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Como usar a teoria do menor passo possível para parar de procrastinar e aprender inglês

Bruno Braga, professor da Companhia de Idiomas, explica quebrar algo em micro tarefas pode te ajudar a começar um projeto — e não voltar atrás nele

(Peopleimages/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de março de 2023 às 07h32.

Eu já vou começar este artigo com uma confissão: desta vez, precisei usar o método do Menor Passo Possível para finalizar o texto dentro do prazo. São raríssimas as vezes em que isso acontece, no entanto.

Gosto muito de escrever e compartilhar meus insights com os leitores para ajudá-los a chegar nos seus resultados com o idioma que estão estudando. Mas, por razões carnavalescas, desta vez precisei me policiar para não perder o deadline.

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Em um dia de descanso (ou recuperação?) entre um festejo e outro, a tentação de seguir na cama sem maiores pretensões foi grande. E aí eu precisei me perguntar o seguinte: qual a menor coisa que eu preciso fazer para não voltar atrás e finalizar o meu artigo do mês? A resposta foi: fazer o login no computador.

Agora, vamos ao método. A teoria do menor passo possível pode ser aplicada de algumas maneiras diferentes, mas eu gosto muito da vertente que eu mencionei acima.

Nela, a ideia é você pensar em qual o menor passo que você precisa dar para que você não queira mais voltar atrás na tarefa que você precisa fazer. Focando no primeiro passo, que deve ser pequeno, simples e fácil, em vez de focar no fim da tarefa, vai te ajudar a sair do lugar.

Aqui, nossa ideia é focar no estudo do idioma, mas este método pode ser utilizado em diversas outras áreas: no trabalho, esportes, para cuidar da saúde, na hora de cozinhar etc. Para ilustrar a parte prática, vou contar uma rápida história.

Eu não gosto de correr. Mas corro de 2 a 3x por semana, há muitos anos. Não sinto prazer em correr, não gosto de acordar cedo ou levar sol na cabeça pra isso, tenho pavor de esteira (só corro em ambientes abertos) e nos primeiros 500m eu já começo a me questionar porque saí de casa. Por que, então, eu corro? Não sei exatamente a resposta, mas isso deixo para trabalhar na minha terapia.

O ponto, aqui, é que para mim é muito difícil sair pra correr. Então, com o tempo eu precisei descobrir qual era o menor passo possível que eu precisava dar para não desistir de fazer o meu treino.

E depois de algumas tentativas e erros eu descobri que o meu menor passo possível era calçar o tênis. Exatamente isso, simples assim. Meu foco não era sair pra correr, nem finalizar o treino. Era simplesmente calçar o tênis.

Como você deve imaginar, ao chegar na etapa de calçar o tênis eu já tinha passado por outras pequenas etapas antes: vestir minha roupa de treino, arrumar minha pochete (cringe?) e, dependendo do dia, comer algo. Então por que o meu menor passo possível era calçar o tênis e não, por exemplo, me vestir? Simples: a partir do momento em que eu calço meu tênis eu não volto mais atrás.

Vestir minha roupa de treino não me ajuda a sair de casa, porque eu posso voltar pra cama e tirar um bom cochilo vestindo ela mesma. Comer também, afinal, o que me impediria de comer uma banana e desistir de correr? Por isso, com o tempo descobri que calçar o tênis me fazia não voltar atrás. E dali pra frente eu simplesmente fazia o que precisava ser feito.

Agora, isso quer dizer que calçar o tênis vai dar certo pra todo mundo? De forma alguma. Cada um tem o seu menor passo possível e, para isso, precisa experimentar o que funciona e o que não.

O próprio Dr. Drauzio Varella, maratonista ferrenho, conta que sua estratégia é ir dormir à noite com a roupa de treino que vai usar pela manhã. Já estando vestido, ele simplesmente calça o tênis (que fica ao lado da cama) e sai pra correr.

A mesma coisa eu precisei fazer para escrever este texto, como falei cima. O meu menor passo possível era fazer o login no meu computador. Não era ligar o computador, ou pegar minhas anotações.

O que eu sabia que me faria não voltar atrás na tarefa era logar no computador, afinal, pra fazer isso eu já precisaria tê-lo colocado na minha mesa, aberto a tela e apertado o botão de power. Feito o login, eu não desligaria tudo pra procrastinar, não é? Então, a partir dali, com o login feito, foi só deixar o trabalho fluir.

E onde entram na história o inglês, o espanhol ou qualquer outro idioma que você esteja estudando? Bom, como professor de inglês há 19 anos sei que o motivo (ou desculpa) nº 1 é a falta de tempo, junto com o cansaço.

E isso é natural, afinal, todos temos uma vida corrida e precisamos descansar. Mas se você está aqui lendo este texto, eu imagino que você também tenha o estudo do idioma como uma de suas necessidades, pessoais e/ou profissionais. Então, o que você pode fazer para não desistir de fazer o seu estudo diário? O que você pode fazer para não procrastinar ou deixar outra atividade se sobrepor aos estudos?

Você pode procurar o seu menor passo possível e fazê-lo. Qual será que é o seu menor passo possível para estudar idiomas? Será que é só ligar o computador? Pegar o seu livro e colocar na mesa? Abrir o caderno de anotações na página correta? Passar um café ou um chá?

As possibilidades são muitas e só você poderá descobrir aquilo que funciona pra você. Para correr, eu preciso calçar o meu tênis. Para fazer uma tarefa no computador, preciso logar nele. Para estudar bateria, preciso abrir o aplicativo de metrônomo no meu tablet. Para estudar espanhol, preciso abrir minha pasta de anotações na nuvem.

E você? Vamos tentar descobrir qual é a menor coisa que você pode fazer para não querer voltar atrás no estudos? Queria muito saber o que você descobriu e, claro, se este método está funcionando pra você. Sendo assim, seja um bom leitor e compartilhe comigo no bruno@companhiadeidiomas.com.br

Até a próxima!

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