Contra-cheque ou contracheque, qual é o certo?
Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional, explica qual a grafia certa: contra-cheque ou contracheque
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2014 às 13h06.
* Respondido por Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional
Diante de tantos escândalos envolvendo a nossa Petrobras, um analista político registrou:
“Caso haja indícios, que sejam revirados até os contra-cheques dos servidores.”
Apesar de os casos de hifenização apresentarem muita confusão para o escritor, há um caso normativo que me chama a atenção: com prefixos dissílabos. Por que, por exemplo, “autoescola” e “seminovo” são grafados sem o uso de hífen, mas “auto-hipnótico” e “semi-internato” fazem uso do bendito sinal?
Primeiramente, em se tratando de prefixos dissílabos (apenas prefixos dissílabos!), jamais haverá uso de espaço. Como clássicos exemplos, veem-se muito os registros “semi novo”, “super alimentação”, “super promoção”. Com prefixos dissílabos, só há duas opções: uso ou não uso de hífen; nada de espaço.
Assim sendo (e já incluindo neste processo o Novo Acordo Ortográfico), usemos o seguinte processo: “letras idênticas ou –h”. Sim! Só existirá hífen se a última letra do prefixo dissílabo for idêntica à primeira letra do radical ou se o radical iniciar-se por H.
Por isso, palavras como “anti-inflamatório”, “anti-hipnótico”, “contra-almirante”, “intra-arterial”, “intra-hepático”, “super-homem” são grafadas com uso de hífen.
Em contrapartida (e por não se enquadrarem ao processo das letras idênticas ou –h), “antiabortivo”, “autoescola”, “autorretrato”, “contrarregra”, “seminovo”, “superalimentação”, “superpromoção” são exemplos de termos - derivados prefixalmente – sem o uso de hífen.
Por isso, o analista político, na citada frase acima, não deveria ter recorrido ao uso de hífen: os contracheques suspeitos não podem fazer parte de um esquema de desvio ortográfico (justamente por não terem apoio das letras idênticas ou radical iniciado por H).
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
* Respondido por Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional
Diante de tantos escândalos envolvendo a nossa Petrobras, um analista político registrou:
“Caso haja indícios, que sejam revirados até os contra-cheques dos servidores.”
Apesar de os casos de hifenização apresentarem muita confusão para o escritor, há um caso normativo que me chama a atenção: com prefixos dissílabos. Por que, por exemplo, “autoescola” e “seminovo” são grafados sem o uso de hífen, mas “auto-hipnótico” e “semi-internato” fazem uso do bendito sinal?
Primeiramente, em se tratando de prefixos dissílabos (apenas prefixos dissílabos!), jamais haverá uso de espaço. Como clássicos exemplos, veem-se muito os registros “semi novo”, “super alimentação”, “super promoção”. Com prefixos dissílabos, só há duas opções: uso ou não uso de hífen; nada de espaço.
Assim sendo (e já incluindo neste processo o Novo Acordo Ortográfico), usemos o seguinte processo: “letras idênticas ou –h”. Sim! Só existirá hífen se a última letra do prefixo dissílabo for idêntica à primeira letra do radical ou se o radical iniciar-se por H.
Por isso, palavras como “anti-inflamatório”, “anti-hipnótico”, “contra-almirante”, “intra-arterial”, “intra-hepático”, “super-homem” são grafadas com uso de hífen.
Em contrapartida (e por não se enquadrarem ao processo das letras idênticas ou –h), “antiabortivo”, “autoescola”, “autorretrato”, “contrarregra”, “seminovo”, “superalimentação”, “superpromoção” são exemplos de termos - derivados prefixalmente – sem o uso de hífen.
Por isso, o analista político, na citada frase acima, não deveria ter recorrido ao uso de hífen: os contracheques suspeitos não podem fazer parte de um esquema de desvio ortográfico (justamente por não terem apoio das letras idênticas ou radical iniciado por H).
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!