30 anos, executiva de relacionamento no grupo de comunicação Comunique-se, em São Paulo, é uma das que aderiram ao cartão-academia. “Chego a treinar musculação e corrida até seis vezes por semana. Sem o vale, isso seria impossível”, diz.
Ela mora no bairro de Vila Matilde, na zona leste, e trabalha em Pinheiros, zona oeste, trajeto que pode levar mais de 2 horas no trânsito caótico da capital paulista. “Às vezes malho perto de casa pela manhã e, à noite, vou à academia ao lado do escritório. Nem durante as viagens, fora de São Paulo, dispenso os treinos.”
Por causa de seu perfil, Priscila só vê vantagens no benefício. “Meu desconto em folha é de só 10 reais mensais. Se tivesse de pagar por tudo o que utilizo, gastaria uma fortuna”, afirma Priscila.
Entre os empregados com cargos mais altos, o benefício que mais tem conquistado adeptos é o plano de saúde pós-pago. Nesse modelo, também conhecido como plano administrado, em vez das mensalidades, o usuário só sofre desconto na folha de pagamentos quando realizar os exames e as consultas, correspondente a 20% do valor dos procedimentos realizados.
“Esse tipo de contrato é extremamente valorizado por ser bastante customizável”, diz Mirelle Philomeno, referindo-se à maior liberdade dos clientes na escolha dos médicos nesse sistema. Apesar das vantagens, vale lembrar que, em geral, os benefícios exigem coparticipação. Portanto, antes de aderir, faça uma análise cuidadosa para decidir se o produto é realmente adequado a seu perfil e se os ganhos compensam a mordida no holerite.