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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.
Os que não sabem como combater as preocupações morrem jovens
Dr. Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina
Como encarar a demissão? Tem muita gente que prefere nem pensar nisso, mas se ela chegar, é bom saber como lidar com alguns sentimentos. É o que proponho nesse artigo. Vamos mapear algumas das preocupações que geralmente torturam o demitido e como resolvê-las. Antes de começar, precisamos entender os dois tipos pelos quais as preocupações se manifestam. Alguns problemas têm caráter finito, transitório, terrestre, mundano e relativo. Outros têm natureza infinita, transcendental, eterna e absoluta.
O segundo tipo de preocupação é contemplativo e exige devoção incondicional e paixão por questões transcendentais. É a preocupação com aquelas coisas que estão além da pura razão e da matéria, de coisas que não vemos, não ouvimos, não tocamos, porém, sabemos que existem por um ato de fé. Na declaração do escritor hebreu: Pela fé entendemos que os mundos visível e invisível pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente . Ou ainda A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hebreus 11:1e3). Por outro lado, o primeiro tipo é de preocupações não-reflexivas. Para serem resolvidas, exigem movimento, ação. Essa natureza dinâmica faz o mundo evoluir e enriquecer as vidas das pessoas a cada instante. Assim como pode deixá-las em estado mental de perplexidade.
A demissão, naturalmente, pertence à primeira categoria. (É claro que a fé e a esperança desempenham um papel fundamental na conquista de novo trabalho, mas abordarei esse tema em outra coluna aqui no site da VOCÊ s.a..) A primeira preocupação, naturalmente, é como enfrentar a família (pais, esposa, filhos, irmãos) e comunicar a própria demissão. Como vão reagir à notícia? Que tipo de compreensão e apoio poderão oferecer? Que sacrifícios a família estará disposta a fazer em termos de redução de despesas familiares? Lembre-se que uma boa parte dos demitidos não comunica à família sua demissão por um bom e longo período.
A segunda preocupação é o medo do colapso financeiro. Como sobreviver sem salário e garantir o mesmo padrão de vida à família durante o período de disponibilidade no mercado clube social, educação dos filhos, viagens, lazer, compromissos anteriormente assumidos, etc. A terceira preocupação é com a duração do tempo em que ficará fora do mercado de trabalho. Logo imaginam conseqüências como: obsolescência gerencial, perda parcial ou total de sua rede de relacionamento, distanciamento das principais tendências de sua área de atividade, entre outras.
A quarta preocupação é sobre o que seus amigos pensarão sobre sua demissão. Até que ponto eles compreenderão esse momento e o ajudarão. De antemão, sabe-se que as amizades são importantes. A vida sem amigos sua solidariedade, benevolência, carinho, companheirismo e respeito é como um rio sem águas. A quinta preocupação é com a discriminação idade, formação, fluência em outro idioma, número de anos trabalhando para a mesma empresa, grau de flexibilidade e disposição a mudanças de ordem pessoal.
É sabido que essas e outras preocupações podem comprometer o processo de recolocação de profissionais. Muitas vezes o demitido não consegue ver as coisas com clareza, objetividade e racionalidade. O mar não está para peixe , afirmam às vezes. As preocupações também destroem a autoconfiança e a esperança do demitido; as preocupações os impedem de ver e aproveitar os benefícios que somente a demissão é capaz de proporcionar. As preocupações limitam o potencial dos demitidos, conseqüentemente, prejudicando seu esforço na busca e conquista de seus sonhos.
Como evitar as preocupações num instante tão delicado e ao mesmo tempo rico da vida profissional? É bem verdade que jamais aniquilaremos todas as preocupações. Elas fazem parte da vida. No entanto, tenho algumas recomendações que poderão torná-las menos penosas:
Na vida, haverá de encontrar inúmeras preocupações. Não poderá ser de outra maneira. Caso contrário, ela seria monótona, repetitiva, vazia e sem desafios. Mas, a despeito da demissão, você poderá escolher. Aceitar as coisas inevitáveis, adaptar-se rapidamente a nova realidade, ou arruinar o seu processo de prospecção de um novo trabalho, deixando-se dominar pelas preocupações. Portanto, rejeite todos os sentimentos negativos decorrentes da demissão e aceite-a de boa vontade. A sua aceitação como algo normal na vida de qualquer profissional é o primeiro passo para se gerenciar as conseqüências dos infortúnios e das preocupações.