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Empregos de TI e marketing esquentam na boca da urna

Profissionais de marketing e TI estarão em alta nas eleições deste ano, com salários até 30% maiores do que os do mercado

Corrida presidencial de 2012: Barack Obama foi um dos primeiros a usar o poder das redes sociais na campanha  (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 13h27.

São Paulo - A partir de 6 de julho será dada a largada para mais uma temporada de propaganda eleitoral. As eleições deste ano vão definir os representantes para o cargo de presidente da República, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados federais, além dos estaduais.

Até lá, começa uma maratona de contratação de profissionais que ajudam os candidatos a conquistar os 140 milhões de eleitores confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Só as equipes de primeiro escalão — gente graduada e especializada na área política — contratadas para atuar em uma campanha ao governo de um estado médio, como o Ceará, giram em torno de 100 pes­soas.

“Em gigantes como São Paulo ou Bahia, esse número triplica”, afirma Aurízio Freitas, consultor político de Fortaleza. Ou seja, se cinco dos pré-candidatos ao governo de São Paulo tiverem equipes, 1 500 vagas serão abertas. “E estamos falando de apenas um dos postos políticos disponíveis”, diz Aurízio, com experiência em mais de 60 campanhas.

Em todo o país, já são procurados especialistas em política, comunicação, marketing, rádio e TV, direito, estatística e contabilidade. Vale lembrar que a remuneração dos profissionais durante a campanha costuma superar em 30% os valores regulares. “Em três meses de trabalho, calculamos o salário de um ano”, afirma Aurízio.

“Além disso, uma campanha cria demanda por versões customizadas de outras profissões”, diz Lucas Wilson, da consultoria de RH Asap, de Belo Horizonte. Entre essas novidades estão o coach político, o programador de aplicativos e o gestor de redes sociais.

As carreiras ligadas à tecnologia ficarão em alta neste ano. É no que aposta Raquel Recuero, pesquisadora de mídias digitais da Universidade Católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que coordena um estudo sobre o impacto das redes sociais nas eleições. Para ela, essas mídias podem abalar o resultado das urnas por ser meios em que as pessoas são rapidamente influenciadas pela opinião dos demais. “As discussões saem das mídias sociais e vão para a família e para o trabalho”, diz Raquel.

Profissões campeãs de votos

Confira se seu perfil se encaixa em algumas das novas funções que serão demandadas pelas campanhas eleitorais de 2014

Coach político

Com formação em administração de empresas, psicologia ou ciência política, esse profissional trabalha diretamente com o político. Ele recorre a técnicas similares às do coaching empresarial e esportivo para melhorar o desempenho do candidato.

Cursos como neurolinguística e marketing político ajudam, e é obrigatório ter formação em coaching por entidades certificadas, como a Federação Internacional de Coach (ICF) e o Instituto Integrado de Coaching (ICI). A demanda pelo serviço costuma partir do consultor político, que identifica um problema no candidato e convoca o coach.

“É um processo que inclui ajudar a pessoa a lidar com a gestão de tempo, a pressão da campanha, a dificuldade de oratória e a agenda pesada”, afirma o cearense Thales Brito, de 31 anos, que nas eleições deste ano atua como coach de deputados esta­duais.

Os encontros com o candidato são semanais, mas a frequência das reuniões pode aumentar na reta final da campanha. De acordo com a Sociedade Brasileira de Coaching, cada sessão, com 1 hora e 30 minutos de duração, custa de 400 a 1 200 reais.

Desenvolvedor de aplicativos sociais

Este profissional é um cientista ou engenheiro de computação que desenvolve aplicativos com conteúdo interativo e focado na política. Usando esses programas, os eleitores podem denunciar a má qualidade dos serviços públicos, postar fotos de seu bairro, visualizar gráficos e acompanhar a evolução dos candidatos durante o processo eleitoral.

“Há espaço para críticas, elogios, cobranças e, claro, a resposta do administrador público, tudo nos moldes das mídias sociais”, afirma o programador paulistano Diogo Azzi, de 29 anos. Ele é diretor de tecnologia da Campanha Digital, empresa de inovações tecnológicas para a comunicação política, em que coordena uma equipe de cinco pessoas da área de TI.

Diogo é um dos criadores do app social Conquistas do Governo, que funciona como um viral no Facebook. Quem recebe pode se cadastrar, visualizar a região onde mora em um mapa e interagir com sua rede comentando as condições de seu bairro ou de sua cidade. A remuneração de um desenvolvedor de aplicativo social varia de 3 500 a 10 000 reais.

Especialista em search engine optimization (SEO)

Trabalha para a consultoria do candidato, e suas atribuições são estratégicas. Ele faz a análise do conteúdo digital em que aparecem o nome do político e o de seus principais concorrentes, o levantamento dos sites com maior identificação com o eleitorado e trabalha para posicionar melhor o nome do candidato nos sites de busca. A formação pode ser tanto em tecnologia quanto em marketing.

Analista de big data

Estatísticos, matemáticos, sociólogos, publicitários e antropólogos são requisitados na política para analisar grandes volumes de informação online. A análise do que as pessoas postam na internet sobre os candidatos é importante para a tomada de decisão dos partidos, definindo estratégias e planejamento de campanhas, especialmente a presidencial e as governamentais.

Gestor de redes sociais

Em campanhas políticas, o Facebook e o Twitter não podem ficar desabastecidos. Esse profissional desenvolve conteúdos para gerar interação entre o candidato e os eleitores em diferentes plataformas, com linguagem adequada a cada uma delas.

Ele acompanha de perto as perguntas e as críticas dos usuários ao candidato nas redes sociais e dá respostas personalizadas. Jornalistas e publicitários costumam fazer esse trabalho.

São Paulo – Como será o mundo em 2021? Dadas as mudanças rápidas e surpreendentes dos últimos anos, leigo algum conseguiria prever com precisão o que vem por aí.

Mas o mercado de trabalho dá algumas pistas. Empresas com hierarquia menos rígida e focadas em responsabilidade social; tecnologia de ponta presente nas salas de cirurgia e na agricultura; além da adequação das marcas ao comportamento cada vez mais complexo dos consumidores.  Para cada uma dessas tendências, há profissões e cargos sendo criados ou repaginados. Veja quais são eles, segundo especialistas de diversas áreas de atuação consultados por EXAME.com.
  • 2. Desorganizador corporativo

    2 /12(Creative Commons/Flickr/ Lars Plougman)

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    Algumas empresas estão descobrindo que o caminho para a eficiência passa pela simplificação dos processos e redução da burocracia. Os “desorganizadores corporativos” miram exatamente isso, segundo Sidnei Oliveira, autor do livro Profissões do futuro.

    “Eles são uma versão atualizada do antigo profissional de organização e métodos, que era responsável por estabelecer o organograma da empresa”, afirma.

    Na prática, o desorganizador é contratado para, grosso modo, diminuir o tamanho da pirâmide hierárquica. Com isso, ele descontrói a estrutura corporativa, por vezes, rígida mirando a eficiência e interligação dos processos. “Ele privilegia a construção de soluções a partir do trabalho colaborativo e não mais hierarquia”, diz Oliveira.
  • 3. Engenheiro especialista em robótica médica

    3 /12(Getty Images)

  • Antes de invadir sua casa (e rotina), os robôs vão marcar território nos hospitais. Isso mesmo. Uma das principais tendências para os próximos anos são os avanços na área de robótica médica.

    No hospital paulistano Albert Einstein, por exemplo, um robô já é usado em cirurgias nas áreas de cabeça e pescoço, urologia e ginecologia, entre outras. A tecnologia usada é, geralmente, importada. Os engenheiros que atuam na área entram em cena, então, para verificar os equipamentos, “fazer a manutenção e programar o robô”, como afirma Tarcísio Antônio Hess Coelho, professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).  Engenheiros mecatrônicos ou de controle e automação podem atuar nesta área.
  • 4. Especialista em tecnologia agrária

    4 /12(Adalberto Roque/AFP)

    Se nos últimos anos a tecnologia mudou a maneira como nos comunicamos, compramos e consumimos informação, a tendência para os próximos é que ela revolucione o campo.

    “Hoje, a fazendas estão implantando uma rede local wifi para receber informações das máquinas”, conta André Assef, sócio da Desix.

    Este é só um exemplo. Sistemas de geolocalização, computação em nuvem e outras ferramentas de ponta já fazem parte do vocabulário (e da rotina) de alguns centros produtores do país. Mas ainda há muito para expandir.

    Além de profissionais capazes de criar soluções tecnológicas para a lavoura ou criação de animais, a tendência é que a busca por profissionais que saibam integrar o maquinário agrícola aos padrões de comunicação sem fio, por exemplo, cresça nos próximos anos.
  • 5. Pesquisador de nanotecnologia

    5 /12(Divulgação)

    Da indústria farmacêutica e de cosméticos até a de petróleo e gás. Este é o escopo da nanotecnologia, que trabalha com materiais de dimensões até 30 mil vezes menores que um fio de cabelo.

    A área ainda é nova no Brasil, mas o curso de graduação de engenharia em nanotecnologia já é oferecido na PUC-Rio e a UFRJ oferece o programa de nanociência e nanotecnologia, por exemplo.
  • 6. Especialista em métricas

    6 /12(Getty Images)

    Da curtida que você dá em uma página no Facebook, passando pelas palavras que procura no Google, até como movimenta o cursor do mouse ao visitar um site – tudo pode virar insumo para que empresas e marcas construam suas estratégias.

    “A quantidade de informações que o consumidor gera no meio digital é muito grande”, afirma Daniel Tartato, diretor de integração digital da Ogilvy. “No meio dessa confusão de números, o especialista em métricas coloca ordem no caos. Ele organiza as fontes de dados e os analisa”.
  • 7. Cientista de dados

    7 /12(Getty Images)

    Agora, o sentido (e utilidade) para esta multidão de informações fica a cargo dos cientistas de dados. É deles a responsabilidade de criar modelos matemáticos para prever e explicar determinados fenômenos do mercado.

    Com formação em estatística, os cientistas de dados têm a função de colocar estas informações dentro de um contexto para então encaminhar estas analises para os departamentos estratégicos.

    “Ele pode criar séries históricas e cruzar com o que estão falando sobre a marca, por exemplo”, diz Daniel Tartato, diretor de integração digital da Ogilvy.
  • 8. Planejador de engajamento

    8 /12(Getty Images)

    Se antes o máximo que você fazia ao assistir televisão era comer, hoje, o cenário é outro. Vê-se TV enquanto posta nas redes sociais, conversa pelo Whatsapp e até enquanto lê.

    As combinações entre plataformas são infinitas e o papel do planejador de engajamento é exatamente mapear o comportamento do consumidor em todos os meios (até o analógico) para criar, então, estratégias para fisga-lo – ou engajá-lo.
  • 9. Especialista em digital shopper

    9 /12(Germano Lüders/EXAME)

    O comportamento do consumidor mudou até na hora de comprar nas lojas físicas, afirma Daniel Tartato, diretor de integração digital da Ogilvy. “O cara chega na gôndola usando o celular”, diz.

    É esta oportunidade que o especialista em digital shopper tem a função de explorar. A ideia é mapear o comportamento do consumidor nas lojas físicas e como o meio digital influencia isso. A partir daí, ele cria estratégias para engajar o comprador.

    “A proposta é como fazer um trabalho de interatividade no ponto de venda”, explica.
  • 10. Profissionais de responsabilidade social e sustentabilidade

    10 /12(Divulgação)

    Se na última década, o profissional de relações com investidores se consolidou no país, nesta, será a vez de quem trabalha na área de responsabilidade social ganhar destaque.

    De olho na reputação da empresa e no papel que ela desempenha na sociedade, estes profissionais tem a função de mapear os stakeholders da companhia (que podem ser desde consumidores até as comunidades de entorno da companhia) e como eles se relacionam com a empresa.

    “É mais que cuidar da imagem. É dimensionar a capacidade de impacto das atividades da companhia”, diz Rosmary Delboni, diretora de responsabilidade social da Key Associados. “E, então, criar políticas de relacionamento”.
  • 11. Arquiteto de jardins verticais

    11 /12(Divulgação)

    As cidades se verticalizaram. Junto com elas, os jardins também. Nos últimos anos, o número de jardins verticais explodiu. Para se ter uma ideia, em apenas um mês, a arquiteta e paisagista Juliana Tadema projeta até 10 painéis verdes.

    “Quando você planta no solo, não há limite. Na parede, é preciso um estudo muito maior sobre as plantas”, afirma.

    A formação em paisagismo responde a esta demanda e a em arquitetura ajuda em questões técnicas e estruturais – como pressão da água, materiais, entre outros fatores.
  • 12. Agora, veja as profissões em alta no Brasil

    12 /12(Getty Images)

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