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Profissional de marketing digital recebe até R$ 17 mil

Mercado em expansão gera demanda que não tem sido atendida

Faltam profissionais qualificados em Marketing Digital (EXAME/Exame)

Faltam profissionais qualificados em Marketing Digital (EXAME/Exame)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Rio de Janeiro - A rápida expansão do mercado digital nos últimos cinco anos é responsável pelo aumento da demanda por profissionais especializados na área. A alta procura por pessoas qualificadas, no entanto, não tem sido atendida. Sobram oportunidades e falta mão de obra capacitada para responder por um setor que recebe cada vez mais investimentos de marketing.

O digital entra na estratégia das empresas, que aos poucos implementam departamentos exclusivos para ações on-line e oferecem salários que podem variar de R$ 2.000,00 a R$ 17.000,00. O crescimento da procura por profissionais especializados em marketing digital, entretanto, esbarra na ausência de uma formação acadêmica consolidada e na falta de experiência de mercado.

Com o setor aquecido, a tendência é que a procura aumente cada vez mais. "A demanda crescerá. Até 2008, o mercado estava estagnado, crescendo de forma orgânica. Com a explosão das redes sociais, as empresas despertaram para o meio digital”, acredita Romeo Bussarello, Diretor de Internet da Tecnisa, que desde 2008 conta com um departamento focado em marketing digital.

Investimentos em Marketing Digital crescem a cada ano

A expectativa de expansão ainda maior nos próximos anos é explicada pela alteração observada nos investimentos em marketing digital. Se por um lado o on-line passa a receber mais atenção das marcas, por outro, a verba destinada a canais off-line começa a sentir uma retração. "O mercado está em franca expansão no Brasil. Hoje, os investimentos em marketing digital representam cerca de 4%. Mas as empresas estão cada vez mais adotando essa estratégia e o dinheiro está migrando rapidamente para o digital", diz Leandro Kenski, CEO da agência Media Factory, em entrevista.

Segundo dados do Ibope, em 2009, os investimentos em marketing digital cresceram 25% e a expectativa para este ano é que este número seja de 30%. Diante desse cenário surgem carreiras em ascenção. Links patrocinados, ferramentas de buscas, redes sociais e métricas são algumas das oportunidades em voga para aqueles que desejam investir na área. Mas é necessário que os executivos de marketing entendam a importância da integração entre a função desempenhada e o meio digital.

"Seja lá qual for a área de atuação do profissional, ele deve conhecer muito de marketing digital, porque todos os canais tradicionais estão sendo influenciados pelo processo de digitalização. Não dá para isolar (o marketing digital) e achar que é algo paralelo", explica Max Petrucci, CEO da Garage, em entrevista ao portal.

Demanda não é garantia de contratação

A lacuna observada na procura por profissionais é explicada justamente pelo crescimento rápido e recente do setor. "A situação do mercado digital não é muito diferente da situação da mão de obra para qualquer outro setor que esteja em transformação. Existe defasagem no processo de formação e de tempo de produção de conhecimento. O tempo que se leva para educar uma pessoa é mais lento do que o necessário, em termos de mercado" conta Marcos Felipe Magalhães, diretor de marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), ao site.


Para aproveitar as oportunidades oferecidas, o profissional deve ser inquieto e estar alinhado às novidades, além de aliar cursos acadêmicos à experiência que apenas o mercado pode oferecer. "A formação acadêmica ajuda, mas o que realmente forma as pessoas são as boas empresas, como Google e Apple. O Brasil, infelizmente, não é um pólo formador de tecnologia digital. Por isso, quando o profissional quer entrar em um mercado em formação, a melhor escola são as empresas com empreendedores, profissionais com quem você sabe que vai aprender", acredita Petrucci, da Garage.

A necessidade de uma formação adequada é o principal indicativo de que a expansão do mercado e a busca crescente por novos profissionais não são garantias de contratação. Como toda carreira ligada à tecnologia, o marketing digital está sempre em transformação e evolução, o que exige profissionais atualizados constantemente. "A informação hoje em dia é muito perecível. Tudo o que é aprendido em qualquer curso está obsoleto depois de três anos. As pessoas precisam entender qual é a área de interesse delas e se atualizar permanentemente", sugere Ana Maria Nubie, Vice-Presidente de Atendimento da Agência Click, em entrevista.

Empresas devem manter profissionais

Outra iniciativa fundamental para quem deseja apostar no setor é manter-se presente em grupos de interesse, como redes sociais, associações profissionais e cursos, onde seja possível compartilhar o que está acontecendo na área. Além de ser uma boa forma de atualização, o contato com outras pessoas ajuda na hora de encontrar - e aproveitar - oportunidades.

"É fundamental ter em mente que devemos sempre ter pessoas com quem nos relacionar e que conheçam nosso potencial como profissionais, para quando uma oportunidade aparecer", diz Ana. O perfil autodidata deste profissional faz com que apenas um currículo não seja suficiente na hora de conquistar seu espaço.

Por outro lado, também cabe às empresas manter este profissional satisfeito. É uma característica comum no meio digital encontrar a chamada Geração Y e, agora, Z, composta por mentes inquietas, que desejam o sucesso rápido e avessas à hierarquia. Por isso, é importante oferecer desafios e dar liberdade para que o profissional traga ideias, proporcionando um ambiente de aprendizado. Outro elemento fundamental é o prazer e a satisfação de fazer parte da equipe.

"É importante dar a possibilidade de que o profissional faça o que gosta. Não se pode ter uma estrutura muito rígida. O jovem não quer burocracia, quer colocar a mão na massa, é ansioso. O ambiente deve ser propício à criação", afirma ao portal Allan Fonseca, diretor de canais da Coelho da Fonseca, que criou a Diretoria de Canais em 2009, após constatar que 90% dos consumidores buscam imóveis na internet primeiro.
 
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