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Pão de Açúcar reintegra jovens infratores

Iniciativa do Grupo Pão de Açúcar promove a reintegração social de jovens infratores e dá um impulso para sua inserção no mercado de trabalho

Vandreia Oliveira, gerente de recursos humanos e diversidade: “Este era um desafio que a companhiaqueria enfrentar” (Claudio Rossi)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 14h34.

São Paulo - Em2004, o Grupo Pão de Açúcar já tinha uma política de valorização da diversidade e inclusão social bem consolidada. A empresa contratava pessoas com mais de 50 anos como trainees de gerentes de loja, admitia pessoas na terceira idade para trabalhar como empacotadoras e empregava donas de casa e pessoas com deficiência para exercer funções diversas. Mas o grupo varejista sabia que podia fazer mais.

Foi quando surgiu a ideia de lançar o programa Gente de Futuro, com o objetivo de promover a inclusão social de jovens que se encontram sob medida socioeducativa da Fundação Casa, a antiga Febem. (Aqui, cabe uma explicação: medidas socioeducativas são um conjunto de ações com finalidade pedagógica e educativa para prevenir novos delitos e minimizar a exclusão social de jovens infratores. Entre as medidas socioeducativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente estão a advertência, a obrigação de reparar o dano, a prestação de serviço à comunidade e a liberdade assistida.)

O Desafio

Desenvolver programas de jovem aprendiz e primeiro emprego há muito tempo fazem parte do cotidiano das grandes empresas brasileiras. O Grupo Pão de Açúcar, no entanto, resolveu ir além. Sensibilizado pela dificuldade de inserção no mercado de trabalho de jovens infratores que estavam sob medida socioeducativa, a empresa decidiu abraçar o desafio da Fundação Casa. “Queríamos dar oportunidade a esses jovens, era um desafio que a companhia queria ter”, afirma Vandreia Oliveira, gerente de recursos humanos e diversidade do Grupo Pão de Açúcar.

A Solução

O programa Gente de Futuro teve seu projeto piloto lançado em 2004, com a participação de 30 jovens da Febem em São Paulo que se encontravam em situação de liberdade assistida, regime no qual os adolescentes mantêm suas atividades do dia a dia e continuam morando com sua família, mas sob a supervisão do Estado. Eles foram contratados como operadores de hiper e supermercados, com carga horária de 44 horas semanais. Para dar suporte ao programa, o RH aliou-se a uma organização não-governamental que tinha ampla vivência com jovens em vulnerabilidade social. “A ideia é que, pelo convívio profissional, os jovens possam rever seus valores e crenças e, de fato, promover uma mudança”, diz Vandreia.


“Ao mesmo tempo, eles precisam entender que as empresas têm regras, que é preciso respeitar os colegas e saber se relacionar bem com os clientes.” Com o objetivo de garantir o sucesso do Gente de Futuro, a equipe de RH e diversidade buscou o comprometimento dos gerentes para apoiar os jovens, mas sem revelar a todos os colaboradores que eles participavam do programa, de forma a evitar qualquer tipo de discriminação ou estigmatização social. No final de 2010, o Gente de Futuro foi redesenhado e passou a aceitar, ainda, jovens em prestação de serviços à comunidade.

A triagem é feita em parceria com a Fundação Casa e os jovens podem ingressar na empresa como operadores de hiper ou supermercados, separadores de mercadoria, office boys ou assistentes administrativo. As turmas têm até 20 jovens, que participam de dois encontros mensais em grupo, além de reuniões individuais também mensais. Ao todo, o programa tem um ano e meio de duração. Ao final do período, o jovem pode optar por continuar no Grupo Pão de Açúcar, mas não será mais acompanhado segundo os critérios do Gente de Futuro.

O Resultado

Quatro anos depois do lançamento do Gente de Futuro, a equipe de diversidade deixou de ser terceirizada e recebeu seu primeiro orçamento para investimento nos programas. Hoje, o Grupo Pão de Açúcar investe em programas voltados para pessoas com deficiência, que somam 5% do total de colaboradores, e em programas de diversidade etária, como Jovem Aprendiz, Primeiro Emprego, Terceira Idade e o próprio Gente de Futuro. Mais de 120 jovens já passaram pelo Gente de Futuro. Destes, 90% permaneceram por mais de um ano na empresa e 10% foram promovidos.

“Nossa meta não é fazer com que eles fiquem na companhia, mas sim promover sua reintegração social. Se eles saem do Grupo Pão de Açúcar para trabalhar em outra empresa, porque enxergaram outro caminho profissional, é sinal de que o programa foi bem-sucedido”, afirma Vandreia. Atualmente, o Grupo Pão de Açúcar conta com 24 jovens do Gente de Futuro, dos quais 13 estão há mais de cinco anos na empresa e 11 foram admitidos em novembro de 2010. “Nossa meta agora é ampliar esse número”, diz a gerente de RH e diversidade.

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Foi quando surgiu a ideia de lançar o programa Gente de Futuro, com o objetivo de promover a inclusão social de jovens que se encontram sob medida socioeducativa da Fundação Casa, a antiga Febem. (Aqui, cabe uma explicação: medidas socioeducativas são um conjunto de ações com finalidade pedagógica e educativa para prevenir novos delitos e minimizar a exclusão social de jovens infratores. Entre as medidas socioeducativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente estão a advertência, a obrigação de reparar o dano, a prestação de serviço à comunidade e a liberdade assistida.)

O Desafio

Desenvolver programas de jovem aprendiz e primeiro emprego há muito tempo fazem parte do cotidiano das grandes empresas brasileiras. O Grupo Pão de Açúcar, no entanto, resolveu ir além. Sensibilizado pela dificuldade de inserção no mercado de trabalho de jovens infratores que estavam sob medida socioeducativa, a empresa decidiu abraçar o desafio da Fundação Casa. “Queríamos dar oportunidade a esses jovens, era um desafio que a companhia queria ter”, afirma Vandreia Oliveira, gerente de recursos humanos e diversidade do Grupo Pão de Açúcar.

A Solução

O programa Gente de Futuro teve seu projeto piloto lançado em 2004, com a participação de 30 jovens da Febem em São Paulo que se encontravam em situação de liberdade assistida, regime no qual os adolescentes mantêm suas atividades do dia a dia e continuam morando com sua família, mas sob a supervisão do Estado. Eles foram contratados como operadores de hiper e supermercados, com carga horária de 44 horas semanais. Para dar suporte ao programa, o RH aliou-se a uma organização não-governamental que tinha ampla vivência com jovens em vulnerabilidade social. “A ideia é que, pelo convívio profissional, os jovens possam rever seus valores e crenças e, de fato, promover uma mudança”, diz Vandreia.


“Ao mesmo tempo, eles precisam entender que as empresas têm regras, que é preciso respeitar os colegas e saber se relacionar bem com os clientes.” Com o objetivo de garantir o sucesso do Gente de Futuro, a equipe de RH e diversidade buscou o comprometimento dos gerentes para apoiar os jovens, mas sem revelar a todos os colaboradores que eles participavam do programa, de forma a evitar qualquer tipo de discriminação ou estigmatização social. No final de 2010, o Gente de Futuro foi redesenhado e passou a aceitar, ainda, jovens em prestação de serviços à comunidade.

A triagem é feita em parceria com a Fundação Casa e os jovens podem ingressar na empresa como operadores de hiper ou supermercados, separadores de mercadoria, office boys ou assistentes administrativo. As turmas têm até 20 jovens, que participam de dois encontros mensais em grupo, além de reuniões individuais também mensais. Ao todo, o programa tem um ano e meio de duração. Ao final do período, o jovem pode optar por continuar no Grupo Pão de Açúcar, mas não será mais acompanhado segundo os critérios do Gente de Futuro.

O Resultado

Quatro anos depois do lançamento do Gente de Futuro, a equipe de diversidade deixou de ser terceirizada e recebeu seu primeiro orçamento para investimento nos programas. Hoje, o Grupo Pão de Açúcar investe em programas voltados para pessoas com deficiência, que somam 5% do total de colaboradores, e em programas de diversidade etária, como Jovem Aprendiz, Primeiro Emprego, Terceira Idade e o próprio Gente de Futuro. Mais de 120 jovens já passaram pelo Gente de Futuro. Destes, 90% permaneceram por mais de um ano na empresa e 10% foram promovidos.

“Nossa meta não é fazer com que eles fiquem na companhia, mas sim promover sua reintegração social. Se eles saem do Grupo Pão de Açúcar para trabalhar em outra empresa, porque enxergaram outro caminho profissional, é sinal de que o programa foi bem-sucedido”, afirma Vandreia. Atualmente, o Grupo Pão de Açúcar conta com 24 jovens do Gente de Futuro, dos quais 13 estão há mais de cinco anos na empresa e 11 foram admitidos em novembro de 2010. “Nossa meta agora é ampliar esse número”, diz a gerente de RH e diversidade.

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