O estudo também classifica os líderes em perfis dominantes, influentes, estáveis e conformes (Artis777/Getty Images)
Repórter
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 06h34.
Uma análise do perfil de 50,6 mil gestores brasileiros revela um ponto em comum entre líderes de diferentes áreas e níveis hierárquicos: embora tenham alta capacidade de comando e comunicação, ainda demonstram fragilidades importantes em competências relacionadas à constância, paciência e planejamento.
O levantamento foi conduzido pela Febracis, considerada a maior escola de transformação pessoal e profissional da América Latina, por meio do CIS Assessment, ferramenta de diagnóstico comportamental utilizada para mapear tendências emocionais e padrões de liderança.
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De acordo com o estudo, três características se destacam entre gestores, diretores e gerentes:
Esses atributos constroem o que a Febracis chama de um líder naturalmente ativo, que circula bem entre pessoas, inspira confiança e tende a puxar projetos e decisões.
Em contrapartida, traços ligados à construção de processos e à disciplina de longo prazo aparecem como os menos desenvolvidos:
As lacunas revelam uma liderança que, embora ágil e comunicativa, ainda luta para sustentar rotinas, criar estruturas sólidas e resistir à pressão do curto prazo.
Para Vanilson Leite, diretor do CIS Assessment, o desafio é combinar potência com maturidade emocional.
“Um gestor com perfil dominante tende a ser mais estratégico e competitivo. Mas, sem preparo emocional, pode se tornar ríspido, centralizador e intolerante. Já os líderes influentes tendem a ser carismáticos e bons comunicadores, mas também correm o risco de serem dispersos, pouco organizados e ineficazes em processos detalhados.”
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O estudo também classifica os participantes em perfis dominantes, influentes, estáveis e conformes. Entre os líderes avaliados:
São perfis considerados altamente proativos e orientados a resultados. Porém, quando emocionalmente despreparados, podem gerar efeitos colaterais — desde microgestão e conflitos até perda de foco e falhas em execução.
“Os pontos fracos entre esses dois perfis revelam um descompasso frequente entre a capacidade de liderança e a manutenção de processos de longo prazo. São profissionais que sabem liderar com energia, mas ainda precisam desenvolver resiliência e visão de continuidade.”
Além de traços comportamentais, o levantamento analisou valores que impulsionam as ações de líderes no país. Os principais são:
A combinação mostra líderes orientados tanto ao desenvolvimento pessoal quanto ao impacto que conseguem gerar em suas organizações.
Para Paulo Vieira, fundador da Febracis, compreender os próprios padrões emocionais é o principal caminho para uma liderança equilibrada e consistente.
“Um líder com perfil dominante sem preparo emocional pode ser centralizador e inflexível, enquanto um influente desregulado tende a se perder em discursos sem entrega. Quando um gestor compreende seus padrões e desafios, ele lidera com mais maturidade, e não apenas com autoridade.”