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Fazendo muito do pouco

Sua estratégia deve priorizar a construção de renda

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 18h12.

São Paulo - O Adriano, do Piauí, me escreveu preocupado com o futuro e quer saber como investir parte da renda de 1 200 reais. Primeiro, uma ressalva importante. Devemos poupar para preservar nosso padrão de vida no futuro. Entretanto, essa quantia não é um padrão de vida a ser preservado, pois o consumo proporcionado por esse nível de renda não é sustentável.

Basta a chegada de filhos ou o avançar da idade para se perceber isso. Logo, sua estratégia de poupança deve levar em consideração não a preservação, mas sim a construção de renda.

A primeira recomendação é criar uma reserva para emergências de, no mínimo, três vezes a renda mensal. Esse dinheiro deve ser investido com segurança, baixo custo e boa liquidez.

Como Adriano deve receber seu salário em uma conta isenta de tarifa, o melhor é abrir uma segunda conta, para não misturar as reservas com o consumo do mês,  e passar a poupar regularmente nessa conta até atingir  aproximadamente 3.600 reais. Esse processo deve demorar meses, mas vale apertar o cinto para acelerar a construção no menor prazo possível. 

É dessa reserva que devem sair os recursos para bancar, por exemplo, estudos que viabilizem uma promoção, como o aprendizado de um idioma. Uma vez consumida, a reserva deve ser reconstituída o quanto antes. Em segundo lugar, Adriano deve se preocupar com um plano de previdência privada — um VGBL, pois, sendo isento de Imposto de Renda, não pode aproveitar os benefícios fiscais de um PGBL.

É recomendável que ele poupe cerca de 5% da renda em um plano moderado, com ao menos 20% da carteira em ações, pensando em resgates para depois de 20 anos. 

E, se puder poupar mais, deve acumular sem tanta pressa reservas complementares em alternativas conservadoras, como títulos públicos ou mesmo na poupança, para viabilizar no médio prazo o acesso a uma faculdade ou a outro curso que aumente a empregabilidade e a renda.

Se investisse em ativos de risco, como ações, correria o risco de precisar do dinheiro num momento pouco propício para resgates e sair no prejuízo. Estratégias mais ousadas e investimentos complexos devem ficar para quando a renda atingir um nível saudável para toda a vida.

Gustavo Cerbasi é consultor financeiro pessoal, sócio-diretor da Cerbasi & Associados Planejamento Financeiro e autor do livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos

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