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Excessos podem fazer orçamento pós-viagem estourar

Viajar é um ótimo programa para descansar a cabeça, mas cuidado com as compras. Elas podem comprometer o orçamento nos meses seguintes

"Ainda que você passe ileso pela alfândega, terá de ajustar seu orçamento nos meses seguintes à viagem. Por isso, planeje as compras ou então separe uma grana para consumir sem peso na consciência. " (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 06h00.

São Paulo - Viajar é sempre excelente. Ter um tempo para fugir do cotidiano, descansar e repensar a vida é essencial para a manutenção do bem-estar. Mas existem custos envolvidos nesse processo — e eles são bastante elevados. Até mesmo em uma visita a um país vizinho com custo de vida mais baixo, como Argentina ou Uruguai, há despesas que podem desequilibrar seu orçamento no restante do ano.

Uma passagem de ida de São Paulo a Buenos Aires, por exemplo, fica na faixa de 650 reais se agendada com antecedência. Além do bilhete aéreo, ainda há que pensar em hospedagem, alimentação, transporte e, claro, nas compras — que representam os gastos mais relevantes para efeito do reajuste no orçamento pós-viagem.

Em função das compras, os momentos de prazer acabam antes mesmo da aterrissagem do avião, já no preenchimento da declaração de bagagem. Se o turista não declarar as compras e for barrado pela alfândega, terá um custo alto, que pode dobrar o valor pago nas aquisições. Ainda assim, muitos preferem assumir o risco.

As compras, muitas vezes, não têm um motivo definido. Os preços no exterior, que chegam a ser consideravelmente inferiores àqueles praticados no Brasil, fazem com que o consumidor adquira desde bugigangas até enxovais, vestidos de noiva, smartphones e notebooks de última geração.


Além do chamariz dos preços, o turista sente o impacto do chamado efeito manada. Tendemos a seguir o comportamento alheio. É isso que explica nossa preferência por entrar em restaurantes com bastante gente ("todo mundo vai lá"). Há estudos que mostram que o efeito manada até alivia nossa culpa pelos gastos excessivos que fizemos em compras no exterior. Afinal, como sabemos, nessas viagens “todo mundo acaba gastando mesmo”.

Por um lado, o efeito manada o empurra para modernizar seus aparelhos eletrônicos, seu guarda-roupa e até sua casa. Por outro, a chance de desfrutar do modelo mais moderno, por um preço significativamente inferior, parece irresistível.

Essas duas forças, combinadas, são como quatro mãos. Duas delas primeiro guardam as compras bem escondidas na bagagem. As outras duas se unem e rezam para passar sem problemas pela aduana.

Ainda que você passe ileso pela alfândega, terá de ajustar seu orçamento nos meses seguintes à viagem. Por isso, planeje as compras ou então separe uma grana para consumir sem peso na consciência.

Samy Dana é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Ph.D. em administração e negócios e autor dos livros 10x sem juros, em coautoria com Marcos Cordeiro Pires, e Como passar de devedor para Investidor, com Fabio Sousa

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São Paulo - Viajar é sempre excelente. Ter um tempo para fugir do cotidiano, descansar e repensar a vida é essencial para a manutenção do bem-estar. Mas existem custos envolvidos nesse processo — e eles são bastante elevados. Até mesmo em uma visita a um país vizinho com custo de vida mais baixo, como Argentina ou Uruguai, há despesas que podem desequilibrar seu orçamento no restante do ano.

Uma passagem de ida de São Paulo a Buenos Aires, por exemplo, fica na faixa de 650 reais se agendada com antecedência. Além do bilhete aéreo, ainda há que pensar em hospedagem, alimentação, transporte e, claro, nas compras — que representam os gastos mais relevantes para efeito do reajuste no orçamento pós-viagem.

Em função das compras, os momentos de prazer acabam antes mesmo da aterrissagem do avião, já no preenchimento da declaração de bagagem. Se o turista não declarar as compras e for barrado pela alfândega, terá um custo alto, que pode dobrar o valor pago nas aquisições. Ainda assim, muitos preferem assumir o risco.

As compras, muitas vezes, não têm um motivo definido. Os preços no exterior, que chegam a ser consideravelmente inferiores àqueles praticados no Brasil, fazem com que o consumidor adquira desde bugigangas até enxovais, vestidos de noiva, smartphones e notebooks de última geração.


Além do chamariz dos preços, o turista sente o impacto do chamado efeito manada. Tendemos a seguir o comportamento alheio. É isso que explica nossa preferência por entrar em restaurantes com bastante gente ("todo mundo vai lá"). Há estudos que mostram que o efeito manada até alivia nossa culpa pelos gastos excessivos que fizemos em compras no exterior. Afinal, como sabemos, nessas viagens “todo mundo acaba gastando mesmo”.

Por um lado, o efeito manada o empurra para modernizar seus aparelhos eletrônicos, seu guarda-roupa e até sua casa. Por outro, a chance de desfrutar do modelo mais moderno, por um preço significativamente inferior, parece irresistível.

Essas duas forças, combinadas, são como quatro mãos. Duas delas primeiro guardam as compras bem escondidas na bagagem. As outras duas se unem e rezam para passar sem problemas pela aduana.

Ainda que você passe ileso pela alfândega, terá de ajustar seu orçamento nos meses seguintes à viagem. Por isso, planeje as compras ou então separe uma grana para consumir sem peso na consciência.

Samy Dana é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Ph.D. em administração e negócios e autor dos livros 10x sem juros, em coautoria com Marcos Cordeiro Pires, e Como passar de devedor para Investidor, com Fabio Sousa

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