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96% dos executivos brasileiros comem mal. E aí...

Estudo com 15 230 líderes brasileiros revela que eles comem mal e se exercitam pouco

O consultor Sérgio Skarbnik, de 56 anos: depois de rever a relação com o trabalho, perdeu 55 quilos (Paulo Pampolin/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 13h57.

São Paulo - Uma pesquisa realizada no ano passado pela operadora de saúde Omint com 15 230 gerentes e diretores revelou que os líderes brasileiros comem mal (96%), se exercitam pouco (44%) e, claro, estão gordos (43%).

Os efeitos desse estilo desequilibrado de vida são o maior número de internações de profissionais com menos de 40 anos e o aumento no consumo de medicamentos sob prescrição médica, conclui o estudo.

Segundo a E-pharma, empresa especializada em gestão de benefícios de saúde , entre os medicamentos comercializados com receita, o segundo mais vendido aos executivos brasileiros é o Crestor, usado como regulador do colesterol — ele só perde para o ansiolítico Rivotril.

Quase um terço dos medicamentos de uso contínuo consumidos pelos líderes corporativos é usado no tratamento de problemas cardíacos e hipertensão. São dados que revelam que o coração desses profissionais está em risco.

O consultor Sérgio Skarbnik, de 56 anos, foi um dos que precisaram promover uma verdadeira revolução em sua forma de lidar com o trabalho em nome da saúde. Após aceitar o posto de diretor comercial de uma empresa em Israel e ter de morar longe da família, que ficou no Brasil, o ponteiro da balança bateu nos 138 quilos.

“Minha válvula de escape para a ansiedade era a comida. Eu comia compulsivamente.” Sérgio chegou a recorrer a moderadores de apetite, mas um sinal de alerta se acendeu quando a pressão chegou a 16 por 13. Foi então que o executivo procurou a ajuda de um profissional da saúde. Ele entrou num programa de reeducação alimentar, adotou uma rotina de exercícios físicos e, principalmente, mudou sua forma de administrar o tempo e lidar com o trabalho.

Em um ano e meio, Sérgio perdeu 55 quilos, sua pressão se regularizou e ele mantém o peso há cinco anos. Para lidar com situações de estresse, que exigem reação imediata, nosso organismo produz hormônios como a adrenalina e o cortisol.

Eles elevam a pressão arterial e aceleram os batimentos cardíacos, adaptações que preparam o corpo para enfrentar um perigo ou escapar dele. Essa adaptação fisiológica tem ajudado os humanos a preservar a espécie.

O problema é que essas alterações metabólicas, que deveriam ser passageiras, tornaram-se crônicas em pessoas expostas diariamente a um ambiente de trabalho estressante, como é o caso dos executivos. “Os níveis alterados de colesterol, ácido úrico e triglicérides aceleram o processo de obstrução dos vasos do coração, um quadro que pode levar à morte”, diz Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Incor, em São Paulo.

Como se vê, perpetuar as longas jornadas, com pouco sono e ausência de atividade física, leva a um único lugar — e não é para o topo da pirâmide corporativa.

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São Paulo - Uma pesquisa realizada no ano passado pela operadora de saúde Omint com 15 230 gerentes e diretores revelou que os líderes brasileiros comem mal (96%), se exercitam pouco (44%) e, claro, estão gordos (43%).

Os efeitos desse estilo desequilibrado de vida são o maior número de internações de profissionais com menos de 40 anos e o aumento no consumo de medicamentos sob prescrição médica, conclui o estudo.

Segundo a E-pharma, empresa especializada em gestão de benefícios de saúde , entre os medicamentos comercializados com receita, o segundo mais vendido aos executivos brasileiros é o Crestor, usado como regulador do colesterol — ele só perde para o ansiolítico Rivotril.

Quase um terço dos medicamentos de uso contínuo consumidos pelos líderes corporativos é usado no tratamento de problemas cardíacos e hipertensão. São dados que revelam que o coração desses profissionais está em risco.

O consultor Sérgio Skarbnik, de 56 anos, foi um dos que precisaram promover uma verdadeira revolução em sua forma de lidar com o trabalho em nome da saúde. Após aceitar o posto de diretor comercial de uma empresa em Israel e ter de morar longe da família, que ficou no Brasil, o ponteiro da balança bateu nos 138 quilos.

“Minha válvula de escape para a ansiedade era a comida. Eu comia compulsivamente.” Sérgio chegou a recorrer a moderadores de apetite, mas um sinal de alerta se acendeu quando a pressão chegou a 16 por 13. Foi então que o executivo procurou a ajuda de um profissional da saúde. Ele entrou num programa de reeducação alimentar, adotou uma rotina de exercícios físicos e, principalmente, mudou sua forma de administrar o tempo e lidar com o trabalho.

Em um ano e meio, Sérgio perdeu 55 quilos, sua pressão se regularizou e ele mantém o peso há cinco anos. Para lidar com situações de estresse, que exigem reação imediata, nosso organismo produz hormônios como a adrenalina e o cortisol.

Eles elevam a pressão arterial e aceleram os batimentos cardíacos, adaptações que preparam o corpo para enfrentar um perigo ou escapar dele. Essa adaptação fisiológica tem ajudado os humanos a preservar a espécie.

O problema é que essas alterações metabólicas, que deveriam ser passageiras, tornaram-se crônicas em pessoas expostas diariamente a um ambiente de trabalho estressante, como é o caso dos executivos. “Os níveis alterados de colesterol, ácido úrico e triglicérides aceleram o processo de obstrução dos vasos do coração, um quadro que pode levar à morte”, diz Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Incor, em São Paulo.

Como se vê, perpetuar as longas jornadas, com pouco sono e ausência de atividade física, leva a um único lugar — e não é para o topo da pirâmide corporativa.

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