Empresas devem se adequar às novas regras que favorecem a saúde mental dos funcionários; saiba como
A partir de maio, toda companhia terá de gerir os riscos psicossociais dos colaboradores para entrar em conformidade com a atualização da NR-1


EXAME Solutions
Publicado em 13 de março de 2025 às 17h00.
O cuidado com a saúde mental dos trabalhadores nunca foi tão urgente. Nos últimos três anos, o número de afastamentos por transtornos psicológicos cresceu 141%, aumentando a pressão sobre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Previdência Social.
Um levantamento deste último órgão constatou que os transtornos mentais foram a causa de 472.328 licenças médicas concedidas no ano passado, o que representa um salto de 68% em relação a 2023.
As causas do adoecimento de saúde mental são múltiplas, assim como os fatores. A pandemia, como é de imaginar, é vista como um dos fatores para o aumento de diagnósticos nos últimos anos, assim como as mudanças climáticas, as reviravoltas na economia e guerras como a da Ucrânia com a Rússia.
“Tudo isso afeta diretamente a saúde mental e, consequentemente, o dia a dia no trabalho”, diz Rui Brandão. Fundador do Zenklub e VP de saúde mental da Conexa, ele lembra que há mais um fator que não pode ser descartado. “Todos nós somos bombardeados por estímulos 24 horas por dia, de segunda a segunda, por meio de telas diversas. É assim que vivemos hoje em dia, o que pode comprometer a nossa saúde mental”.
Em resposta à escalada do número de afastamentos por transtornos psicológicos, o governo federal atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), exigindo que as empresas passem a gerir os riscos psicossociais no ambiente de trabalho.
NR-1 e a importância da saúde mental nas empresas
Criada em 1978, a NR-1 estabelece diretrizes para a gestão de riscos ocupacionais. Seu objetivo é reduzir acidentes de trabalho, melhorar a segurança corporativa e garantir maior bem-estar aos funcionários. Além disso, companhias que investem na saúde dos colaboradores tendem a apresentar menor índice de afastamentos e maior produtividade.
A partir de maio, todas as empresas deverão incluir a saúde mental na gestão de riscos. “Os empregadores devem identificar e avaliar riscos psicossociais em seus ambientes de trabalho, independentemente do porte da empresa", afirmou Viviane Forte, coordenadora-geral de fiscalização em segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho, quando a NR-1 foi atualizada.
“Caso os riscos sejam identificados, será necessário elaborar e implementar planos de ação, incluindo medidas preventivas e corretivas, como reorganização do trabalho ou melhorias nos relacionamentos interpessoais. Além disso, as ações adotadas deverão ser monitoradas continuamente para avaliar sua eficácia e revisadas sempre que necessário”.
Brandão defende que essa mudança da NR-1 seja vista como um avanço cultural. “Toda companhia sabe da importância de oferecer cadeiras ergonômicas para os colaboradores, para não comprometer a coluna, e da necessidade do uso de capacetes em ambientes fabris”, diz ele. “Em relação à saúde mental, não deveria ser diferente. As empresas podem, efetivamente, contribuir com o bem-estar e a saúde mental dos trabalhadores — ou agir no sentido oposto, o que é prejudicial até para os resultados financeiros das empresas”.
Em defesa da saúde emocional para todos mundo
O Zenklub é especialista em saúde mental corporativa e disponibiliza soluções de promoção, prevenção e tratamento de saúde mental para que as empresas tenham um olhar estratégico para o bem-estar de seus times.
Com uma metodologia que une ciência, dados e tecnologia, o Zenklub conduz os colaboradores em jornadas personalizadas com diagnóstico de saúde, trilhas individuais de conteúdo, sessões com profissionais de psicologia, terapeutas e psiquiatras, programas de treinamento e educação socioemocional.
Já os times de saúde, RHs e lideranças têm à disposição uma plataforma de acompanhamento de dados comportamentais, educação continuada e serviços especializados para gerenciarem riscos que envolvem a saúde mental de seus times através de planos de ação personalizados por necessidade e tamanho da empresa.
Como o Zenklub ajuda empresas a se adequarem à NR-1
Para apoiar as empresas na regulamentação, a companhia transformou o Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) no Índice de Riscos Psicossociais, um modelo focado na estrutura organizacional que segue padrões internacionais com adequação ao que o Ministério do Trabalho brasileiro exige nesta nova atualização.
Este indicador é a primeira das três etapas recomendadas para a gestão de riscos psicossociais, o mapeamento. “Não confundir com uma pesquisa de clima”, alerta Brandão. “O objetivo aqui é entender onde estão os pontos críticos e como eles impactam a saúde e o bem-estar dos colaboradores, atendendo diretamente aos requisitos da NR-1”.
O instrumento averigua questões como trabalhar sem pausas pré-definidas para descanso, o desequilíbrio entre o tempo de trabalho e o tempo de repouso e a obrigatoriedade de manter ritmos intensos de trabalho. São alguns dos riscos mais recorrentes.
A etapa seguinte, que abre caminho para a tomada de decisões estratégicas, é a avaliação segmentada dos riscos, com base em dados reais e organizados, como o número de atestados e informações organizacionais.
A partir dessa avaliação, o Zenklub fornece recomendações específicas para mitigar os riscos, com soluções práticas para melhorar o ambiente organizacional e o bem-estar dos colaboradores. Assim, toda empresa consegue entrar em conformidade com a atualização da NR-1 e garantir um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e seguro.
Além disso, o Zenklub oferece um processo simplificado e facilitado por meio de sua plataforma, que permite não apenas a execução inicial, mas também a atualização contínua do PGR — garantindo a conformidade a longo prazo.
Zenklub: para apoiar as empresas na NR-1, companhia transformou o Índice de Bem-Estar Corporativo no Índice de Riscos Psicossociais, modelo que se adequa às exigências do Ministério do Trabalho (Conexa/Divulgação)
As vantagens da conformidade de forma contínua
Por lei, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve ser revisado a cada dois anos. “Recomendamos que as companhias mais ágeis façam isso a cada 6 meses e as demais, a cada ano”, recomenda Brandão.
Ele vai além: “As empresas deveriam enxergar as novas regras que favorecem a saúde mental dos funcionários não pelo viés de compliance, mas como uma mudança de cultura. É importante lembrar, no entanto, que as empresas não são a única responsável pelo bem-estar emocional dos colaboradores. Eles também têm responsabilidade e podem contribuir com a própria saúde mental fazendo terapia, dormindo o tempo necessário e praticando atividades físicas, por exemplo”.
As consequências de ignorar a atualização da NR-1
Não cumprir as novas diretrizes da NR-1 pode gerar multas, embargos e até interdição de operações pelo Ministério Público do Trabalho. Além disso, a falta de gestão dos riscos psicossociais pode elevar o número de afastamentos, impactando o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e aumentando a alíquota do Risco Ambiental do Trabalho (RAT).
Empresas que negligenciam a saúde mental dos funcionários também enfrentam riscos de desgaste reputacional e perda de talentos. “Felizmente, cada vez mais pessoas querem cuidar da própria saúde mental. Muitas só não tomam iniciativa por falta de conhecimento ou recursos”, avalia Brandão. Para saber mais, acesse: zenklub.com.br