Tenho medo de falar em público: há dicas para destravar (Camrocker/Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 9 de maio de 2017 às 15h00.
Última atualização em 9 de maio de 2017 às 15h32.
São Paulo – Todos os olhares do ambiente têm um alvo: você. A sensação é pânico, terror, aflição. A garganta seca, a respiração acelera e uma incômoda gota de suor pinga da têmpora esquerda avisando que a temperatura corporal já subiu.
Há pessoas introvertidas que se sentem assim quando precisam falar em público. Mas, Gislene Isquierdo, psicóloga master coach e especialista em destrave emocional, garante que é possível reverter a agonia ao encarar uma plateia.
“Os tímidos podem arrasar falando em público! Lembre-se de que Steve Jobs, um tímido clássico, arrasava em suas apresentações”, diz Gislene.
Ela tem dicas e respostas para dúvidas frequentes de quem não hesita em dizer que odeia falar em público mas reconhece que, no atual momento de carreira, desenvolver qualidades de oratória é indispensável para conseguir melhores resultados profissionais. Confira:
“Se você pensar que falar em público é algo penoso, assim será! Se você pensar que é uma oportunidade, assim será”, diz Gislene. Não há como escapar: um pensamento gera um estado emocional e emoções interferem nos comportamentos.
“Assim, se você sentir medo, você provavelmente fugirá da situação de ter que se apresentar diante de um público”, diz. O problema dessa atitude, de acordo com ela, é que, no caso acima, essa competência é importante para garantir a visibilidade necessária ao crescimento na carreira.
O primeiro passo é então mudar a forma de encarar o ato de “ter que falar em público”, sugere a especialista. “O que é mais penoso: ter que falar em público ou ver alguém menos competente do que você crescer e você ficar para trás? ”, pergunta Gislene.
No instante que sentir que vai travar, mude a sua forma de respirar, indica a coach. “Muito provavelmente você está respirando muito rápido e de forma curta. O ar não está chegando onde ele precisa chegar. Respire corretamente e lentamente, inspire pelo nariz e solte o ar bem devagar pela boca”, diz.
Em seguida, altere a postura corporal. “Nada de ombros caídos, fique com uma postura ereta, como se você fosse a pessoa mais confiante do universo. Olhe para frente e sorria”, sugere.
Sabendo a relação direta entre pensamento, emoção e mentalizar afirmações como, por exemplo, “eu venço os desafios”, “eu sou forte” ou “eu posso” podem melhorar o estado emocional.
Antes da apresentação, a especialista sugere um truque para se soltar: música e movimentos de corpo.
Vermelhidão, tremedeira, gagueira, falta de ar, transpiração e o temido “deu branco” são respostas emocionais e não dá para controlar, segundo Gislene. “São consequências de sentimentos como: ansiedade, nervosismo, insegurança, timidez e medo”, diz.
Para ela qualquer tentativa de mascarar esses sintomas é inútil. Verificar a causa é mais produtivo em longo prazo do que atacar o sintoma com calmante.“Não disfarce, encare suas emoções e desenvolva a sua inteligência emocional”, indica.
“Quando uma apresentação vai mal é porque o apresentador está focando ele mesmo e não o público e o resultado que quer alcançar”, diz a coach.
Mude o foco e tente atentar para o que pode criar conexão com as pessoas. Bons apresentadores transmitem emoção e dão exemplos práticos e com os quais o público se identifica.
Por isso, um dos conselhos básicos para apresentações é reunir informações sobre a sua audiência. Investigar a plateia é tão essencial para o sucesso da empreitada quanto dominar o tema que será exposto.