Exame Logo

Conhece as falhas do presidente de empresa brasileiro?

O presidente aprendeu a usar a intuição e ser flexível. Agora precisa ser mais objetivo

Paulo Castellari, da Anglo American: intuitivo, típico do presidente brasileiro, ele conquistou autonomia ao longo dos anos (André Valentim / VOCÊ S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 13h03.

São Paulo - Os brasileiros que ocupam o cargo de presidente costumam ser muito mais flexíveis nas decisões que os executivos de outras nacionalidades. Essa característica é fruto, principalmente, das crises econômicas pelas quais o país passou e da cultura de negociador do brasileiro.

É o lado positivo do jeitinho. "Mas falta visão estratégica, porque eles raramente param para pensar no longo prazo", diz a consultora Magui Castro, da CTPartners. É o aspecto ruim, que fica nítido ao analisar o gráfico do típico presidente brasileiro. A objetividade, ligação com dados exatos, é baixíssima para o cargo. O presidente é forte no item confiança, que é o comportamento regido pela intuição.

"Falta ao presidente brasileiro ter a visão geral do negócio", diz Magui. "Para isso é necessário estar mais perto das unidades de negócios, só assim ele conseguirá obter informações precisas." Outro problema do presidente é achar que a hierarquia não permite que ele fale de igual para igual com a equipe.

Preocupado com grandes metas — às vezes a pedido da matriz —, ele se dedica a cobrar, quando deveria ajudar as pessoas a alcançar os resultados. "Infelizmente há muitos presidentes míopes, que não enxergam seus papéis", diz José Augusto Figueiredo, vice-presidente da LHH/DBM.

O presidente típico também deixa tudo para a última hora. Até mesmo os investimentos importantes para produzir mais ou tornar o negócio mais competitivo diante do mercado internacional são definidos sem análise suficiente.

Confiança para ter liberdade

Quando Paulo Castellari, de 41 anos, presidente da unidade de minério de ferro da Anglo American no Brasil, assumiu o cargo, em janeiro deste ano, ele tinha a missão de tocar o projeto mais importante da multinacional no país: a construção do mineroduto Minas-Rio. Orçado em

5 bilhões de dólares, com 524 quilômetros de extensão, o mineroduto passará por 32 municípios entre Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, e São João da Barra, no Rio de Janeiro.

Ao analisar o mapa de competências de Paulo Castellari, fica nítido que ele é um típico presidente brasileiro: age de acordo com o que acha ser certo e quer realizar suas próprias ideias com frequência.

Paulo sabe que sua missão é gerenciar uma das unidades da empresa e que algumas decisõesmais estratégicas fogem de suas mãos, pois ficam com a matriz. "Consegui a confiança ao longo dos anos e hoje conheço muito bem o grupo, por isso consigo ter certa independência", afirma.

Paulo é estratégico e entende que, para conseguir cumprir bem sua função, depende de um bom time na alta gerência. Por isso, ao assumir o cargo, trocou três diretores de sua equipe.

Veja também

São Paulo - Os brasileiros que ocupam o cargo de presidente costumam ser muito mais flexíveis nas decisões que os executivos de outras nacionalidades. Essa característica é fruto, principalmente, das crises econômicas pelas quais o país passou e da cultura de negociador do brasileiro.

É o lado positivo do jeitinho. "Mas falta visão estratégica, porque eles raramente param para pensar no longo prazo", diz a consultora Magui Castro, da CTPartners. É o aspecto ruim, que fica nítido ao analisar o gráfico do típico presidente brasileiro. A objetividade, ligação com dados exatos, é baixíssima para o cargo. O presidente é forte no item confiança, que é o comportamento regido pela intuição.

"Falta ao presidente brasileiro ter a visão geral do negócio", diz Magui. "Para isso é necessário estar mais perto das unidades de negócios, só assim ele conseguirá obter informações precisas." Outro problema do presidente é achar que a hierarquia não permite que ele fale de igual para igual com a equipe.

Preocupado com grandes metas — às vezes a pedido da matriz —, ele se dedica a cobrar, quando deveria ajudar as pessoas a alcançar os resultados. "Infelizmente há muitos presidentes míopes, que não enxergam seus papéis", diz José Augusto Figueiredo, vice-presidente da LHH/DBM.

O presidente típico também deixa tudo para a última hora. Até mesmo os investimentos importantes para produzir mais ou tornar o negócio mais competitivo diante do mercado internacional são definidos sem análise suficiente.

Confiança para ter liberdade

Quando Paulo Castellari, de 41 anos, presidente da unidade de minério de ferro da Anglo American no Brasil, assumiu o cargo, em janeiro deste ano, ele tinha a missão de tocar o projeto mais importante da multinacional no país: a construção do mineroduto Minas-Rio. Orçado em

5 bilhões de dólares, com 524 quilômetros de extensão, o mineroduto passará por 32 municípios entre Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, e São João da Barra, no Rio de Janeiro.

Ao analisar o mapa de competências de Paulo Castellari, fica nítido que ele é um típico presidente brasileiro: age de acordo com o que acha ser certo e quer realizar suas próprias ideias com frequência.

Paulo sabe que sua missão é gerenciar uma das unidades da empresa e que algumas decisõesmais estratégicas fogem de suas mãos, pois ficam com a matriz. "Consegui a confiança ao longo dos anos e hoje conheço muito bem o grupo, por isso consigo ter certa independência", afirma.

Paulo é estratégico e entende que, para conseguir cumprir bem sua função, depende de um bom time na alta gerência. Por isso, ao assumir o cargo, trocou três diretores de sua equipe.

Acompanhe tudo sobre:ascensao-profissionalComportamentoDesempenhoEdição 169gestao-de-negociosPresidentes de empresa

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Carreira

Mais na Exame