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Anitta, a executiva: Comigo não tem 'esse trabalho não é meu'

A cantora, que já foi capa da EXAME, afirma que mentalidade de dono é essencial para trabalhar em sua equipe

"Sou bem organizada. comigo não existe essa coisa de cancelar, adiar e passar para depois. Ninguém pode atrasar. Quando eu marco alguma coisa tem outra 10 minutos depois. Preciso que todos sejam muito pontuais", diz Anitta (John Parra/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 16h15.

Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 13h37.

Anitta , a cantora, todo mundo conhece. Ela tem 55 milhões de seguidores no Instagram, 15 milhões no Youtube e encabeça listas de sucessos no Brasil e no mundo. A Anitta empresária também já é bem conhecida: deu aula em Harvard e foi capa da EXAME em 2019 pela revolução que provocou no mercado de música e entretenimento.

Mas e a Anitta executiva? Esta faceta é menos conhecida, embora ela já seja líder de inovação da Ambev desde 2019, agora responsável pela marca Skol Beats. Mais recentemente ela acrescentou outra função à sua carreira multifacetada: virou conselheira do Nubank . Tanto na Ambev quanto no Nubank tem o papel de conectar as empresas a um público jovem em constante mutação.

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Ela falou sobre como ajuda empresas nesta tarefa numa live nesta quarta-feira organizada pela Cia de Talentos, empresa líder na atração de executivos no mercado brasileiro. Anitta conversou com a fundador da Cia de Talentos, Sofia Esteves, e com Daniel Wakswaser, vice-presidente de marketing da Ambev e ponto de contato da cantora com a maior fabricante de bebidas do país.

Sofia perguntou à cantora como ela dá conta de conciliar tantas agendas. "Sou bem organizada. comigo não existe essa coisa de cancelar, adiar e passar para depois. Ninguém pode atrasar. Quando eu marco alguma coisa tem outra 10 minutos depois. Preciso que todos sejam muito pontuais. Eu sou sempre muito pontual e muito caxias com tudo que eu marco para dar conta de cuidar da família, da empesa, ser artista e ter vida pessoal", afirmou. Ela também estuda idiomas, tem aula de interpretação, começou a aprender piano durante a pandemia e faz aulas de economia para se aprofundar no universo do Nubank.

Com a Ambev, o conhecimento do público, e do produto, foi automática. "Ela tem uma carreira cercada de inovação", afirmou Wakswaser. "Para isso, é preciso ter empatia para entender o público a que você serve. E é preciso ter coragem para liderar e apostar em coisas que as pessoas nem sabem que precisam ter". Segundo o executivo, Anitta casou bem com a Skol Beats porque a marca é jovem e, assim como a cantora, pode se dar ao luxo de apostar em tendências e de lançar projetos ainda não 100% finalizados.

"A Beats é uma marca jovem. Se fosse mais conservadora, de um público acostumado com outro ritmo, precisaríamos de outro tipo de trabalho, com mais pesquisa. Mas com a beats podemos botar em prática no meio do caminho. O jovem quer as coisas agora, não importa se está meio pronta. Eu não tenho medo de arriscar. Nada é o fim do mundo. Tentou algo e não deu certo, vamos tentar a próxima", afirmou.

"A 150 bpm foi a primeira ideia e a que mais amo. Financeiramente não é o maior. A GT dá muito resultado. Mas é a 150 que traz a característica da marca, de ser diferente, divertida, inovadora. as pessoas vendiam na rua 'duas Anittas é 10'. Foi muito divertido", afirmou. "Penso sempre no público final. Não posso pensar só no meu paladar. Tem coisas que não amo, mas sei que vai dar certo porque conheço bem o meu público".

Waskwaser afirmou que o mais importante neste tipo de relação é compartilhar os princípios, e que no dia a dia diferenças de visão são parte do processo. "A Beats é a marca que mais se permite errar. No carnaval desse ano, por exemplo, a Anitta fez um reality numa ilha com amigos dela. Não tem muito como controlar isso. E a Ambev nunca fez reality. Conseguimos, em três dias, chegar a 1,5 milhão de seguidores no Instagram".

Tanto Anitta quanto a Ambev compartilham outro princípio de gestão cada vez mais caro: o sentimento de dono. "Na minha equipe sempre dei autonomia. Eu fazia tudo, olhava cada contrato, até 2 anos atrás. Era muito cansativo. Aí reuni minha equipe e disse: vocês já tiveram 10 anos para me conhecer e é hora de tomar as decisões sozinhas. Antes perdia muito tempo centralizando tudo e não tinha paciência quando erravam. Hoje deixo a galera mais solta e já tenho mais paciência para os erros", afirmou.

"O que mais valorizo é a vontade de crescer e de fazer. A pessoa precisa também da humildade de aprender. Eu não comecei sabendo tudo, fui aprendendo no caminho. O que mais falo quando vou contratar alguém é "você tem vontade de ser incrível?". Não gosto de ouvir "isso não é meu trabalho". Você precisa fazer o trabalho dos outros para crescer, para talvez virar o dono da empresa", afirma.

"O negócio de não ter uma só função é ter a cabeça de dono. A versatilidade entra nessa cultura", complementou Wakswaser.

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