Este é o maior erro dos reprovados em seleção de bolsa de estudo
Um equívoco elementar deixa muita gente de fora logo de cara nos processos seletivos
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 15h00.
O Programa Líderes Estudar – antigo Programa de Bolsas da Fundação Estudar – existe desde 1991 e é um dos mais concorridos do Brasil. Nele, os candidatos passam por um processo de seleção parecido com o de outros programas de bolsas de estudo no exterior, e devem enviar documentos, participar de entrevistas online e presencial.
O coordenador da equipe de seleção da Fundação Estudar, Leonardo Gomes, está envolvido há 4 anos com a seleção destes jovens. Neste período, já selecionou 147 bolsistas, além de mais de 4 mil candidatos para outros processos seletivos de cursos e programas da instituição.
Apenas em 2017, passaram mais de 80 mil candidaturas nas suas mãos. Destas, cerca de 70% são desclassificadas por não cumprir alguns dos requisitos – como, por exemplo, não enviar o vídeo de apresentação pessoal.
A apresentação em vídeo foi adotada pela Fundação Estudar e por outras organizações como forma de dar escala aos processos seletivos sem perder a qualidade da avaliação. E muita gente desiste aí. “O maior erro dos brasileiros, em geral, é não enviar todos os documentos solicitados”, explica Pollyane Diniz, brasileira que trabalha no departamento de admissões da Universidade de Victoria em Wellington, na Nova Zelândia .
Assim, quem se dedica a enviar toda a documentação com cuidado já sai na frente da grande maioria. Dentre as candidaturas consideradas válidas, porém, Leonardo conta que sempre se depara com um erro muito recorrente. “Para mim, o erro mais comum é se vender mais do que é ou do que entregou”, observa.
O maior erro de candidatos reprovados
Segundo ele, é comum que o candidato assuma a responsabilidade por um resultado que não é seu, ou tente vender habilidades que não tem. Isso vale tanto para as etapas de redação e currículo quanto para o vídeo e as entrevistas. “Nós estamos olhando aí para coesão e articulação na narrativa – da história do candidato; a capacidade de refletir sobre as próprias experiências, extrair aprendizados e aplicá-los”.
Mais do que se vender como o candidato perfeito, Leonardo valoriza aqueles que demonstram curiosidade intelectual (“aqueles que dizem ‘não sei, mas quero aprender’”) e que demonstram preparação para o processo. “Chama a atenção quando fazem uma pesquisa prévia, trazem boas perguntas e mostram interesse verdadeiro”, exemplifica.
Para ele, a melhor forma de de evitar este erro é olhar de forma crítica para a sua própria experiência. Leonardo sugere que o candidato faça uma lista de quais foram seus principais resultados a partir da sua trajetória acadêmica ou profissional (vale aí envolvimento em iniciativas acadêmicas, esportivas ou projetos pessoais) e qual foi efetivamente o seu papel nestes projetos. “Feito isso, levante exemplos práticos de quais são seus pontos fortes e a desenvolver”, indica ele.