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Empresas não podem descontar o dia de quem não está trabalhando. Entenda

Empresa quer descontar o dia de quem não está trabalhando por conta da greve dos caminhoneiros? Não pode, veja por que

Greve dos caminhoneiros (Leonardo Benassatto/Reuters)

Greve dos caminhoneiros (Leonardo Benassatto/Reuters)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 28 de maio de 2018 às 09h34.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h03.

São Paulo – Completando oito dias, a greve dos caminhoneiros segue com destino incerto, apesar das concessões feitas pelo governo federal. O desabastecimento de produtos se espalha por todo país paralisando a indústria e empresas, deixando funcionários de braços cruzados e, em muitos casos, a pé, já que o funcionamento dos serviços de transporte é um dos mais afetados.

Diante deste cenário, uma das dúvidas de empresários e trabalhadores é, além da conta do diesel, quem vai pagar o tempo de paralisação? Os patrões podem descontar o dia de quem não trabalhou por conta da greve dos caminhoneiros?

Esse tem sido o principal questionamento que o advogado Roberto Baronian, do escritório Granadeiro Guimarães, ouve de seus clientes. “Prevalece no Direito do Trabalho o princípio segundo o qual os riscos do empreendimento recaem sobre o empregador, não podendo eles serem transferidos aos empregados”, explica a quem o procura.

Na prática isso significa que os prejuízos causados pela interrupção do trabalho neste cenário não podem ser repassados aos empregados, que, não poderão ter as horas não trabalhadas descontadas de seu salário.

“Entretanto, os empregadores poderão exigir a compensação das horas não trabalhadas em até 45 dias”, diz Baronian. A regra está prevista na CLT, mais precisamente no artigo 61, parágrafo 3º. “A compensação também poderá ser estabelecida em acordo coletivo de trabalho, ou mesmo através de Banco de Horas, a quem já tiver esta modalidade de compensação pactuada”, diz.

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