O que jovens amam e odeiam nos grandes programas de trainee
Levantamento com 800 trainees e ex-trainees revela quais os principais motivos de satisfação e de insatisfação em relação aos programas de grandes empresas
Camila Pati
Publicado em 23 de julho de 2015 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h37.
São Paulo – O que busca um jovem trainee ? Quais suas motivações e insatisfações? Levantamento da comunidade de carreiras Love Mondays identificou - entre 800 trainees e ex-trainees - o que eles mais amam e odeiam nos programas de grandes empresas. Para a CEO da Love Monday’s, pesquisar para alinhar as expectativas em relação ao programa de trainee é essencial para evitar futuras frustrações. “O jovem entra no programa com muitas expectativas, que precisam ser realistas e gerenciadas”, diz. Confira, nas fotos, os pontos positivos dos programas que mais aparecem nas respostas dos jovens e veja também o que mais incomoda os trainees insatisfeitos:
O clima de trabalho agradável é o que os trainees mais apreciam, segundo a pesquisa. “O jovem em começo de carreira é muito influenciado pelo ambiente de trabalho e pelos colegas e chefes”, diz Luciana Caletti, CEO da Love Mondays. Sentir-se confortável e manter boas relações com as pessoas no trabalho têm impacto direto na produtividade e no desenvolvimento, segundo Luciana.
Trainees querem crescer profissionalmente e, se possível, rapidamente. Por isso, a aprovação no programa chega carregada de expectativa de acelerar a progressão de carreira. “Mas o jovem precisa entender que, para isso, tem que dar resultados”, diz a CEO da Love Mondays.
Aprender é um dos objetivos primordiais de um jovem que busca o desenvolvimento necessário para assumir função de liderança em tão pouco tempo de carreira. “Muitas empresas consideram os trainees seus futuros líderes e, portanto, investem na criação de oportunidades de aprendizado e progressão na carreira após o término do programa”, diz Luciana Caletti.
Entre os insatisfeitos, o salário baixo é o ponto mais crítico. De acordo com as informações Love Mondays, a média nacional salarial é de 3.267 reais, mas os valores variam muito, dependendo da indústria e da modalidade do programa. “Os salários dos trainees de consultorias são mais baixos e, por exemplo, bancos de investimento têm as remunerações mais altas. Antes de criar muita expectativa é importante pesquisar sobre o salário e o pacote de benefícios que a empresa oferece aos participantes do programa", diz Luciana.
Se o desenvolvimento de carreira é um dos objetivos primordiais do trainee, a frustração é enorme se, após o término do programa, a empresa não apresenta um plano de carreira estruturado. “O risco para a companhia que investiu neste jovem profissional ao longo de dois anos, que é a duração média do trainee, é que ele vá buscar essa progressão no mercado”, diz Luciana.
A falta de reconhecimento também aparece com fator de desmotivação entre os trainees insatisfeitos. “Muitas vezes é algo atrelado à progressão de carreira, mas existem aspectos subjetivos envolvidos, como elogios ou a participação em projetos, por exemplo”, diz Luciana Caletti.