Carreira

Nubank coloca o pé na estrada para recrutar talentos de todo o Brasil

Mais de 10 mil universitários se inscreveram para as vagas do Nubank. Em entrevista exclusiva para EXAME, funcionários contam sobre a experiência

 (Nubank/Divulgação)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 2 de maio de 2019 às 09h30.

Última atualização em 7 de maio de 2019 às 14h57.

São Paulo - “É legal trabalhar aí? Como é o dia a dia? E tem cachorro mesmo?”

Essas são algumas das dúvidas que estudantes universitários curiosos direcionaram para os funcionários do Nubank durante as visita a 15 universidades em 7 estados diferentes do Brasil, que aconteceram durante o mês de março e o começo de abril.

A turnê faz parte da iniciativa de atração de talentos da fintech, que prevê contratar mais de 400 novos funcionários no primeiro semestre de 2019.

E o esforço valeu a pena: foram mais de 10 mil inscritos nas vagas de analista de negócios, analista de finanças e estagiários de Data Science e Machine Learning.

Embora a empresa já tenha feito um processo parecido no passado, essa é a primeira vez que as visitas têm uma organização mais estruturada e com grande alcance geográfico, visando maior diversidade no recrutamento.

Eles passaram por São Paulo, São Carlos, Santo André, São José dos Campos, Campinas, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Brasília e Florianópolis.

Além da USP e Unicamp, eles se encontraram com alunos do Ibmec (BH), FGV/RJ, FGV/SP UFMG, UNB, UFABC, ITA, UFSC, UFPE e UFC.

“Até certo ponto, os alunos têm uma visão de clientes, nos conhecem como cartão, e não perceberam que poderiam estar aqui dentro. Queríamos nos aproximar e criar esse laço”, conta Guilherme Malavolta, analista de negócios, um dos responsáveis pelo projeto.

“Quando passamos no Ceará, Brasília e no interior de São Paulo, percebemos uma demanda muito grande dos alunos por esse tipo de contato com as empresas”, fala ele.

Guilherme entrou no Nubank há quase um ano, após indicação de uma amiga que disse a ele que trabalhava na melhor empresa do mundo.

Ele conta que jamais imaginaria trabalhar em um lugar como a fintech. Quando cursava Engenharia de Materiais e Manufatura, ele adorava resolver problemas, mas queria ficar longe de computação.

Desde seu primeiro dia, ele fala que teve a chance de aprender coisas novas e desmistificou sua ideia sobre programação.

“O mais legal aqui é que aprendo todo dia uma coisa nova. Não me sinto cobrado, mas sempre recebo desafios. No começo, meu chefe pediu que eu respondesse uma pergunta sobre negócio para a equipe avançar”, diz ele.

Como ele, muitos universitários se perguntam como poderiam se encaixar dentro de um cargo da startup. Embora os encontros chamassem atenção do público nos cursos de engenharia, os eventos eram abertos para todas as formações.

“Acabei de entrevistar uma mulher formada em veterinária”, comenta Guilherme.

Eles observaram que os jovens estão atualizados e já se preparam para o mercado de trabalho do futuro.

Segundo Jéssica de Sousa, cientista de dados do Nubank, parte da organização dos eventos e presente em diversas visitas a universidades, muitos estudantes chegaram com perguntas pontuais sobre machine learning, querendo entender os caminhos que deveriam seguir para trabalhar na área de tecnologia.

“Foi um choque bom saber que os alunos estão interessados, pois queremos eles aqui dentro. Eles compartilharam a experiência do que estavam estudando, questionando se estavam no caminho certo. É ótimo saber como é nas faculdades a visão sobre nossa carreira”, comenta a cientista de dados.

Ela mesma começou estagiando em uma consultoria pequena na Venezuela, seu país natal, onde pode entrar em projetos de Ciência de Dados e se apaixonou pela área.

Embora no curso de Matemática Aplicada, e depois no mestrado, ela estudasse Ciência de Dados, o mercado de trabalho ainda não explorava muito o uso desse conhecimento.

“Queria aplicar machine learning no trabalho e mostrar que era uma área legal, mas ainda não havia essa demanda no mercado. E eu não tinha uma boa visão da área de finanças, via meus amigos trabalhando em banco e parecia muito estressante. Quando fiz um curso e o professor, que trabalhava no Nubank, me falou da área na empresa, tentei a vaga”, conta ela.

Trabalhar na startup, como ela descobriu em um ano de casa, é uma experiência diferente do mercado tradicional.

“Todo mundo está muito disposto a ajudar, sei que posso perguntar e não vão achar ruim, aqui tem muita troca de conhecimento. Entendemos que ter dúvidas é normal e parte do aprendizado”, fala.

Após se envolverem na organização das visitas, entre os dias 25 a 29 de abril, os dois e outros funcionários realizaram a fase de entrevistas dos candidatos.

De mais de 10 mil inscritos para as vagas, cerca de 300 pessoas foram chamadas para o escritório de São Paulo, ou para conversar por telefone e teleconferência. A primeira seleção foi feita por meio de provas online de lógica e raciocínio.

As entrevistas aconteceram com as equipes de cada área dos cargos disponíveis, que avaliaram suas competências técnicas para o trabalho. Depois, eles passaram pela equipe de pessoas para entender sua compatibilidade com a cultura.

Tudo para encontrar as melhores pessoas, já que o número de vagas não é definido. Os futuros integrantes do Nubank serão escolhidos pelas suas habilidades, não por uma cota.

E, com exceção do estágio, o recrutamento de novos analistas é constante. No site de vagas da empresa, é possível se candidatar para novas oportunidades que surgirão ao longo do ano.

Confira as imagens do escritório do Nubank em São Paulo (sim, pode levar cachorro - e gato!):

Cachorro passa o dia no escritório do Nubank, em São Paulo

Cachorro passa o dia no escritório do Nubank, em São Paulo (Nubank)

Escritório do Nubank em São Paulo

(Nubank/Divulgação)

Escritório do Nubank, em São Paulo

(Nubank/Divulgação)

 

Escritório do Nubank em São Paulo

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Nubank: a gigante chinesa da tecnologia Tencent vai investir 200 milhões de dólares na fintech brasileira / (Nubank/Divulgação) (Nubank/Divulgação)

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