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Por que é tão difícil se comportar bem com dinheiro?

Ações financeiras que devemos tomar são conhecidas e óbvias, mas, como os frutos demoram a aparecer, preferimos o prazer imediato das compras

Ilustração - Finanças versus bom senso (Bernardo França/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 19h51.

São Paulo - Costumo dizer que o bom senso é sempre a melhor resposta para os problemas de natureza humana. No ambiente financeiro não é diferente. Isso porque tanto as situações de endividamento quanto as de bem-estar dependem muitas vezes de decisões subjetivas. Lidar com o bom senso significa desafiar o lado mais forte do ser humano: seu instinto.

No mundo do consumo, a emoção anda junto com o instinto — que é alheio à razão. É o que nos impele e motiva na busca por satisfação. Basta lembrar de como é prazeroso passar o dia fazendo compras. Acontece que o excesso de gastos e o descontrole financeiro trazem consequências para a sua vida. Mas isso você já sabe.

O que ainda não é claro para a maioria das pessoas é: por que é tão difícil seguir os conselhos de consultores financeiros? Porque o resultado não é imediato. As ações que devemos tomar são conhecidas e óbvias, mas, como seus frutos demoram a aparecer, preferimos a satisfação imediata proporcionada pela emoção da compra.

Aí entra em cena a necessidade de disciplina. Algumas pessoas costumam associá-la a hábitos restritivos, porque começam a usá-la focando objetivos abstratos ou simplesmente muito distantes, o que é um erro. O desafio de sustentar metas como “sair do vermelho” é que o resultado esperado não é claro (pode ser pagar todas as dívidas, aumentar a renda, quitar apenas o cheque especial etc.). Sair do vermelho é um desejo subjetivo, que deve vir acompanhado de metas claras, objetivas e que estejam a seu alcance.

O único jeito de “enganar” a natureza humana é permitir que a emoção também se faça presente na conquista de nossas metas. Para isso, é preciso quebrá-las, deixá-las mais simples.

Pagar a dívida com a “empresa A”, devolver a grana emprestada de um amigo ou renegociar a dívida do cartão de crédito são exemplos de metas claras. Elas podem ser alcançadas e comemoradas — fator essencial para continuar motivado.

Outro erro comum é confiar demais na força de vontade. Passar o mês tentando evitar uma nova dívida é cansativo e perigoso; transferir parte do salário para um investimento assim que ele cair na conta é mais inteligente — e garante que não haverá dinheiro extra para gastar. Em vez de desviar-se tentando corrigir e justificar-se, o ideal é focar no que se pode fazer, mas de forma paciente e com metas claras e alcançáveis. Boa sorte!

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São Paulo - Costumo dizer que o bom senso é sempre a melhor resposta para os problemas de natureza humana. No ambiente financeiro não é diferente. Isso porque tanto as situações de endividamento quanto as de bem-estar dependem muitas vezes de decisões subjetivas. Lidar com o bom senso significa desafiar o lado mais forte do ser humano: seu instinto.

No mundo do consumo, a emoção anda junto com o instinto — que é alheio à razão. É o que nos impele e motiva na busca por satisfação. Basta lembrar de como é prazeroso passar o dia fazendo compras. Acontece que o excesso de gastos e o descontrole financeiro trazem consequências para a sua vida. Mas isso você já sabe.

O que ainda não é claro para a maioria das pessoas é: por que é tão difícil seguir os conselhos de consultores financeiros? Porque o resultado não é imediato. As ações que devemos tomar são conhecidas e óbvias, mas, como seus frutos demoram a aparecer, preferimos a satisfação imediata proporcionada pela emoção da compra.

Aí entra em cena a necessidade de disciplina. Algumas pessoas costumam associá-la a hábitos restritivos, porque começam a usá-la focando objetivos abstratos ou simplesmente muito distantes, o que é um erro. O desafio de sustentar metas como “sair do vermelho” é que o resultado esperado não é claro (pode ser pagar todas as dívidas, aumentar a renda, quitar apenas o cheque especial etc.). Sair do vermelho é um desejo subjetivo, que deve vir acompanhado de metas claras, objetivas e que estejam a seu alcance.

O único jeito de “enganar” a natureza humana é permitir que a emoção também se faça presente na conquista de nossas metas. Para isso, é preciso quebrá-las, deixá-las mais simples.

Pagar a dívida com a “empresa A”, devolver a grana emprestada de um amigo ou renegociar a dívida do cartão de crédito são exemplos de metas claras. Elas podem ser alcançadas e comemoradas — fator essencial para continuar motivado.

Outro erro comum é confiar demais na força de vontade. Passar o mês tentando evitar uma nova dívida é cansativo e perigoso; transferir parte do salário para um investimento assim que ele cair na conta é mais inteligente — e garante que não haverá dinheiro extra para gastar. Em vez de desviar-se tentando corrigir e justificar-se, o ideal é focar no que se pode fazer, mas de forma paciente e com metas claras e alcançáveis. Boa sorte!

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