Cresce a negociação de salários na troca de emprego
Pesquisa do grupo Catho avalia peso crescente da negociação de salários. Aquecimento da economia deve intensificar prática
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.
Nos últimos sete anos, a proporção dos executivos que não aceitou a remuneração inicial oferecida ao mudar de emprego aumentou em aproximadamente 50%. Esta é uma das conclusões de pesquisa realizada pelo Grupo Catho, de recolocação profissional, junto a pouco mais de 41 mil entrevistados. No caso de profissionais em nível de diretoria, a proporção dos que recusaram a primeira oferta subiu de 40% em 1997 para 64,29% em 2003. Entre profissionais especializados, como engenheiros, a proporção dos que recusaram a primeira oferta subiu de 16,35% em 1997 para 24,31% em 2003.
Outra descoberta da pesquisa, que faz parte do livro "Como conseguir emprego no Brasil do século XXI", escrito por Thomas Case, fundador da Catho, é que o grau de exigência na negociação salarial aumenta à medida que os níveis hierárquicos tornam-se mais altos. Tomando o ano passado como referência, 72,73% dos executivos ocupando a presidência de suas companhias recusaram a primeira oferta, ante 24,31% de profissionais especializados que adotaram a mesma postura.
Mas, antes de partir para a negociação de salário, é preciso dimensionar o poder de barganha. "O profissional empregado possui uma força significativamente maior para negociar um salário superior ao último emprego do que o profissional desempregado", escreve Case. A pesquisa detalha em números essa vantagem: dos empregados, 70,84% conseguem negociar um salário superior ao anterior quando mudam de emprego, enquanto apenas 35,8% dos desempregados obtêm êxito.
O livro foi lançado nesta quarta-feira (10/11) em evento na Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil.